Zoomp
Os novos planos envolvem uma forte estratégia de marketing para reativar a imagem da Zoomp no desejo do consumidor, uma nova lapidação do produto e investimentos “brutais” (nas palavras do estilista) na equipe de criação. “As novas coleções serão mais científica e mercadologicamente preparadas. Uma nova configuração da moda está surgindo no Brasil, não com tempestades, mas com céu de brigadeiro”, diz.
O que está ocorrendo é a reestruturação do sistema inteiro da moda brasileira e mundial. As grifes já não conseguem se manter com a formação familiar ou personalista de sua origem. Os negócios, para sobreviverem, estão sendo transferidos para técnicos capazes de elaborar estratégias de marketing e vendas altamente profissionalizadas e agressivas.
Houve um tempo que não era exatamente assim. Quando Kherlakian fez o seu primeiro jeans, há 32 anos, o Brasil era um país mais provinciano, com raras importações no mercado de moda. Os principais rivais da Zoomp eram a calça 501 da Levi’s e outras marcas nacionais -como a Soft Machine e a San Sebastian, hoje extintas.
A Zoomp dedicou-se exclusivamente ao jeans até o final dos anos 70, abrasileirando e modernizando o design das peças. Nos anos 80, Kherlakian passou a produzir uma linha casual chique. Pela equipe de criação da grife passaram estilistas hoje famosos, como Alexandre Herchcovitch e Jum Nakao.
Grandes investimentos de marketing buscaram internacionalizar a marca nos anos 90. A empresa chegou a ter oito escritórios na Europa e dois nos EUA. O sucesso foi tão grande, que ela começou a ter suas roupas pirateadas no Brasil, com nomes como Zoemp e Zaamp.
Nos últimos anos, a Zoomp parecia estar caminhando lentamente para o ostracismo. “Nós revolucionamos a modelagem do jeans, mas o Brasil foi aos poucos ficando para trás na tecnologia do produto e no marketing”, diz o estilista.
Fonte: Folha de São Paulo