“Carro bom é aquele que colocamos o combustível e pronto”. Como eu tenho uma loja de autopeças é isso que sempre ouço em meu balcão, mas na boa, NÃO compre um carro de quem tem esta frase como lema. É prejuízo na certa.
Tive o privilégio de ir conhecer a linha de produção do Ford New Fiesta (veja as fotos ao longo da matéria) e lá os engenheiros reforçaram a importância da manutenção e deram várias dicas bacanas.
Como se sabe os carros estão cada dia mais compactos, leves e cheios de tecnologia, ebaaaaaa amamos tudo isso. Mas, para que seu possante não te deixe na mão ou te faça gastar muito mais do que o necessário – e previsto – a máquina requer cuidados básicos e periódicos.
Vamos aos principais tópicos apontados pela equipe super gentil da Ford, estas em especial foram dadas pelo Adriano Kaiser, instrutor técnico:
1) Bateria
Se o seu carro vem com uma bateria de 60 amperes, não tente economizar comprando uma bateria menor. Ele até vai funcionar por um tempo, mas esqueça, você pode acabar danificando o sistema elétrico do veículo, pois a bateria não é apenas um acumulador de energia. Ela é responsável por manter todo o sistema elétrico do carro em funcionamento.
Bateria de tamanho diferente da original ou com outra amperagem que não seja a especificada pela fábrica pode trazer problemas como a dificuldade de instalação ou a redução da durabilidade. Em caso extremos, há até o risco de explosão do acumulador de energia. Isso não é economia nenhuma.
Lembre-se também que quando o veículo não estiver com o motor ligado, deixe a chave de ignição desligada. Evite manter faróis e outros equipamentos ligados (rádios e ventiladores por exemplo), apesar de ser delicioso (e atualmente muito perigoso), namorar no carro ao som de uma música pode consumir a carga da bateria e não ter carga suficiente para dar a partida. Para evitar esse problema, muitos veículos já vem pré programados para desligar o som depois de uma hora com o carro desligado.
2) Pneus
Além de ser um item importantíssimo na segurança, o pneu pode ser também motivo de gasto maior de combustível. Pneus com calibragem baixa fazem com que uma área maior de borracha fique em contato com o solo, o resultado é mais atrito que é igual a maior consumo.
Deve-se verificar a calibragem toda semana e o carro não deve ter rodado muito, com pneus quentes é possível que você vá esvaziar e não encher os pneus.
Calibragem além do recomendado também destroem os pneus.
3) Alinhamento e balanceamento
Toda vez que trocamos os pneus, estes procedimentos devem ser realizados.
Também sentimos esta necessidade quando detectamos o volante trepidar ou puxar para um dos lados. Um carro desalinhado acaba bem rápido com os pneus. Além de dificultar a dirigibilidade, também provoca maior gasto de combustível, causa perda de tração, de estabilidade e até desgastes acentuados em componentes mecânicos.
Deve-se balancear as rodas e alinhar a direção sempre que surgirem vibrações, na troca ou conserto do pneu, ou a cada 10.000 km rodados.
4) Filtros de ar, óleo e de combustível
Eles são responsáveis pela retenção de impurezas que chegam até o motor. O filtro de ar muito sujo diminui o fluxo de ar para o motor que é percebido pela falta de performance, dar aquela “batida” de ar no posto não funciona.
O filtro de combustível sujo diminui fluxo de combustível. Para estes dois filtros verifique a periodicidade da troca no manual do proprietário.
Já o filtro de óleo deve ser substituído sempre que você fizer a troca de óleo do carro. Pense assim: você põe um coador novo e faz um café pela manhã, à tarde quando for fazer outro café vai usá-lo novamente? Este foi o exemplo dado pelos técnicos. Dica boa do Adriano matador.
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5) Óleo do motor
Para se medir o nível do óleo, o motor deve estar frio. Com ele quente, o óleo fica espalhado pelo motor e a medição sairá errada. Só complete se estiver próximo do mínimo.
E pelamor não opte por um óleo mais barato que aquele especificado para seu veículo. Ele vai funcionar, mas o sistema inteiro vai ficando comprometido e a vida útil deste pobre motor vai diminuir. Esta é outra “economia” que não compensa.
6) Combustível
Esta é ótima. Quando se enche o tanque do carro ele demora um bom tempo para “baixar o ponteiro”, mas depois de meio tanque a coisa desaba de uma vez, por quê? O tanque com mais espaço vazio dá espaço para a evaporação.
A dica é não deixar o carro ficar com menos de meio tanque. Completar com dez contos, não é uma boa, porque o carro fica sempre com volume baixo de combustível. Pior ainda é ter o costume de deixar o carro sempre na reserva, a sujeira do combustível acaba se assentando no fundo do tanque e quando o combustível está baixo, a tendência é a bomba puxar até a última gota levando para o sistema de injeção toda sujeira acumulada ali.
7) Mitos
Gentem, gentem, gentem, me ouça: desengatar o carro na descida (banguela), não ajuda em nada na economia de combustível, isso podia até ter algum fundo de verdade quando os carros eram carburados, mas hoje com a injeção eletrônica o sistema se ajusta automaticamente à demanda do carro.
Quanto aos carros “flex”, outra coisa comum de se ouvir é: “qual a proporção ideal de álcool e gasolina?”. Esqueça isso, esta proporção não existe, o sistema eletrônico lê e corresponde àquilo que está sendo usado e lembre-se que a gasolina hoje em dia já vem misturada com 25% de álcool.
E mais
- Pastilhas de freio: A inspeção periódica ocorre a cada 10.000 quilômetros. Quando o freio faz ruídos estranhos, como um apito, pode ser que o material esteja gasto. Adiar a troca gera desgaste de outras peças do sistema de freio, como o disco, acarretando em gasto financeiro maior, além de afetar a segurança.
- Amortecedores: Devem ser inspecionados a cada 20.000 quilômetros, ou antes, caso haja ruídos, batidas ou instabilidade. A sua troca pode variar entre 40.000 e 80.000 quilômetros, dependendo do tipo de uso do veículo.
- Correia ou corrente: A Ford possui veículos equipados com correia dentada e outros com corrente de distribuição. Nos carros com correia, os sintomas que podem indicar a necessidade de troca são: barulho do tipo chiado, dificuldade de partida e falhas em acelerações e retomadas. Os veículos com corrente dispensam esse tipo de manutenção.
- Velas: Produzem a faísca que provoca a combustão do motor. O desgaste ou folga nos eletrodos faz o carro engasgar na partida, falhar em marcha lenta e aumentar o consumo de combustível.
- Kit de embreagem: Quando há desgaste, o pedal da embreagem fica duro e as marchas “arranham”. A vida útil do kit fica em torno de 80.000 quilômetros. Não dirija com o pé na embreagem, pois pode abreviar a vida útil do sistema.
- Palhetas do limpador de para-brisa: Palhetas desgastadas não removem a água da chuva adequadamente e podem causar danos ao para-brisa, como marcas e riscos. Além disso, é importante conservar o para-brisa limpo e sempre verificar o nível de água do limpador.
Visita a linha de produção do New Fiesta
A visitação à fábrica não é comum e muito menos comum é fotografar e filmar a linha de produção, mas convidados vips que somos, fomos autorizados a levar nossos celulares lá para dentro.
A primeira impressão, ainda no estacionamento (ou melhor nos muitos estacionamentos), é a grandeza do lugar, para se deslocar de um galpão para outro tem que ser de carro.
A segunda grande impressão tem a ver com a segurança, é igualmente gigante, e é levada muito a sério, pise fora da faixa para ver…
Apesar do sem números de robôs, a fábrica ainda possui 2500 funcionários por turno. A parte com mais “ação” é o que eles chamam de Body Shop, subindo nas plataformas se vê um enorme “parque dos dinossauros” com “animais” cuspindo fogo ao ritmo de “street dance”.
As peças metálicas vão sendo conduzidas por esteiras no chão, no teto e se posicionam milimetricamente.
O mundo dos robôs: mexe a cabeça para um lado, joga a cintura para outro e eles vão soldando e soltando faíscas fazendo um verdadeiro show. Tudo obedece a programação dos computadores e sai tudo como o combinado, se combinado fosse.
A pintura é – e não poderia deixar de ser – a parte da fábrica tratada “na ponta dos dedos”, você deve se vestir com um macacão sobre sua roupa, cobrir os cabelos com touca e protetor auricular. O carro que saiu do “parque dos dinossauros” vai sendo conduzido por um sistema aéreo até mergulhar numa piscina.
O objetivo é a carcaça se livrar de qualquer impureza ou restinho de solda. Saindo do mergulho ele recebe jatos fortes de água, até ser mergulhado numa nova piscina com fosfato. O fosfato cria uma superfície que vai facilitar a aderência da camada de primer, além de proteger a lataria dos efeitos da ferrugem.
O primer é uma base que a lataria recebe antes de ser aplicado a tinta que deverá dar a cor definitiva do veículo. Com a cor na lata é enfim aplicado o verniz brilhante. Apenas alguns detalhes são pintados por pessoas, o processo é quase inteiro feito por robôs.
Mas não acabou, o carro pintado passa por um processo de vistoria – este sim feito apenas por pessoas – que olham e tocam a pintura em busca de qualquer mínimo defeito. A grande maioria das irregularidades resolve-se com polimento, para aquilo que não se resolve polindo, há substituição da peça.
O carro segue por uma esteira no chão e vai para outro galpão ser montado: bancos, painel interno, forrações, motor, suspensão, freios… Não é exatamente a mesma emoção de ver nascer seu filho, mas é quase mágico acompanhar o “parto” de um New Fiesta novinho. Vamos acender um charuto, o evento pede.
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Por Vinícius Moura – Instagram: @primovini e Snapchat: primovinni
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