Estou muito feliz com este espaço no Fashion Bubbles! Então, com muito entusiasmo, vou compartilhar com vocês nossa jornada de mudança de vida. Neste e nos próximos posts, vou contar tudo como é morar na Itália. Como saímos de São Paulo e como é viver na Itália.
Vamos lá então! No dia 23 de janeiro de 2021 eu e meu marido Ettore saímos do Brasil, rumo à uma nova vida na Itália.
Mas nada começou por acaso.
Eu já tinha esse sonho de morar na Itália, desde a primeira vez que passei cinco meses em Milão, em 2011. Ettore é filho de italiano, portanto, tem uma parte da família na Itália.
Tudo começou com um planejamento financeiro e conhecimento do idioma italiano, sem os quais, sem dúvidas, a permanência e adaptação por aqui seriam bem mais complicadas.
Porém nada foi como imaginávamos!
Nosso plano começou no fim de 2019, mas infelizmente a pandemia adiou tudo. Então tivemos que esperar o momento certo até que pudéssemos fazer tudo com o máximo de segurança possível.
No fim de 2019, eu já tinha pedido demissão do meu trabalho e organizado tudo para viver na Itália. Porém, fomos obrigados a voltarmos tudo para trás. Porém com muita sorte, acabei não me desligando da empresa em eu que trabalhava e continuei na ativa até o fim de 2020.
Imaginem que a nossa passagem era para dia 8 de abril de 2020. Em março, a região da Lombardia, depois da China, era o lugar com maior incidência no mundo de casos de Covid-19, justo o nosso destino!
Me lembro do meu pai me dizer com um olhar triste: “Nossa, que pontaria de vocês, decidiram mudar para o local mais afetado do mundo? ” Certamente, mal sabíamos o que estava por vir! Visto que naquela época somente a Itália estava nesta situação.
Cancelamos a viagem em março de 2020
Detalhe: já havíamos entregue nosso apartamento alugado e estávamos na casa da minha mãe desde fevereiro de 2020. Depois, tivemos que alugar outro apartamento em São Paulo e então ficamos por lá mais um ano em compasso de espera.
Enfim, tomamos coragem, respiramos fundo e pegamos o voo para Milão com escala em Lisboa em janeiro de 2021.
Como colocar duas vidas em seis malas de 23 kg?
Vocês podem imaginar? Foi com muito desapego, fotografei tudo, fizemos muitas doações, algumas vendas e com muita coragem e fé no coração e, principalmente apoio das famílias no Brasil, demos mais um passo rumo ao nosso sonho.
Por sorte, meus pais moram em uma casa com espaço. Então, pelo menos nossos livros, que não são poucos, conseguimos deixar com eles. Ufa!
Seguimos para Lisboa e ficamos por 15 dias até conseguirmos embarcar para a Itália. Naquela época, a fronteira Brasil-Portugal estava aberta, mas logo que chegamos, cerca de cinco dias depois, as fronteiras fecharam.
Itália: não dava mais para voltar atrás
Assim, seguimos em frente! Ficamos em lockdown por 15 dias no centro de Lisboa, em um Airbnb de 30 metros quadrados, de onde saíamos somente para ir ao mercado e lavanderia, em outras palavras, estávamos confinados.
A cidade estava com todo o comércio fechado e Portugal tinha os piores índices de contagio de Covid-19 do mundo. Ouvíamos pela janela as sirenes das ambulâncias. Era assustador!
A foto da mesinha abaixo ilustra bem nossos dias. Era o espaço que contávamos para almoçar, jantar e trabalhar! Porém, sempre com “um frio na barriga”. Será que conseguiríamos entrar na Itália, visto que a situação não era nada animadora ?
Contudo, com muito álcool gel, máscara e a janela do Airbnb como nossa companheira, sobrevivemos! Fizemos PCR para entrar em Portugal e também para pegar o voo para Milão no dia 7 de fevereiro de 2021.
Aleluia! Chegamos em Milão!
Moramos por um mês em um Airbnb, era pleno inverno, e com um sistema de aquecimento que funcionava muito mal. Por isso quase congelamos lá dentro.
O espaço era uma taverna e a proprietária morava em cima. Nas fotos, parecia muito confortável. Na realidade tinha bastante espaço, porém gelado! Imediatamente começamos a procurar um local definitivo para morarmos. Assim, os desafios continuavam!
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Até que conseguimos finalmente alugar um apartamento confortável que vivemos hoje.
Contudo, não foi nada fácil a tarefa de encontrar um local para morar na Itália. Assinar o contrato de aluguel e principalmente encontrar um locador que aceitasse nossas garantias. Neste ponto, posso dizer que tivemos a ajuda do primo do Ettore e um pouco de sorte.
O corretor de imóveis que simpatizou conosco, também nos ajudou um pouco. Ele conhecia o Brasil e teve uma experiência muito boa nas suas férias com os brasileiros. Assim, a conversa e as negociações ficaram mais amigáveis, ufa!
Vocês sabem a maior dificuldade para alugar um apartamento na Itália?
Explico: eles exigem a busta paga (holerite) para quem acabou de chegar. Mas não é tão simples já conseguir um emprego com contrato registrado logo na chegada. Diria que beira o impossível, a não ser que você já venha do Brasil com um contrato de trabalho acertado aqui.
Então, terminada a saga da chegada, documentos, apartamento e muita mas muita burocracia, hoje estamos bem estabelecidos no centro histórico de uma pequena cidade situada a 20 quilômetros do Centro de Milão. Finalmente conseguimos respirar um pouco mais aliviados!
Hora de curtir as belezuras da Itália!
A cidade que moramos tem aproximadamente 26 mil habitantes enquanto que nossa cidade natal, São Paulo, tem cerca de 12 milhões!
Este já foi o grande impacto na diferença de estilo de vida. Confesso que nos primeiros dias pensei: “Gente, será que vou me adaptar ? Tudo parece muito lento por aqui!”
Contudo, não é bem assim…
Milão está ao nosso lado e aos poucos fomos nos acostumando com a mobilidade. Para chegarmos em Milão, gastamos cerca de 30 a 40 minutos, entre uma parte de carro e outra de metrô.
Contudo, sempre temos compromissos em Milão e na cidade que moramos, aproveitamos para fazermos smart working , relaxar nos fins de semana e além de curtir a natureza.
Os arredores são zonas agrícolas com muito verde, parques e plantações. Uma parte da família do Ettore mora nesta zona. Confiram nossa colheita de morangos e berinjelas em um dos fins de semana em família.
O ritmo de vida é outro. Por exemplo, o horário do almoço é sagrado, muitas pessoas voltam para casa, cozinham e depois voltam para o trabalho. Essa é uma das diferenças entre tantas outras!
Desse modo, o happy hour fica por conta do aperitivo, próximo das 17h. Os bares, enotecas e restaurares exibem suas mesinhas para fora e viram o ponto de encontro. Entre drinks e petiscos, sem dúvida a conversa é super animada.
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A relação dos italianos com o alimento é algo muito importante
Aqui no centro histórico acontece um mercado muito tradicional com alimentos, roupas, utensílios de cozinha etc.
Assim, o que mais gosto de fazer é parar e conversar com os produtores. Muitos deles conhecem seus clientes pelo nome.
Outro dia, o primo do Ettore me contou que este mercado era famoso antigamente por ser um centro de referência de venda de animais. Assim, os agricultores da época frequentavam o centro histórico para comprarem porcos, vacas e galinhas. Hoje isso não acontece mais. Dessa forma, este mercado é considerado um dos mais tradicionais da região.
Em resumo, temos um pouco dos dois mundos: o agito de Milão bem pertinho e a vida mais calma de uma pequena cidade. Estamos felizes com a escolha que fizemos de viver na Itália!
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A cidade que moramos se chama Vimercate. Já ouviram falar?
Esta localizada na província de Monza e Brianza e tem mais de dois mil anos de história. Alguns achados arqueológicos datam da época Romana. A Igreja Santo Stefano e a Ponte di San Rocco, por exemplo, exibem também parte de suas construções datadas da Idade Média.
Dessa forma, a partir do século XVI, Vimercate começa a abrigar residências de verão de famílias nobres. O Palazzo Trotti, hoje sede da prefeitura, e a Villa Sottocasa, sede do MUST-Museo del Territorio, são belíssimos exemplos da arquitetura desta época.
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E assim, a cada dia descobrimos novos lugares, sabores e histórias.
Nos próximos posts continuo a compartilhar mais do nosso dia a dia, como é viver na Itália, viagens, moda em Milão, trabalho, amigos e muito mais!
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Sobre a colunista
Alessandra Janaudis, formada em publicidade pela FAAP, pós-graduada em Ciências do Consumo pela ESPM e em Moda e Criação pela Santa Marcelina. Cursou Cool Hunting na Domus Academy de Milão. Hoje mora na Itália e tem um projeto de correspondência de moda para empresas brasileiras com fotos de vitrines, produtos e tendências diretamente de Milão .
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