Atualmente, na grade da TV Globo o público pode acompanhar duas reprises de novelas na parte da tarde e mais três novelas “inéditas” na faixa da noite. Falamos inéditas pois um remake, não necessariamente repete as mesmas tramas da novela original. Dessa forma, alguns entrechos são atualizados à seu tempo e adequados à expectativa da audiência atual.
Por exemplo, em Elas por Elas, os autores Thereza Falcão e Alessandro Marson mudaram alguns perfis e nomes de personagens criados pelo autor, Cassiano Gabus Mendes. De maneira idêntica, Bruno Luperi também mudou os perfis de alguns personagens de Renascer. A atual novela das nove foi escrita em 1993, pelo avô de Bruno, Benedito Ruy Barbosa. Vem saber quais novelas ganharam remakes nos próximos meses.
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Quais serão os próximos remakes da Globo?
De fato, quando a história é boa, ela vale a pena ser contada novamente. Praticamente, todas as emissoras já recontaram histórias de antigas novelas em uma nova versão. Na Record TV, o sucesso de Escrava Isaura (2004) faz a emissora colocar a trama no ar, toda vez que precisa dar um up na audiência da tarde. No SBT, Silvio Santos adora fazer remakes de novelas mexicanas/ argentinas. Entre os sucessos “mais recentes” estão, Carrossel, Carinha de Anjo e Chiquititas.
Já a Globo é a que mais incrementa seus remakes para deixar a novela com cara de “nova”. Assim foi com Pantanal, Éramos Seis e Guerra dos Sexos. Nessa semana, o canal dos Marinhos encerra a versão de Elas por Elas. A produção reescrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson e com direção artística de Amora Mautner, não caiu nas graças do público.
Segundo o saudoso crítico, Tony Góes (1960-2024) a história idealizada Cassiano Gabus precisava de mais tempo de tela para o público acompanhar com calma a história das 7 protagonistas. O horário das seis, o tempo de arte é menor, tem dia que a novela tem apenas 40 minutos e fazer o público acompanhar sete histórias paralelas é bem complexo. No horário das seis, o público tende a gostar de histórias de épocas com menos personagens e histórias mais simples.
Renascer ainda não “renasceu”
#actampads1#De maneira idêntica, Renascer também não empolgou o público como foi com Pantanal. A novela que estreou (quase) no final da pandemia pegou um público saudosista e acompanhar histórias rurais no horário nobre. Agora, no entanto, a Globo acabou emendando duas novelas no mesmo horário com o mesmo pano de fundo: plantações, rios e personagens de chapéu.
Apesar do sinal de alerta, a Globo e outros canais vão investir em novos remakes. O público estava ansioso para assistir novas versões de Mulheres de Areia e A Viagem (ambas de Ivani Ribeiro), mas essas não progrediram na fila de produção. Ainda sim, para o ano que vem o público vai assistir: Vale Tudo (Globo) e Dona Beija (Max).
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Vale Tudo
Em maio de 1988, a Globo estreava Vale Tudo, a trama foi desenvolvida por Gilberto Braga (1945-2021) e escrita por, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004). Nos papéis principais: Regina Duarte, Antônio Fagundes, Gloria Pires e Beatriz Segall.
Todavia o elenco ainda contava com Carlos Alberto Riccelli, Renata Sorrah, Reginaldo Faria, Cássia Kis e muitos outros. De fato, a história inicia com a personagem Raquel (Regina Duarte) que foi abandonada pelo marido e se viu sozinha para criar a filha, Maria de Fátima, vivida por Glória Pires.
Maria de Fátima por sua vez, não mede esforços tão pouco consequências para integrar a alta sociedade carioca. Ela chega a desprezar a mãe que vende lanches na praia. Quando Maria de Fátima descobre que Raquel está apaixonada por Ivan, ela se sente ameaçada, uma vez que o empresário pertence a mesma família que seu noivo. Dessa forma ela se une a Odete Roitman para destruir esse romance.
Aliás, foi o talento das atrizes, Regina Duarte, Gloria Pires e Beatriz Segall que ditou o tom do sucesso de Vale Tudo. Ao final da trama, o suspense “Quem matou Odete Roitman?” parou o Brasil. Mas Vale Tudo ainda abordou outras discussões além da política e diferença de classes sociais. Um desses temas foi o alcoolismo através da personagem, Heleninha, vivida por Renata Sorrah.
Estreia de Vale Tudo
Na Globo, Vale Tudo foi reprisada apenas uma vez, em 1992. No canal Viva, a trama de Gilberto Braga foi ao ar duas vezes, duas vezes no Viva, em 2010 e 2018. Em 2002, a emissora Telemundo, braço hispânico da rede NBC, dos EUA comprou os direitos e em parceria com a Globo produziu o remake da novela com atores latinos. Vale Tudo deve estrear em meados de 2025.
Dona Beija
Grazi Massafera foi convidada para dar vida a uma personagem inspirada em uma história real. A personagem da trama é Ana Jacinta.
De acordo com a história, Ana é execrada da sociedade logo após perder a virgindade depois de ser vítima de um sequestro. Como resultado ela se torna a principal cortesã da região conquistando todos os homens que a humilharam. Inclusive seu ex-noivo.
Ademais, a sinopse da produção também adianta que Ana dará essa reviravolta: “Expondo a hipocrisia da sociedade patriarcal, Beja colocará a seus pés o ex-noivo Antônio e todos os homens que cruzam seu destino. E mostrará o caminho do empoderamento por meio da força do feminino que habita em todas as mulheres”.
Para quem não está lembrado, Dona Beija foi uma novela produzida pela extinta Rede Manchete (hoje RedeTV!). A trama de 1986 foi escrita por Wilson Aguiar Filho, dirigida por Herval Rossano e protagonizada por Maitê Proença.
Em 2009, no entanto, o SBT aproveitou o sucesso da exibição de “Pantanal” e também reprisou “Dona Beija”. No elenco, além de Maitê Proença, outros grandes nomes tiveram participações. É o caso de Arlete Salles, Gracindo Jr, Sérgio Mamberti (que faleceu em 2021) e Tarcísio Filho.
A telenovela buscou como base os livros “Dona Beija, a Feiticeira do Araxá” e “A Vida em Flor de Dona Bêja”. Assim, conta a história de Ana Jacinta de São José, mineira de Araxá.
Dona Beija também deve estrear em 2025. Por fim, veja remakes que não deram certos: