Essa semana, o nome de Claudia Leitte está fervilhando nas redes sociais. Tudo começou quando o Secretário da Cultura de Salvador fez um post polêmico criticando artistas que trocam nomes de Orixás por outros substantivos, apenas para não menciona-los devido a sua religião. Acontece que Claudinha Bagunceira trocou a os versos da música Caranguejo. Por ser evangélica, Claudia trocou “Iemanjá” por “Yeshua”, referência a Jesus em hebraico.
A postagem gerou um grande bafafá principalmente após famosos curtirem a opinião. Uma dela foi Ivete Sangalo. Já Carlinhos Brown defendeu Claudia Leitte: “O Guetho é uma casa laica. Todas as pessoas têm direito a ter suas manifestações. (…) [A atitude de Claudia] É uma coisa que eu não queria estar falando porque é polêmica, e eu tenho uma espiritualidade muito acentuada. Mas eu posso te garantir que Claudia Leitte não é uma pessoa racista”.
- Veja também – Rodrigo Faro é a aposta do SBT para fortalecer os sábados e bater de frente com Marcos Mion na Globo
O que aconteceu com Claudia Leitte?
No meio do furacão, Claudia Leitte foi lembrada por Léo Áquilla por outra polêmica. Há alguns anos atrás (entre 2007 e 2009) Léo (que é uma mulher trans) atuava como repórter do TV Fama da RedeTV! Em uma de suas coberturas ela entrevistou Claudia Leitte e seu marido, Márcio Pedreira. E foi ai que outra polêmica surgiu.
“Se você gosta de Claudia Leitte, problema é seu. Eu não tenho nada a ver com isso, porque não gosto. Tenho razões e motivos de sobra para isso. Essa mulher vem causando desconforto há muitos de nós há anos. Eu já tive uma experiência péssima com ela e com o marido quando eu era repórter na RedeTV! e ela estava grávida do primeiro filho”- iniciou a Coordenadora Municipal da Diversidade.
“Eu, entrevistando, perguntei: ‘E se o seu filho, quando crescer, se assumir gay?’. Eles responderam por livre espontânea vontade: ‘Meu filho não vai ser gay, porque ele vai ser bem criado’. Tem dois erros gravíssimos nessa fala. Primeiro, que nós não somos LGBT’s porque fomos mal criados. Aliás, ao contrário, muitos de nós fomos criados com muito amor e com muito carinho”- relembrou.
A repercussão da pergunta e da resposta não foi muito bem recebida na diretoria da RedeTV!: “Não existe culpado nisso, assim como não há cura para aquilo que não é uma doença. Naquela época, talvez ela nem saiba disso, a RedeTV! me mandou embora por causa disso. Ou seja, eu sou repórter, eu faço uma pergunta, eles de livre e espontânea vontade deram responderam aquilo que achavam que tinha que responder e quem paga o pato sou eu”- concluiu Léo Áquilla.
Relacionadas
Inimizade entre Marcos Mion e Serginho Groisman explode na Globo e motivo vem à tona
12 famosos que são verdadeiros clones dos pais ou têm filhos muito idênticos
Virginia celebra 50 milhões de seguidores com festa luxuosa em São Paulo: “Muito grata”
“Iemanjá” por “Yeshua”
Lá em 2004, Claudia Leitte, ainda integrante do Babado Novo, fez um grande sucesso com a música “Caranguejo”. Nos versos, a letra de Axé diz: ‘Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá’. Em 2008. Claudinha saiu do grupo. Em 2012, a cantora se converteu e virou evangélica. Desde então, Leitte passou a cantar a música trocando Iemanjá’: ‘Joga flores no mar/Só louvo meu rei Yeshua’ (‘Yeshua’ significa ‘Jesus’ em hebraico).
No Faustão, em 2023: Claudia falou sobre sua conversão: “Eu sou cristã, sou crente, crente mesmo. Fui batizada nas águas em 2012, estou passando por um processo de transformação”.
“Eu descobri que não é assim… Da noite para o dia você se tornou uma belíssima e brilhante criatura (…) A minha escolha de ser cristã foi de dentro para fora. Eu queria muito Jesus. [Foi uma escolha] muito consciente”- disse a artista no Faustão da Band.
Para Pedro Tourinho (Secretário de Cultura e Turismo de Salvador) a troca da letra soa como um grande desrespeito. O secretário fez um post onde afirma que tão ação é um “racismo”.
“Quando um artista que se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e a cultura, reverencia a percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo”– disse Tourinho.