Congelamento de óvulos: primeiros passos, como é feito, qual a melhor idade e quanto custa
O congelamento de óvulos é uma opção para quem deseja planejar ou adiar a maternidade. Confira mais sobre o procedimento!
Se você quer ser mãe, mas deseja adiar a maternidade por diversos motivos, como saúde, carreira e até planejamento familiar, saiba que você possui uma alternativa! Isso porque o congelamento de óvulos é uma solução viável para quem pretende engravidar após os 35 anos.
A chance de engravidar de forma natural cai ao longo dos anos, visto que as pessoas que ovulam nascem com um número específico de óvulos, que vai diminuindo com o passar do tempo. Pensando nisso, o Fashion Bubbles te conta como é o processo de congelamento de óvulos, melhor idade, valor, duração e mais.
O que preciso saber antes de congelar os óvulos?
A Dra. Thais Domingues, especialista em reprodução assistida da clínica Huntington ressalta que, quanto antes se optar pelo congelamento, melhor.
“Usa-se menos medicação, raramente é necessária mais de uma indução para obter a quantidade desejada de óvulos, e a qualidade dos óvulos é superior,” explica. Para quem deseja planejar esse processo, ela sugere seguir alguns passos.
Primeiro, é importante decidir sobre o planejamento familiar, considerando o momento ideal em termos profissionais, pessoais, financeiros e de relacionamento.
Em seguida, recomenda-se uma avaliação de fertilidade com um especialista, que poderá solicitar exames como os hormonais e, especialmente, o antimülleriano, fundamental para avaliar a reserva ovariana. Também é feito um ultrassom transvaginal para contagem dos folículos.
A Dra. Cláudia Gomes Padilla, também especialista em reprodução assistida da Huntington, alerta sobre um erro comum: ao identificar uma reserva ovariana normal ou até acima da média, muitas mulheres acreditam que podem adiar o congelamento.
No entanto, estar saudável não significa necessariamente uma fertilidade ideal, que envolve fatores como endometriose, fertilidade do parceiro, cistos, doenças e condições uterinas. Assim, mesmo com uma reserva normal, o congelamento de óvulos é indicado para quem deseja postergar a maternidade.
“No check-up ginecológico, avaliamos todos esses fatores para compor a decisão”, afirma a Dra. Thais. Segundo ela, mulheres que, aos 30 anos, têm uma boa reserva de óvulos e planejam adiar a maternidade devem considerar o congelamento o quanto antes, dependendo da avaliação.
Ela também comenta que, há alguns anos, o desconhecimento sobre o congelamento e o medo de efeitos colaterais e câncer atrasavam essa decisão. Depois, essas dúvidas foram substituídas pela preocupação com os custos, um tabu que, para ela, precisa ser desmistificado.
Isso porque, segundo a Dra., muitas clínicas oferecem planos acessíveis, e algumas empresas já incluem o procedimento como benefício.
A Dra. Cláudia acrescenta que a decisão também envolve um aspecto social e psicológico. Antes dos 30 anos, muitas mulheres ainda não pensam tanto na maternidade. Porém, aos 30, a decisão entre concretizar ou postergar essa escolha fica mais próxima.
“Podem ser necessárias várias tentativas, e os óvulos congelados podem acabar antes do sucesso. Por isso, quem opta pelo congelamento deve manter os exames de fertilidade em dia e considerar realizar o procedimento mais de uma vez para aumentar a quantidade de óvulos disponíveis”, explica a médica.
Como é o processo de congelamento de óvulos?
A ideia de postergar a maternidade, seja por questões pessoais ou de saúde, agrada muitas mulheres. Mas, afinal, como é o processo de congelamento de óvulos?
A Dra. Larissa Matsumoto, especialista em Reprodução Assistida da Vida Bem Vinda, unidade do FERTGROUP, explica que esse procedimento é feito em algumas etapas. Então, confira cada uma delas.
1. Estimulação
O primeiro passo para realizar o congelamento de óvulos é procurar uma boa clínica de reprodução assistida. Inicialmente, os especialistas solicitarão exames para avaliar a reserva ovariana e planejar a quandidade de óvulos que serão congelados, para que ofereçam chances de gestação futuramente.
Após isso, é necessário estimular os óvulos para que se tornem maduros. Assim, o estímulo com medicações irá possibilitar a captação do número de óvulos que o ovário tenha naquele mês.
Normalmente, o organismo disponibiliza um lote de folículos por mês. Porém, o ovário só consegue amadurecer um óvulo por ciclo menstrual. Nesse sentido, a estimulação potencializa esse processo.
Nessa fase, os profissionais aplicam injeções hormonais de gonadotrofina na barriga por cerca de 10 dias, no intuito de estimular o crescimento dos folículos ovarianos, que “guardam” os óvulos. Nesse viés, a dosagem varia de acordo com a necessidade de cada paciente.
Durante todo o processo, que dura de 7 a 15 dias, os especialistas acompanham a evolução da paciente através de ultrassonografias, até a definição da coleta dos óvulos.
Ainda, é importante ressaltar que esse procedimento pode acarretar em efeitos colaterais, como dores de cabeça, inchaço abdominal, alterações de humor e outros sintomas.
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2. Coleta
Após a estimulação, é o momento de marcar a coleta, que dura de 15 a 30 minutos. Essa etapa ocorre com a pessoa anestesiada. Nesse sentido, é necessário salientar que a pessoa pode ou não sentir desconforto após a coleta para congelamento de óvulos.
Normalmente, as dores envolvem cólicas por um ou dois dias. De modo geral, o procedimento é rápido e de baixo risco.
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3. Congelamento
Em seguida, cerca de duas horas após a coleta, os profissionais avaliam os óvulos no laboratório. Assim, eles selecionam apenas os maduros e saudáveis para o congelamento.
Durante essa etapa, tratam os óvulos com substâncias crioprotetoras e imersos em nitrogênio líquido a 196ºC negativos. Esse processo chama-se vitrificação. Dessa forma, isso é o que os protege e diminui a quantidade de líquido em seu interior, evitando a formação de cristais, que são responsáveis por danificá-los.
Então, os especialistas fazem o congelamento dos óvulos em paletas identificadas e as armazenam em tanques por prazo indeterminado. Ou seja, a pessoa que congelou os óvulos decide quando usar.
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4. Descongelamento e fertilização
Quando a pessoa decide que chegou a hora de engravidar, basta que ela procure a clínica onde realizou o congelamento de óvulos para continuar o procedimento.
Isto é, retirar os óvulos do nitrogênio líquido para fecundá-los junto ao espermatozóide do parceiro (ou doador anônimo) através da fertilização in vitro (FIV). Depois, os embriões escolhidos são implantados no útero.
“Não é 100% de certeza que a paciente vai conseguir engravidar, por isso, o ideal é congelar no mínimo 15 óvulos, para uma mulher de até 35 anos, e calculado de acordo com a idade, caso esta mulher deseje realizar o processo mais tardiamente, isso para que as chances de gravidez sejam altas”, conclui a Dra. Larissa Matsumoto.
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Mitos sobre o congelamento de óvulos
O Dr. Renato Fraietta, especialista em Reprodução Humana da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva (CPMR) e coordenador do Setor Integrado de Reprodução Humana da Unifesp, afirmou que, em sua longa trajetória como médico e professor, já se deparou com perguntas de todos os tipos sobre congelamento de óvulos.
Algumas delas com explicações plausíveis e outras que, segundo ele, são apenas mitos em que as pessoas acreditam por falta de fundamento científico. Para esclarecer dúvidas e corrigir informações equivocadas sobre o congelamento de óvulos, o Dr. listou cinco mitos sobre o procedimento. Confira!
As mulheres não precisam congelar óvulos porque terão óvulos por toda a vida
“Na realidade, as mulheres nascem com uma quantidade limitada de óvulos e, com o tempo, essa reserva vai se esgotar ou a qualidade dos óvulos vai diminuir. Por isso, preservar os óvulos entre os 28 e 35 anos é ideal para garantir a melhor qualidade no futuro, quando a mulher optar pela maternidade”.
Dr. Renato Fraietta
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Óvulos congelados são menos eficazes do que óvulos frescos para fertilização in vitro
“A ideia de que óvulos congelados são inferiores aos frescos é um mito. Graças aos avanços tecnológicos, os óvulos congelados mantêm a mesma qualidade dos óvulos frescos. Eles são armazenados a -196 graus Celsius, garantindo sua preservação e eficácia por longos períodos”.
Dr. Renato Fraietta
Congelar óvulos é apenas para mulheres solteiras
“Há uma série de razões pelas quais as mulheres escolhem congelar seus óvulos. Não se trata de ‘se’, mas de ‘quando’ elas desejam usar seus óvulos, e isso independe do seu estado civil. Muitas mulheres querem se concentrar na carreira, viajar, ou simplesmente ainda não se sentem prontas para a maternidade. Esse processo pode oferecer tranquilidade, permitindo que vivam suas vidas sem a pressão do relógio biológico”.
Dr. Renato Fraietta
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O processo de congelamento de óvulos é doloroso e complicado
“O congelamento de óvulos é mais simples do que se imagina. O processo dura cerca de três semanas, começando com o ciclo menstrual e envolve consultas iniciais, exames de sangue e injeções para estimular a produção de óvulos. As pacientes são orientadas durante todo o processo e a coleta dos óvulos é feita sob anestesia leve, sendo um procedimento minimamente invasivo.”
Dr. Renato Fraietta
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Mulheres que planejam engravidar em breve não precisam congelar seus óvulos
“A fertilidade diminui significativamente após os 35 anos. Para aquelas que desejam ter mais de um filho, o congelamento de óvulos pode ser uma garantia contra possíveis desafios futuros. Uma mulher que está na faixa dos 30 e poucos anos e considerando essa opção, é uma boa ideia conversar com um especialista para entender todas as possibilidades.”
Dr. Renato Fraietta
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Por que congelar óvulos?
Em 2023, o número de óvulos congelados chegou a 115 mil, segundo dados do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), da Anvisa. Mas, afinal, por que optar por congelamento de óvulos?
Focar na carreira é uma das razões pelas quais muitas mulheres optam por postergar a maternidade, ganhando mais tempo para se dedicar ao desenvolvimento profissional. Assim, o procedimento permite que elas possam ter filhos anos após o fim da idade fértil, por meio de técnicas de reprodução assistida.
Além disso, quanto mais cedo é realizado, maior a quantidade e qualidade dos óvulos congelados, o que aumenta as chances de sucesso no futuro.
Dra. Cláudia Gomes explica que o congelamento de óvulos também auxilia na preservação da fertilidade em mulheres que enfrentam condições médicas que afetam a reserva ovariana, como endometriose, cistos no ovário, câncer, menopausa precoce e doenças da tireoide
Para muitas, essa prática alivia a pressão do “relógio biológico”, oferecendo uma opção para “paralisar” o tempo reprodutivo, como destaca a Dra. Thais. Desse modo, permite que as chances atuais de gravidez sejam preservadas para o futuro.
A decisão também traz mais tranquilidade para quem se sente dividida quanto à maternidade, permitindo que a escolha de ter ou não filhos seja feita sem pressa ou medo de perder a fertilidade com o passar dos anos. Caso o desejo não se concretize, os óvulos podem ser descartados.
O procedimento permite que a mulher planeje o momento ideal para a gestação, mantendo controle e independência sobre sua capacidade reprodutiva. Isso inclui a liberdade de escolher o parceiro, caso opte por compartilhar essa jornada, ou de recorrer à produção independente, utilizando bancos de sêmen.
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Qual a melhor idade para congelar óvulos?
Nesse sentido, a Dra. Larissa Matsumoto, especialista em Reprodução Assistida da Vida Bem Vinda, unidade do FERTGROUP faz algumas recomendações para quem deseja fazer o congelamento de óvulos.
“Nós recomendamos que a consulta com um especialista em reprodução assistida entre no check-up da mulher até os 30 anos de idade, para que se faça uma avaliação da sua reserva ovariana e avaliar a possibilidade de congelamento dos óvulos, especialmente quando já possuem histórico na família de menopausa precoce, ou se possuem endometriose, por exemplo, que podem reduzir a reserva ovariana de forma mais acelerada. Porém, na maioria das vezes, as pacientes já chegam na clínica com mais de 35 anos, quando já houve uma perda muito acentuada de óvulos”, explica a médica Larissa Matsumoto.
Isso porque a fertilidade da mulher está intimamente relacionada à idade. Por esse motivo, mesmo que a gestação seja um plano futuro ou ainda inexistente, é importante que hajam alternativas posteriores, conforme o desejo da mulher.
“Quando há muita espera na tomada de decisão da gestação, e não é realizado um planejamento, as chances de sucesso dos tratamentos de fertilidade podem ser menores, pois além da quantidade, a qualidade desses óvulos também, é afetada com o tempo. Perdemos a capacidade de produzirmos embriões com potencial de gerar a gravidez“, alerta a médica.
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Contudo, é importante ressaltar que, embora seja uma boa alternativa para não ficar presa ao relógio biológico, isto é, ter um prazo para engravidar, a técnica de congelamento exige um passo a passo cuidadoso, além de um bom acompanhamento médico.
“Hoje a quantidade de mulheres que congelam óvulos ainda é muito pequena, e nós precisamos melhorar esse cenário, tendo em vista que as chances de gravidez de forma natural, caem ao longo dos anos, e uma mulher com 40 anos, ao longo de um ano possui 20% de chances de engravidar naturalmente, antes dos 35, idade ideal para o congelamento, 85% das mulheres conseguem a gestação de forma natural”, argumenta a especialista.
Quanto custa para fazer o congelamento de óvulos?
O custo do congelamento de óvulos varia de clínica para clínica e, ás vezes, até de região para região. Porém, os valores costumam ser entre R$ 15 mil a R$ 20 mil, incluindo a estimulação, coleta e congelamento. Além disso, ainda há o custo da manutenção dos óvulos congelados, que gira em torno de R$ 1000 por ano.
Ainda, pode haver um custo extra para fazer o descongelamento e a fertilização in vitro (FIV). Ou seja, os valores variam muito, mas são próximos a R$ 30 mil reais.
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Quanto tempo dura congelamento de óvulos?
O congelamento de óvulos tem prazo indeterminado. Contudo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que as pessoas realizem fertilização in vitro (FIV) até os 50 anos. Isso porque, a partir dessa idade, há um aumento significativo de complicações durante a gestação.
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É possível congelar os óvulos pelo SUS?
Por ser um procedimento caro, muitas pessoas se questionam sobre a possibilidade de congelamento de óvulos pelo SUS. Porém, normalmente, apenas pessoas com ovários em tratamento contra alguns tipos de câncer podem fazer o tratamento pelo SUS.
Assim, nos demais casos, como nos daquelas que querem congelar os óvulos por questões pessoais, é difícil realizar o processo de forma gratuita. Isso ocorre porque existem poucos hospitais públicos no Brasil que oferecem esse serviço.
Por isso, eles geralmente apresentam uma longa fila de pessoas buscando o congelamento de óvulos sem custo. Entretanto, nada impede que você faça a tentativa. Mas lembre-se que a demanda é alta e a prioridade é para pacientes em tratamento oncológico.
Nesse sentido, os planos de saúde agem da mesma forma. Ou seja, só cobrem os custos se o caso for de tratamento para alguma condição de saúde.
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Congelamento de óvulos: conclusão
Enfim, agora você já sabe mais sobre congelamento de óvulos, como é o procedimento, quanto custa, melhor idade e duração. Então, para ver mais sobre saúde, não deixe de conferir nossa categoria. Lá, você encontra matérias sobre lipedema, dengue, compulsão alimentar e muito mais.
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