Símbolo máximo do luxo, o modelo da Hermès foi criado nos anos 80 e até hoje é um dos mais cobiçados do mundo. As bolsas Birkin são produzidas inteiramente à mão, envolvem cerca de 72 horas de trabalho de artesãos experientes e custam no mínimo 30 mil reais. Esses fatores já seriam mais que suficientes para transformá-las em um item exclusivo, mas no universo da arte, a imaginação foi além. Hoje, o modelo Birkin é o preferido de pintores, escultores e grafiteiros, que o transformam em uma tela para expressar toda a sua criatividade e técnica.
Ao se deparar com imagens do trabalho de Barbara Ségal, muitos pensam se tratar da foto de uma edição marmorizada do clássico modelo Hermès. O engano se deve à perfeição com a qual Barbara esculpe as “réplicas” da peça, em pedras selecionadas à dedo e talhadas inteiramente à mão. A escultora é graduada em Pratt e ganhou ainda mais notoriedade após aparecer no Instagram da cantora Rihanna, após ser destaque em publicações de peso como Elle e NY Post.
Todas as bolsas esculpidas por Barbara tem o tamanho exato da original e incluem todos os seus detalhes, como as tags e dobras em couro, costuras perfeitas e até mesmo o cadeado – que ela esculpe da mesma rocha que a bolsa e depois pinta em tons metálicos.
As obras dela custam entre U$ 45.000 e U$ 65.000 – uma soma robusta, mas é interessante considerar que uma Birkin vintage original já chegou a ser vendida por mais de U$ 370.000 em um leilão da Christie’s. Novas e compradas diretamente na loja da Hermès, as bolsas podem chegar facilmente na soma dos U$ 200.000, dependendo das customizações escolhidas.
Muitos artistas utilizam a simbologia luxuosa das bolsas Birkin para contestar nossa relação com o consumo e a ostentação. Em 2012, o fotógrafo e publicitário Terry Shields foi alvo da ira da internet após uma sessão de fotos na qual sua então namorada Francesca Eastwood destruía uma Birkin de mais de U$ 100.000. Nas imagens, a filha de Clint Eastwood usou uma serra elétrica e colocou fogo na peça, despertando inúmeras críticas e até mesmo ameaças de morte. Polêmicas a parte, o artista conseguiu abrir diálogos sobre a maneira como cultuamos objetos de consumo.
As bolsas Birkin também servem de moldura para muitos pintores. Um exemplo é George Condo, um artista contemporâneo norte-americano contemporâneo que estudou em Harvard, inspirou Salman Rushdie e tem trabalhos em exibição permanente nas coleções dos museus Whitney e Guggenheim.
Ele criou a capa do álbum My Beautiful Dark Twisted Fantasy, do cantor Kanye West, que gostou tanto do trabalho do artista que resolveu presentear Kim Kardashian com uma bolsa Birkin personalizada por ele. A pintura traz mulheres nuas, foi feita em apenas 15 minutos e especula-se que tenha custado uma soma exorbitante, já que as obras de Condo foram ventidas por mais de U$ 1 milhão no passado.
Em entrevista ao Telegraph, Condo afirmou que o objetivo da sua obra foi o de tomar posse de um ícone do consumismo e modificá-lo, o que é considerado por muitos como uma blasfêmia. “Se eu tivesse acabado de pintar a bolsa e guardado-a em meu armário, isso não significaria nada”, disse ele, rindo. “Mas quando você coloca essa bolsa nas mãos de Kim Kardashian, bem, então você cria uma atmosfera completamente diferente. É tudo sobre contexto”.
Kim Kardashian com sua Birkin personalizada por George Condo
Com a febre dos acessórios pintados à mão, muitos artistas especializaram-se na personalização de bolsas Birkin, que rapidamente caíram no gosto das celebridades. Nos últimos anos, Khloe Kardashian, Rita Ora exibiram seus modelos grafitados e repletos de pinturas interessantes, um luxo disponível para poucos e que transformou a personalização em uma tendência.
Do Instagram via @artburo.sa
Via Instagram
Da Rita Ora via Instagram
Do Instagram via @artburo.sa
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