Vestido de Noiva de Lady Diana SpencerA noiva do Romantismo teve seu modelo na Rainha Vitória, que se casou em 1840, com um vestido reinterpretado neste século pela Lady Diana Spencer, ao se casar com o príncipe Charles, atual herdeiro da coroa inglesa.
Em 1854, o papa Pio IX proclamou que as noivas deveriam demonstrar através do traje branco a Imaculada Concepção assim como Maria a Imaculada. Esta fala papal estabeleceu para a noiva do Romantismo um padrão católico que se estende até os nossos dias no imaginário popular delegando à virgindade um papel primordial para a qualidade da noiva.
Esta noiva agregou à sua veste um adereço de mão que podia ser um terço ou um pequeno livro de orações porque, além de casta ela devia ser também religiosa. A partir da segunda metade do século XIX, o Iluminismo transferiu para o branco a idéia de luz e de abundância, o branco como claridade e como a soma de todas as cores. O branco continuou a representar a pureza e a castidade, sendo agregada ao traje a for de laranjeira como símbolo de fertilidade.
A noiva do estilo Liberty era uma flor, pura como um lírio, nobre como uma rosa ou delicada como uma margarida, sendo que a orquídea era tida como a flor que representava a paixão, a força do coração e era usada como prova de amor da noiva pelo jovem marido. O relicário de mão foi substituído por um buquê de flores naturais colhidas no dia da cerimônia.
A noiva modelo deste estilo foi Sissi, a princesa que se casou em 1854, com Francisco José, o imperador da Baviera. Sissi, a Imperatriz, se casou usando um buquê de rosas naturais e representou a noiva de crinolina.
Vestido de Noiva de Grace Kelly, Princesa de MonacoO século XX estabelece um cerimonial novo para o matrimônio que se estende por todas as classes sociais idade legal no início do século era dezoito anos para a noiva e vinte e cinco anos para o noivo, sendo que dois dias antes da cerimônia religiosa o casal se casava no cartório da vila em traje de passeio. Após a cerimônia civil a noiva recebia em sua casa os familiares e amigos para um refresco e para exibir os presentes recebidos pelas bodas. Na noite anterior à cerimônia religiosa o pai do noivo enviava a courbeille nupcial acompanhada de uma jóia da sua família. À noiva que ultrapassava vinte e cinco anos era vetado o uso do véu,e desaconselhado o uso do vestido branco juntamente com a jóia familiar e qualquer pompa cerimonial.
No século XX o traje nupcial acompanhou toda a evolução da moda, acompanhando o sistema de alta costura que vestiu todas as princesas do século e foi divulgado pelas revistas e figurinos de moda e posteriormente pelo cinema e pela televisão.
Na década de 60 a moda foi tomada pelo sistema de prêt-à-porter, pela mini-saia e pelo vestido tubo. Neste momento, o vestido de noiva pode ser comprado pronto, nas versões mini e tubo. O modelo mais conhecido deste sistema foi o vestido do segundo casamento de Brigite Bardot, um vestido curto feito em tecido de algodão, xadrez cor de rosa e branco, demonstrando uma noiva campestre e natural. Neste período o rigor cerimonial caiu, mas a carga simbólica não diminuiu, apenas o tema mudou, diferente da representação patrimonial das famílias, a noiva dos anos 60 mostrou o desejo de viver uma relação matrimonial sustentada no afeto e no desejo amoroso que pode unir um homem a uma mulher como parceiros de um ideal Hippie ou Beat de vida.
A recuperação da força da cerimônia matrimonial como a realização do sonho da moça que encontra seu príncipe encantado, se deu nos anos 80 com o casamento de Lady Diana Spencer com o Príncipe de Gales, futuro rei da Inglaterra em 1981. O traje desta cerimônia mostrou a tradição de elegância da realeza da casa de Windsor representado na releitura do vestido da Rainha Vitória e no uso do diadema real como símbolo medieval do patrimônio das famílias, na a estrutura do vestido da Sissi, a imperatriz romântica, com o modelo da Branca de Neve como a donzela pura e nobre que encontra seu príncipe encantado.