Em agosto de 2019, a Globo inaugurou um de seus maiores investimentos dos últimos anos: o MG4. Trata-se de um conjunto de 13 novos estúdios totalmente projetados para gravarem conteúdos nos formatos 4K e 4K HDR.
Mas, com a pandemia, poucas produções usaram esse complexo ultramoderno até agora. Ou seja, a emissora ainda não viu esse investimento se converter em lucro para seu caixa. No entanto, as metas e os projetos de uso para essa estrutura ainda estão em curso.
Enquanto isso, os relatórios do fluxo do caixa da Globo ainda não mostram o esperado pelos executivos do canal. De acordo com uma matéria publicada no jornal “Valor Econômico” e pelo colunista Guilherme Ravache, do UOL, o prejuízo ainda é grande para a família Marinho.
Isso porque as interrupções das gravações de vários projetos, bem como o encarecimento para suas retomadas, demandaram mais retirada do caixa. Além disso, para não ficar para trás, a Globo teve que investir na compra se séries internacionais. Ao mesmo tempo, precisou adquirir direitos de campeonatos esportivos, como o futebol.
Vem saber mais detalhes sobre esse balanço do primeiro semestre de 2021 da maior emissora do Brasil.
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Sem tantas estrelas
Nos anos 90, o “Padrão Globo de Qualidade” era um selo que a emissora da família Marinho carregava com orgulho. Tudo de melhor estava concentrado no canal. Os melhores atores, filmes, jogos de futebol, apresentadores, novelas, séries e transmissões especiais, como o Carnaval.
De fato, a qualidade técnica da Globo, quanto imagem e som, ainda continua impecável. No entanto, o jeito de “vender televisão” já não é mais o mesmo. Afinal, com a chegada das operadoras de streaming, tudo mudou de figura.
A fim de entrar na disputa, a Globo criou sua própria marca de streaming, Globoplay. E, de alguns anos para cá, vem buscando maneiras de converter seus assinantes de TV a Cabo para a nova modalidade de conteúdo audiovisual.
Dessa forma, o grupo teve que investir pesado em séries e compras de campeonatos exclusivos para revender aos seus clientes. Assim, a Globo teve que desembolsar R$ 503 milhões só na área esportiva.
“Custos e despesas foram 36% superiores ao primeiro semestre de 2020, impactados pelo retorno de eventos esportivos ao vivo e pela amortização de direitos esportivos, devido ao grande reescalonamento de jogos que afetou todas as competições do futebol brasileiro no ano de 2021”, aponta o relatório.
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Salários das estrelas
Desde meados de 2019, a Globo vem enxugando seu departamento artístico. O novo modelo de contratação da casa não mantém suas estrelas reféns de contratos longos e salários estelares. Assim sendo, a nova política da empresa é: trabalhou, recebeu.
Dessa forma, a Globo teve que abrir mão de grandes nomes casa. Isso inclui, aliás, seus medalhões como Renato Aragão, Antônio Fagundes, Vera Fisher e Glória Menezes. Recentemente, Faustão, Tiago Leifert, Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães também se despediram da empresa.
Com todo esse corte, a Globo eliminou da sua folha de pagamento mais de R$ 281 milhões em salários. No entanto, romper contratos também gera custos. Então, o relatório aponta um “aumento de 48 milhões nas despesas pessoais explicado principalmente por indenizações e também por reajustes salariais anuais do sindicato trabalhista em acordos coletivos de trabalho.”
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Crescimento de receita
De acordo com a matéria do UOL, “no primeiro semestre de 2021, a Receita Líquida da Globo cresceu 17% (ou R$ 948 milhões) em relação ao mesmo período de 2020, totalizando R$ 6,451 bilhões.”
Mas os executivos da casa avaliam que o custo de produção ainda deve pesar um pouco. Afinal, há gastos gerados pelas novas regras da empresa, devido à pandemia.
Contudo, a diretoria da casa avalia que os custos fazem parte da restauração da empresa. Então, os investimentos caminham lado a lado com a modernização do negócio audiovisual.
“Temos uma estratégia de negócios clara, sólida situação econômico-financeira, competência, qualidade, comprometimento e dedicação de todos os colaboradores.
Mesmo diante de bons resultados, sabemos que a pandemia deve nos acompanhar por mais um tempo, o que deve demandar ainda paciência e cuidados especiais para a retomada do ritmo normal de produções.
Enquanto isso, continuaremos mantendo o foco na saúde e segurança dos colaboradores com total prioridade”, afirma Manuel Belmar, diretor-geral de Finanças da Globo.
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Por fim, para os próximos meses, a Globo tem a expectativa de aumentar seu caixa com a chegada do BBB 22, bem como a grande aposta do canal, o remake de Pantanal.
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