Empresários do setor, liderados por Josué Gomes da Silva, vão a Brasília
entregar lista de reivindicações
Pressionada por uma de suas piores crises, a indústria têxtil e de confecção entrega hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, documento com um pacote de propostas para melhorar a competitividade do produto brasileiro no exterior e no mercado doméstico.
Muitas empresas engavetaram planos de aumento da produção, passaram a demitir e a apostar em investimentos no exterior, conta Josué Gomes da Silva, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), líder do grupo de empresários que vai a Brasília.
Segundo ele, o setor não suporta mais a concorrência das importações ilegais, principalmente da China, nem a excessiva carga tributária que tira competitividade das exportações brasileiras e atinge de forma contundente setores de mão-de-obra intensiva como o têxtil, que mantém cerca de 1,65 milhão de empregos diretos no País. Desse total , 70% são ocupados por mulheres. "Se as condições corretas não forem adotadas, o setor vai diminuir", diz o presidente da Abit.
O setor textil defende:
· Desoneração fiscal, por meio da redução de encargos sobre a folha de pagamentos e do corte das alíquotas de tributos indiretos, como o PIS e a Cofins.
· Negociação de acordos bilaterais de comércio com os principais mercados têxteis do mundo, especialmente Estados Unidos e União Européia, coisa que não existe hoje.
· Combate a fraudes, principalmente as praticadas nas importações, como falsa declaração e subfaturamento, que se caracteriza pela documentação de mercadorias a preços inferiores aos realizados, diminuindo a base de cálculo dos tributos.
· Concentrar as importações de produtos têxteis e de confecções, e de outros setores, em apenas alguns portos.
(Marcelo Rehder)