Qual é a diferença entre TDAH e autismo?
Apesar de semelhanças como dificuldade em manter a atenção, o TDAH e o autismo são bem diferentes. Confira as principais distinções!
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são condições do neurodesenvolvimento que podem afetar significativamente o comportamento e as interações sociais. Apesar de apresentarem algumas características em comum, TDAH e autismo são distintos em suas origens, manifestações e formas de tratamento.
Nesse sentido, reconhecer as diferenças entre os dois é essencial para reduzir o risco de rotulagem inadequada, garantindo que as necessidades individuais sejam atendidas de forma apropriada. Para a pessoa diagnosticada e sua família, compreender a condição específica facilita o planejamento, o acesso aos recursos certos e contribui para uma melhor qualidade de vida. A seguir, entenda melhor a distinção entre os transtornos!
Como é uma pessoa com TDAH?
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, estima-se que essa condição esteja presente em 7,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos. Entre os adultos de 18 a 44 anos, a prevalência é de 5,2%. Enquanto isso, 6,1% das pessoas acima de 44 anos também apresentam sintomas do transtorno.
Pessoas com TDAH, assim como com autismo, apresentam um conjunto de características que afetam sua atenção e impulsividade. Por exemplo, geralmente enfrentam dificuldade em manter a atenção, principalmente em atividades que exigem esforço mental contínuo.
Além disso, costumam não concluir tarefas ou esquecer compromissos frequentes. Em situações sociais ou escolares, é comum apresentarem comportamentos como mexer-se excessivamente, interromper conversas ou responder precipitadamente antes que o outro conclua a pergunta.
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Na infância, essas características podem incluir dificuldade em prestar atenção a detalhes, evitar tarefas que demandam esforço prolongado ou perder objetos importantes. Já na idade adulta, os desafios frequentemente se traduzem em problemas na organização e no gerenciamento do tempo.
Desse modo, divide-se o transtorno em três tipos. No hiperativo/impulsivo é comum que a inquietação se manifeste de forma marcante, com comportamentos como falar em excesso, interromper conversas ou atividades e demonstrar dificuldade para permanecer em situações que exijam calma.
Já o tipo desatento é caracterizado por lapsos frequentes de atenção, que resultam em erros, problemas para organizar tarefas e dificuldade em concluir atividades. Por sua vez, o misto reúne sintomas dos dois perfis.
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Como é uma pessoa com autismo?
O autismo é uma realidade para mais de 36 mil alunos no Brasil, conforme o Censo Escolar 2023, divulgado em fevereiro de 2024. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, os sinais mais comuns do TEA incluem atraso no desenvolvimento da fala, além de dificuldades em interpretar gestos e expressões faciais.
Ademais, também apresentam padrão de interesse por assuntos específicos e incomuns, como datas ou tecnologia. Essas características podem se somar a desafios em situações sociais. Por exemplo, incômodo em ambientes movimentados, seletividade alimentar e falta de filtro social, que muitas vezes resulta em sinceridade excessiva.
Ainda, movimentos repetitivos, como balançar o corpo, ou organizar objetos em fileira, também são comuns, assim como alterações na resposta à dor e a temperaturas, além de episódios de raiva ou passividade.
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Assim como o TDAH, também classifica-se o autismo em três tipos principais. No clássico, os indivíduos podem apresentar grandes dificuldades de interação social e comunicação, com alguns não desenvolvendo a fala ou mantendo comportamentos repetitivos severos.
Já no de alto desempenho, ou síndrome de Asperger, há maior facilidade em levar uma vida próxima ao que é considerado típico, embora os desafios de interação social ainda existam.
Por fim, o distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE) engloba aqueles que apresentam sintomas do espectro, mas não atendem aos critérios para categorias específicas, dificultando o diagnóstico.
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Qual a diferença do autismo para o TDAH?
Apesar de semelhanças, como a causa dos transtornos por fatores genéticos e ambientais, problemas de atenção e impulsividade, o TDAH e o autismo são condições que afetam o neurodesenvolvimento de formas diferentes.
Por exemplo, o TDAH é caracteriza-se pela dificuldade em manter a atenção, advinda do déficit de atenção. No TEA, essa complicação está geralmente associada a interesses restritos e à dificuldade de desviar o foco para assuntos para esses interesses.
Ainda, como citado anteriormente, pessoas com TDAH frequentemente demonstram comportamentos impulsivos, como dificuldade em esperar sua vez ou interromper conversas. Já no caso do TEA, isso está relacionado à necessidade de manter rotinas e buscar previsibilidade.
Ademais, o autismo também pode incluir sintomas sensoriais, como hipersensibilidade a estímulos, algo que não é característico da outra condição.
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Em relação ao desenvolvimento da comunicação, indivíduos com TDAH geralmente têm habilidades de linguagem normais. Já no TEA, as pessoas podem apresentar atrasos na fala e enfrentar dificuldades significativas em compreender ou usar a comunicação não verbal, como expressões faciais e gestos.
Quanto à interação social, pessoas com TDAH conseguem se engajar mais facilmente do que aquelas com TEA. Estas, por sua vez, evitam ou têm dificuldades em interagir devido à falta de compreensão de normas sociais, ou ao desconforto causado por estímulos sensoriais.
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É possível ter TDAH e autismo juntos?
Sim, é possível que uma pessoa tenha tanto TDAH quanto autismo. O estudo A Causal and Mediation Analysis of the Comorbidity Between Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and Autism Spectrum Disorder (ASD) estima que uma grande proporção de crianças com um também apresentam sintomas de outro.
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Além disso, calcula-se que entre 22% e 83% das crianças com TEA atendem aos critérios para TDAH. Por outro lado, cerca de 30% a 65% das crianças com TDAH apresentam traços significativos de autismo.
A sobreposição entre os dois transtornos é, na maioria, genética, com estudos familiares e de gêmeos sugerindo uma forte entre eles. Aproximadamente 50% a 72% dos fatores genéticos contribuintes para o ambos são compartilhados.
No entanto, a presença de TDAH pode mascarar o diagnóstico de autismo, já que os sintomas, como dificuldades de atenção e hiperatividade, frequentemente se sobressaem. Isso torna o diagnóstico mais complexo, exigindo uma avaliação detalhada e cuidadosa para distinguir entre as duas condições e entender como elas coexistem.
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Conclusão
Enfim, agora você já sabe as diferenças entre TDAH e autismo. Afinal, embora compartilhem algumas características, é fundamental compreender as condições para garantir um diagnóstico preciso e intervenções eficazes.
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