Depois de uma ligeira recuperação em fevereiro, quando as vendas externas de artigos têxteis e confeccionados subiram 6% na comparação com janeiro, em março as exportações voltaram a cair. Em valores, foram exportados US$ 190,7 milhões, uma queda de 1,95% em relação a março de 2006. No acumulado dos três primeiros meses do ano a baixa é de 0,70% sobre igual período de 2006, com embarques de US$ 525 milhões em mercadorias (matéria-prima e produtos manufaturados).
Incentivadas com a baixa do dólar, as importações, ao contrário, vêm aumentando. No mês passado, o crescimento foi de 38% sobre março de 2007. As compras externas de roupas aumentaram 12,8% em valores em comparação com igual período em 2006. No acumulado de janeiro a março, o aumento é de 21%.
Além dos fatores macroeconômicos desfavoráveis, como a alta carga tributária e juros elevados, a indústria têxtil enfrenta ainda a concorrência desleal dos produtos importados, com indícios de subfaturamento, falsa classificação fiscal e descaminho, apesar dos esforços da Receita Federal para intensificar a fiscalização. Em março, por exemplo, o preço médio do vestuário importado ficou a US$ 8,74 o quilo, valor bem abaixo do praticado em outros países, como na Argentina, onde o preço médio do quilo do vestuário, em 2006, foi de US$ 17,86; ou nos Estados Unidos, cujo quilo é US$ 17,37%. Em fevereiro, 62,2% do volume total de roupa importada registraram o preço médio foi de US$ 4,67 kg. “É fisicamente impossível produzir um quilo de vestuário a este preço”, afirma Pimentel.
Outros indícios de irregularidades detectados pela entidade em fevereiro foram a compra de 230 mil pares de luvas de lã a US$ 0,07 o par e a entrada de 57 mil biquínis custando US$ 0,38 a unidade.
Mobilização Nacional
No dia 18 de abril a ABIT irá realizar uma Mobilização no Congresso Nacional para entregar aos parlamentares uma proposta para implantação do Super Simples para todo o setor. O objetivo é simplificar os impostos para que a indústria têxtil e de confecção tenha mais competitividade, possa realizar mais investimentos e gerar mais empregos. Durante o ato será apresentada uma radiografia do setor, com informações sobre a sua potencialidade e os danos causados pela concorrência desleal. Na oportunidade, a entidade irá sugerir a implementação de medidas que intensifiquem ainda mais a fiscalização de mercadorias importadas e a realização de acordos comerciais com os principais países compradores de têxteis e de vestuário.
Fonte: ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e da Confecção.
Matéria indicada pelo site Carreira Fashion.