Aos 75 anos de idade, Gal Costa é uma das maiores cantoras do Brasil, que acumula uma carreira extensa e muito produtiva.
Tudo começou quando João Gilberto a encontrou em Salvador e disse “Você é aquela menina que canta bem? Vá buscar seu violão”. Então Gal Costa não pensou duas vezes e foi correndo em sua casa buscar o instrumento.
Sobre o episódio a artista comenta: “Corri em casa, peguei meu violão. Ele cantou e pediu para eu cantar, e assim foi. Quando parei de cantar -um repertório basicamente dele, que eu conhecia todo-, ele disse ‘você é a maior cantora do Brasil’. Nossa, foi um choque. Fiquei louca. Meu maior ídolo. Nunca tinha nem saído da Bahia.”
Gal Costa faz lançamento da música: “Nenhuma Dor”
Depois de anos de carreira a cantora ainda está bastante ativa e, agora lança “Nenhuma Dor”, um álbum criado com releituras do seu próprio repertório e, que agora ela canta ao lado de outros artistas mais jovens.
Tudo sem perder em nenhum momento as características herdadas de João Gilberto.
“Minha grande e fatal influência é João. Ele era um homem que tinha aquele canto com uma estética absolutamente genial. E acho legal que essa galera jovem tenha influência do meu próprio trabalho também, que sou uma mulher. Então, essa é a conexão”, diz ela sobre o outro artista.
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Gal Costa e seu legado
Gal Costa participou ativamente do fenômeno da Tropicália, se opondo ao governo militar, vigente no Brasil até 1985.
Durante um dos piores períodos da ditadura, nomes como Caetano e Gilberto Gil estavam em seu exílio em Londres. Enquanto isso, no Brasil, Gal preparava o seu show “Fa-tal”, que tinha como característica principal a estética tropicalista, só que amadurecida.
Ela mesma já falou abertamente sobre isso:
“Não tinha condições financeiras [de sair do país]”, diz. “Era um show na linha tropicalista, os arranjos e o jeito que eu me vestia. Mas eu sentia muito o peso daquela caretice, daquele moralismo, daquele conservadorismo.”
Gal Costa fala sobre os fatos atuais devido à pandemia
Durante o atual momento em que o país passa por uma grande crise ocasionada pela pandemia, Gal lamenta os fatos e, inclusive se posiciona contra a gestão do atual presidente Jair Bolsonaro.
“Tá muito difícil com Bolsonaro. Fora Bolsonaro. Não sou uma pessoa que entende muito de política, mas acho que o regime democrático é o melhor para se conviver com as diferenças. E acho que o governo tem a obrigação de cuidar das pessoas. Acabar com a desigualdade social. Na pandemia, ficou evidente a miséria e a pobreza. Todo governo tem obrigação de cuidar dos mais pobres, do bem-estar e da saúde do povo. O que é isso, é mais pra esquerda, né?”.
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