Hospitalidade, Moda e Vanguardismo
“Hoje, mais do que nunca, a moda condiciona nosso estilo de vida, transcendendo o que o que vestimos e alcançando o lugar onde moramos, os…
“Hoje, mais do que nunca, a moda condiciona nosso estilo de vida, transcendendo o que o que vestimos e alcançando o lugar onde moramos, os restaurantes que freqüentamos, os automóveis que dirigimos, os lugares em que passamos as férias e os hotéis em que nos hospedamos.” Afirmou Giorgio Armani numa entrevista recente. O designer e estilista inaugurou há cerca de 3 anos, em Dubai, um novo conceito de hotel de luxo.
Um conceito cada vez mais em voga, porque Philippe Starck e outros designers nos últimos anos já entregaram ou estão projetando diversos hotéis, lojas, restaurantes, condomínios e spas de luxo ao redor do mundo. No caso do Hotel Armani, sua marca fornece, o projeto, o conceito e a marca-grife Armani ao empreendimento, assina o mobiliário e as instalações.
Depois de espraiar a presença de sua grife para além das fronteiras das roupas e acessórios, com o conceito Armani Casa, o estilista italiano funde moda e luxo e eleva a fama de sua marca para o setor da hospitalidade. Em Bali é a marca Bulgari que assinou um novo e luxuosíssimo hotel. Em Golden Beach na Austrália, quem deixou o rastro de sua marca foi Versace e na América Latina, em Buenos Aires, o Faena, ‘grandhotel’ de luxo by Philippe Starck já é referência na hospitalidade porteña. Acima de tudo são hotéis conceituais, hotéis com referencial de moda e design, hotéis butiques com uma série de atributos emocionais e sinestésicos internalizados na sua criação, projeto e na própria gestão.
Fendi
Os grandes e renomados criadores, cultuados pela mídia e pelos papas da moda e pelas celebridades, não cansam de sobrepor limites para sua ânsia de levar a moda e o luxo para os mais diversos setores do consumo. Em um suntuoso palacete romano A Fendi inaugurou recentemente uma loja projetada para abrigar por detrás da fachada do século XIX, seus preciosos sapatos e bolsas, roupas e peles. Ali pouco se vende, é uma loja-mostruário, um museu de criações nobres e únicas. Templos ou palácios de objetos de sonho artesanalmente concebidos e tratados com a mesma pompa e honraria dispensada a nobreza na corte.
Hoje em dia, a diferenciação e a sofisticação dos serviços na área do turismo e da hospitalidade se associam ao universo cool da moda e juntos ampliam seu assédio sobre uma base de clientes com um perfil psicológico jovem e contemporâneo. Este público consumidor e atento por lançamentos, não quer apenas criatividade e um conceito que linka design e moda. Eles querem estar na vanguarda da experimentação.
Estes hiperconsumidores burgueses e boêmios não se contentam em consumir só status, experiências, estilos de vida e sensações, eles querem produtos e serviços que ainda nem tem concretização material. Eles querem ser os precursores ou “early adopters” dos conceitos inovadores que ainda estão por vir. Se paga mais pelo acesso e reconhecimento ao seleto mundinho dos gatekeepers.
A sofisticação não é mais a mesma faz tempo, a lógica de um culto da tradição intemporal cedeu lugar à febre do fast fashion, do diferencial de ser o experimentador e ser avant garde do mercado.
Em Buenos Aires, o Faena, ‘grand hotel’ de luxo by Philippe Starck já é referência na hospitalidade porteña
Bulgari – Hotel em Milão
Bulgari – Hotel em Bali
Por Sérgio Lage
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