O poderoso poder de compra da baixa renda no Brasil


Tarsila do Amaral – ‘Operários’-1933

O nosso país, como não é novidade para ninguém, tem uma grande desigualdade social na distribuição da renda. O que chama atenção é a participação da classe de baixa renda no mercado de consumo chegando a representar 65% dos lares brasileiros. O incrível é que esta população que engloba as classes C D e E, movimenta aproximadamente 512 bilhões de Reais por ano.

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Nos últimos anos, programas do governo como Bolsa Família conseguiram tirar famílias da linha abaixo da pobreza, mas não conseguiu diminuir o número da população de baixa renda, este ingrediente aliado ao crédito facilitado é a receita ideal para o boom deste mercado. Hoje, já existem muitas empresas com produtos e esforços de comunicação direcionados somente a este segmento.

Por exemplo, produtos como cosméticos antienvelhecimento, cremes masculinos de limpeza e hidratação, filtro solar e produtos para cabelos ganham participação cada vez maior na lista de compras do consumidor de baixa renda. No Wal-Mart, o crescimento do consumo deste segmento é observado pela migração da compra de produtos básicos para os de preços intermediários. Em tratamento corporal, a rede registrou incremento de 13% nas vendas para as classes C e D. Elas migraram de cremes básicos para produtos de cuidados especiais, como os anticelulite e de autobronzeamento. É a conseqüência do amadurecimento do mercado, os consumidores estão mais exigentes e com maior poder de compra.

Abaixo alguns traços deste consumidor para estreitarmos nosso olhar e percepção a respeito deste público:


 
Valores e Conservadorismo

A população de baixa renda adota comportamentos muito mais conservadores quando comparados à atitude mais liberal da elite. Na verdade, o público de baixa renda não pode errar na escolha do produto, então muitas vezes, preferem até pagar mais caro por marcas conhecidas que diminuem a margem de erro na hora da compra. Isso faz com que sejam mais fiéis às marcas.

Exclusivo x Inclusivo

Enquanto a classe alta gosta de produtos e serviços exclusivos a de baixa renda busca produtos que ofereçam a idéia de inclusão, de um sentimento de pertencimento. Este consumidor já se sente excluído da sociedade, portanto o consumo torna-se uma forma de sentir-se parte integrante dela.

Contato face a face

A cultura popular brasileira valoriza muito o contato face a face, as dicas da comunidade são de muita relevância para este consumidor. Uma oportunidade para o negócio porta a porta.

Portanto: Atenção! TV de Plasma, por exemplo, não é mais artigo da elite,  ela pode ser paga em várias prestações e ser adquirida pelo consumidor de baixa renda. Se eles compram TV de Plasma o que mais falta para ser consumido?

Fonte:
www.mundodomarketing.com.br
http://www.estado.com.br

Por Alessandra Janaudis Gimenez

(Alessandra Janaudis Gimenez é pós-graduada em Ciências do Consumo pela ESPM, atua na área têxtil há 7 anos com passagens pela Cia Hering, Vicunha e Rosset. Hoje faz parte do time de compras na Adar Milenium – importadora de tecidos para o mercado de moda. E-mail: alejanaudis@gmail.com .)

Alessandra: Alessandra Janaudis é especialista em vinhos com certificação nível 3 avançado pela Wset - Wine Spirit Education Trust, renomada escola de Londres, e pela Wine Scholar Guild vinhos italianos. Formada em publicidade pela FAAP, pós-graduada em Ciências do Consumo pela ESPM e em Moda e Criação pela Santa Marcelina. Cursou Cool Hunting na Domus Academy de Milão. E-mail de contato calvi.janaudis@gmail.com

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