Dona de uma carteira de 14 milhões de cartões de crédito, a C&A é uma das maiores emissoras de cartões do país e foi pioneira no varejo a explorar serviços financeiros, como empréstimos pessoais. Estima-se que esse negócio represente um terço da sua receita no Brasil.
Além de sair na frente no mercado financeiro, a C&A também conseguiu firmar-se como uma marca de moda e não apenas de roupas, o que foi feito a custas de graúdas verbas de marketing. Há alguns anos, a rede chegou a pagar o megacachê da top Gisele Bündchen para tê-la como garota-propaganda. A varejista também sempre testa a venda de novas categorias como celulares, maquiagem e, mais recentemente, produtos eletrônicos.
Um das suas maiores armas é o preço. Ao aliar estratégias agressivas de marketing e preços baixos, a C&A ergueu uma barreira para a entrada de seus concorrentes, principalmente na região Sudeste, onde estão concentradas 60 de suas lojas. No site da varejista, a empresa informa que hoje possui 113 unidades no Brasil.
De acordo com um relatório divulgado pelo banco Credit Suisse em março, os preços da C&A e da Riachuelo costumam ser, em média, entre 15% e 10% mais baixos do que os da Renner. Os preços desta, por sua vez, são normalmente 50% a 60% mais baratos do que os da espanhola Zara, que só chegou ao Brasil mais recentemente.
No ano passado, estima o Credit Suisse, a C&A faturou cerca de R$ 3,080 bilhões, enquanto a Riachuelo e a Renner fecharam o ano com vendas brutas de R$ 1,137 bilhão e R$ 1,538 bilhão, respectivamente. Como este é um setor ainda dominado por pequenas lojas e pelo comércio formal, as três concorrentes juntas possuem só 7% do mercado. Em contrapartida, isso mostra que, ao oferecer crédito, essas redes ainda têm muito espaço para crescer.
(Valor Econômico, Claudia Facchini, 26/04/2006)