Regina Duarte critica “Dia da Consciência Negra” e questiona: “Teremos o Dia da Consciência Branca?”
Regina Duarte usou suas redes sociais para promover um desabafo. A atriz acredita que a data só traz um senso de “vitimismo” e que devemos “enfrentar o hoje”
Você está com saudades de Regina Duarte nas novelas? Pois a atriz tem dado expediente nas redes sociais. No último domingo (21), por exemplo, Regina questionou a necessidade de se comemorar “O Dia da Consciência Negra”.
Como resultado, em sua rede social, Regina Duarte publicou um vídeo polêmico do ator Morgan Freeman. Nele, um dos maiores atores de, Hollywood, tece críticas quanto a data. Além disso, Morgan Freeman diz que a melhor maneira de combater o racismo, é não falar dele.
O vídeo é de 2005, e a entrevista foi dada ao programa estadunidense, “60 minutes.” Assim sendo, todos os anos, há mais de duas décadas esse vídeo é compartilhado com exaustão. Principalmente pelo fato de um negro criticando a data. De fato, no Brasil o “Dia da Consciência Negra” gerou polêmica e demorou para cair no entendimento dos brasileiros.
Vem saber o que Regina Duarte disse, e a visão de alguns especialistas sobre o uso desse vídeo que envelheceu mal.
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Regina Duarte é contra o Dia da Consciência Negra?
A atriz de 74 anos e amiga do presidente Bolsonaro, não acha correto pensar em um dia específico para Consciência Negra.
Na TV, Regina Duarte já interpretou a compositora Chiquinha Gonzaga. Assim como Machado de Assis, os pesquisadores afirmam que Chiquinha era negra. A compositora que viveu entre (1847-1935) compôs a marchinha “Ô Abre Alas!” era filha de pai branco com “mãe parda liberta”.
Mesmo assim, a personagem foi retratada como branca na minissérie da Globo, exibida em 1999.
Ao invés de promover um debate sobre esse racismo estrutural, onde os registros de personalidades afrodescendentes são “embraquecidos”, Regina Duarte questionou a necessidade da data. A atriz postou o tal vídeo de Morgan Freeman e escreveu:
“Ontem foi comemorado o Dia da Consciência Negra .
E quando teremos o Dia da Consciência Branca , Amarela, Parda…?
Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas ?Quando vamos parar de olhar pra trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? maduros, evoluídos , conscientes de nossa luta , irmanados em nossa capacidade, de sermos … HUMANOS?
Simplesmente IRMÃOS? – escreveu Regina Duarte em seu Instagram.
De maneira idêntica, o ator Humberto Martins, também ex-contratado da Globo curtiu a publicação.
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Por que não devemos compartilhar o vídeo do Morgan Freeman?
Aos, 84 anos, Morgan Freeman já reviu sua reflexão quanto ao “Dia da Consciência Negra.” Prova disso, foi quem em 2019, o ator abriu seu Instagram para que pessoas negras relatassem casos de racismo que sofreram.
Uma brasileira, inclusive compartilhou em inglês a história de João Alberto Silveira Freitas, de 40 ano. Ele foi morto após ser espancado por dois seguranças na porta do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. João era negro e morreu no último dia 20 de novembro de 2020.
Edson Lau, que é Coordenador da Setorial Luís Gama do movimento Livres, disse ao jornal O Dia, sobre as consequências de se compartilhar esse vídeo ultrapassado de Morgan Freeman. Assim como fez Regina Duarte e outras milhares de pessoas.
“Esse tipo de post é utilizado por pessoas que fazem uma escolha: não falar sobre racismo.
Esta escolha serve apenas para a manutenção do status quó que, como apontam as pesquisas, não é nada favorável à população afrodescendente no Brasil. Dessa forma (à população negra), falta educação, saúde e emprego, enquanto sobra fome, violência e vulnerabilidade”- diz Edson Lau
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Racismo Estrutural
Além disso, Edson também afirma que o racismo estrutural é um fato e que a sensação de viver em um espaço harmônico e de igualdade, é falsa.
“Daí a importância do Dia da Consciência Negra, para fazer com que haja no país uma discussão séria sobre a história dos negros e suas contribuições culturais e econômicas.
Para também ressaltar as consequências nefastas do racismo arraigado no seio da sociedade brasileira.
De fato, temos um senso comum (de cunho colonialista) do mito da democracia racial, como se todos no Brasil vivêssemos harmonicamente sem conflitos e tensões provocadas pelo racismo” – afirma Edson Lau.
Por fim, Regina Duarte está afastadas das novelas desde 2017, quando interpretou, Madame Lucerne em Tempo de Amar. A atriz, assim como outros grandes atores, não tem mais contrato com a Globo.
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