A recente redescoberta da moda pelo brasileiro, a partir de eventos como a São Paulo Fashion Week, e as nada estáveis estações do ano no país – ora com invernos cálidos ora com gélidos verões – foram os pontos de partida para o nascimento de um novo conceito: o “fast fashion”.
Trata-se da substituição das tradicionais coleções de inverno e verão, com lançamentos duas vezes ao ano, pela renovação contínua dos estoques dos lojistas, com a oferta de lotes cada vez menores. “É o desdobramento do que chamamos “fenômeno Zara”, rede que obteve sucesso ao colocar novidades duas vezes por semana nas vitrines”, completa Sônia Hess, presidente da Dudalina.
Roupa ou moda? Entre os lojistas, há divergências sobre a chamada “pronta-moda”. “Uma coisa é vender roupa, outra é vender moda. Neste caso, é preciso garimpar diferenciais freqüentemente”, afirma Orival Henrique Seola, da loja multimarca catarinense Mary Modas.
“Duas coleções [por ano] já são mais que suficientes. Caso contrário, não há giro de estoque”, discorda Suzana Kamphorst, da Dummy. Na avaliação de sua sócia, Eliana Luvian, a “tendência tem sido imposta pelos fabricantes que querem desovar seus lançamentos rapidamente, aumentando os custos ao consumidor”.
O diretor da Abit (associação do setor têxtil) Fernando Pimentel rebate: “Mesmo a Zara tem uma coleção mais fixa, com peças básicas que atravessam o ano todo. O que se quer com o ‘fast fashion’ é dar mais opções aos clientes”.
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