A Nelta nos mandou esse comentário que resume bem as dificuldades enfrentadas por uma empresa recém nascida:
Pois bem, neste período a verba acabou, os funcionários – igual a qualquer área – nem sempre correspondem com o conteúdo da entrevista, os fornecedores não acreditam em novatos e por último, o mercado cada vez mais competitivo. Hoje estou c/ dívidas e sem vendas.
Conclusão, que uma empresa, hoje em dia, quando constituída, tem um prazo muito curto (em relação ao passado), para reagir e começar ao menos se sustentar. Tributos são altos, a concorrência é desleal, enfim, tudo é muito complicado. Penso, que para prosperar o pequeno e médio empresário têm duas saídas, uma é ter uma reserva bem maior do que o estimado para suportar os percalços, outra é ter um grande capitalista que acredite e invista no seu negócio.
E também é muito importante o trabalho feito em relação a MARCA de serviço ou produto, esta, então, precisa de muita propaganda – que também é algo oneroso para o empreendedor.
Boa Sorte para quem está começando.”
O Brasil está entre os países mais empreendedores do mundo, no entanto, a taxa de mortandade das pequenas e micro empresas é enorme. Muitas vezes por falta de conhecimento, planejamento e condições propícias para o crescimento saudável destas empresas.
O comentário da Nelta descreve bem sobre as dificuldades enfrentadas pelos empreendedores ao abrir seus negócios. O que mais vejo entre as pessoas é o desejo de serem donas do próprio negócio e de forma corajosa partem munidas de um sonho e quase nenhum planejamento, pensam que em seis meses estarão ricas e que os clientes cairão do céu, mal sabem elas a dificuldade e o custo para conseguir e depois manter cada cliente.
Com tantas premissas erradas seus sonhos já nascem condenados, quem abrir uma empresa, tem que se perguntar: já tenho cliente para esse produto ou serviço? Como vou conseguir novos clientes? Esse produto/ serviço tem preço, qualidade e prazos competitivos? Qual o meu diferencial? Tenho fluxo de caixa suficiente para manter a empresa em seus primeiros anos, enquanto o caminho da sustentabilidade se solidifica? Estou consciente de que uma empresa pode demorar três, quatro, cinco anos para começar a dar retorno?
Outro erro comum ao abrir uma empresa é pensar só no produto e esquecer a área comercial que é o caminho do dinheiro, produto é importante, mas é o dinheiro que tornará a empresa auto-sustentável e ele está no departamento comercial.
Outra armadilha é o planejamento, bicho papão para a maioria dos brasileiros. Nós simplesmente não sabemos planejar e sem um plano de negócios é muito fácil de se perder, é como um avião que sai pelos ares sem um plano de vôo, isto é, sem uma trajetória definida para alcançar o ponto de chegada. Em outras palavras, um plano de negócios é o como, quando e onde queremos chegar. Qual o melhor caminho, como solucionar possíveis percalços, o que preciso fazer para alcançar as metas…
Às vezes, simplesmente esquecemos de fazer ( ou deixamos para amanhã porque estamos sem tempo) uma continha simples, que pode ser a diferença entre o sucesso e fracasso, que é colocar todas as despesas no papel e verificar quanto preciso vender para cobri-las e como vou chegar nesse número. Se num mês você não alcançou o necessário, não tem jeito, no outro tem que compensar. Se a situação começa a se repetir, tenho que focar na solução, elaborar nova estratégia e correr atrás do prejuízo, pois o comum é justificar o mau desempenho, colocar a culpa na economia, na China e nada fazer para reverter a situação, quando finalmente cai a ficha, a empresa já está cheia de dívidas e com problemas crônicos.
Estas são apenas algumas das questões que farão a diferença entre o caminho do sucesso ou do fracasso de uma empresa. Sempre pensamos que conosco será diferente, mas o que de fato estamos fazendo para ter resultado diferente? Para ser diferente é preciso fazer diferente!