Falamos muito sobre os Millennials , Geração G e Geração Y, mas um outro grupo de jovens está chamando a atenção dos portais de previsão de tendências. É a Geração M, um grupo de jovens muçulmanos nascido nos últimos 30 anos, com algumas particularidades culturais que os distanciam dos Millennials e transformam essa geração em um caso de estudo surpreendente.
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Quem é a Geração M?
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O nome surgiu do livro homônimo intitulado “Geração M – Jovens Muçulmanos Mudando o Mundo”. Esse é o primeiro retrato detalhado desse grupo influente da religião que mais cresce no mundo. De acordo com a autora, Shelina Janmohamed, os Millennials Muçulmanos (Muslim Millennials) têm orgulho de sua fé, são consumidores entusiastas, dinâmicos, engajados, criativos e cada vez mais exigentes.
A mudança que eles trarão não dependerá da benevolência dos outros, já que essa geração possui grande influência e um poder de compra maior ainda. A geração M “forçará uma mudança cultural branda por meio da economia pesada”.
A influencer Dalal AlDoub é uma das expoentes dessa geração e acumula 2.3 milhões de seguidores no Instagram.
No último report da WGSN, que analisa o futuro do consumo em 2020, os Millennials Muçulmanos receberam bastante atenção. A líder em previsão de tendências aponta para uma mudança nas vozes do poder. Em 2020, mais da metade dos norte-americanos com menos de 18 anos será composta por “minorias”. Enquanto isso, mais brancos estarão envelhecendo ao compasso em que poucos nascem para preencher a lacuna.
Isso nos leva a um ponto bastante decisivo na economia, já que as previsões apontam que, até 2040, os caucasianos serão minoria nos Estados Unidos.
Fatma Husam é outra influenciadora que faz sucesso no Instagram.
“Identificadores raciais e étnicos estão mudando, e com isso, mudam as vozes do poder. Cada vez mais, as pessoas votam com seus dólares. Por isso, conectar-se com essas novas maiorias precisa ser uma prioridade, não uma reflexão tardia” – WGSN
Millennials Muçulmanos e a religião
O livro homônimo de Shelina Janmohamed explica o fenômeno.
A Geração M está projetada para crescer até atingir o título de quarta maior população do mundo. Sua religião, o Islamismo, é uma das que mais cresce no mundo e aí está o principal divisor entre a Geração M e a Geração Y. Enquanto os jovens Millenials se afastam das religiões cristãs, os Millennials Muçulmanos se aproximam do Islamismo e o modernizam. “Uma característica primordial, que é que eles acreditam que ser fiel e viver uma vida moderna andam de mãos dadas, e não há absolutamente nenhuma contradição entre os dois”, explica Shelina Janmohamed.
No livro, a autora escreve: “A fé deles afeta tudo e eles querem que o mundo os conheça. Isso é o que os diferencia dos seus pares não-muçulmanos. É o fator único que irá moldá-los e um mundo que eles são determinados para atender às suas necessidades … Eles são um grupo jovem, habilidoso em tecnologia, que acredita que sua identidade engloba tanto a fé quanto a modernidade.”
Os aspectos demográficos da Geração M
Em 2010, havia 1,6 bilhão de muçulmanos no mundo. Esse número deve crescer 73% nas próximas quatro décadas – mais que o dobro da taxa geral de crescimento. Em 2050, segundo o Pew Research Center, haverá 2,8 bilhões de muçulmanos no mundo, mais de um quarto da população mundial.
As minorias muçulmanas na Grã-Bretanha, Europa e América do Norte são jovens, ricas e estão crescendo. Um terço de todos os muçulmanos tem menos de 15 anos e dois terços tem menos de 30 anos.
Dos 11 países que devem se unir às maiores economias do mundo ainda neste século, 6 têm populações esmagadoramente muçulmanas e dois têm grandes minorias muçulmanas.
Em 2016, o The Guardian publicou uma matéria bem completa sobre a influência dessa geração, apontando para um crescimento econômico fora do comum. A classe média muçulmana deverá triplicar para 900 milhões até 2030, impulsionando o consumo e também a mudança social e política.
O poder aquisitivo da Geração M é enorme: o mais recente Relatório Global de Economia Islâmica prevê que a indústria alimentar e de estilo de vida Halal (palavra que simboliza tudo aquilo que pode ser consumido pelos muçulmanos, de acordo com o Islã) valha $ 2,6 trilhões até o final desta década, e as finanças islâmicas estão em uma trajetória semelhante. As viagens muçulmanas podem valer US $ 233 bilhões. Em 2014, a moda muçulmana foi estimada em $ 230 bilhões e o mercado de cosméticos em $ 54 bilhões.
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