Quem foi Carmen Miranda? A artista pioneira a projetar o Brasil no mundo
Tendo se consolidado como símbolo do Brasil, conheça quem foi Carmen Miranda, a artista que foi pioneira em divulgar o nome do país no mundo.
Quando falamos da projeção internacional da moda e cultura do Brasil quase que imediatamente nos vem a cabeça a imagem de Carmen Miranda (1909-1955). Mas, afinal, quem foi Carmen Miranda?
Acima de tudo, a artista luso-brasileira conseguiu a proeza de, ainda em tempos conservadores da primeira metade do século XX, usar e abusar da moda, conseguindo um espaço inclusive dentro da Broadway e de Hollywood.
Assim, além de ter sido uma artista completa que cantava, dançava e atuava, ela também foi um dos primeiros ícones fashion. Com seu jeito chamativo e desinibido que fugia dos palcos e ia para a vida real, Carmen Miranda se tornou conhecida não só no Brasil como no mundo.
Entretanto, ainda assim, a sua história não foi apenas de brilhos, cores e flores. Afinal, a postura e imagem do Brasil e das brasileiras alimentada internacionalmente por Carmen Miranda ao longo das décadas foi vista por muitos como estereotipada e danosa à cultura do país.
Seja como for, a artista foi e continua sendo uma das personalidades mais marcantes da moda e da cultura do Brasil no mundo. Desse modo, saiba mais sobre quem foi Carmen Miranda e qual é o seu legado.
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Da Infância à Juventude
Maria do Carmo Miranda da Cunha, seu nome de batismo, nasceu em Marco de Canavezes, na região do Porto, em Portugal, no dia 9 de fevereiro de 1909. Os seus pais decidiram por ser mudar para o Brasil logo em 1910, quando ela tinha por volta de 1 ano de vida.
A família já tinha planos de imigrar inclusive antes, mas os planos foram adiados justamente quando a mãe, Maria Emília Miranda, engravidou de Carmen Miranda. Assim, o pai, José Maria Pinto da Cunha, foi na frente para poder se estabelecer e depois receber a mulher e as filhas.
Dessa maneira, ainda um bebê, ela, sua mãe e sua irmã Olinda vieram finalmente para o Brasil, mais concretamente para o bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. No país, ainda tiveram Amaro, Cecília, Aurora e Óscar.
Na então capital do país, Carmen, como passou a ser apelidada por seu pai por conta de seu apreço pela famosa ópera do compositor francês Georges Bizet, estudou no colégio de freiras Santa Teresa, na rua da Lapa.
Ainda jovem, conseguiu o seu primeiro emprego aos 14 anos. Tendo trabalhado primeiro em uma loja de gravatas, ela depois passou para uma chapelaria.
Antes de mais nada, no Rio de Janeiro da época viviam as mais elegantes mulheres da alta sociedade brasileira, e o setor da moda começava a ganhar cada vez mais força.
- Em seguida, leia também A Casa Canadá: história do centro pioneiro da alta-costura no Brasil e Alceu Penna: o ilustrador que deu forma e cor à moda brasileira.
A Vida no Rio de Janeiro
Acima de tudo, esse ambiente teve uma grande influência sobre o seu estilo e gosto pessoal, tendo estado em contato com artistas e personalidades influentes da cidade.
Carmen Miranda, que já cantava, também por influência de Olinda, sua irmã mais velha, se aproximou de vez da música em 1929. Nessa altura, ela conheceu o compositor Josué de Barros, quem a estimulou a se apresentar em teatros e clubes noturnos cariocas.
Infelizmente, Olinda teve tuberculose em 1925 e logo retornou a Portugal, onde faleceu em 1931.
Contudo, apesar da família ter enfrentado adversidades, a sorte da jovem artista então mudaria de vez.
O Início da Carreira
Josué de Barros trabalhava na Rádio Sociedade, hoje Rádio MEC. Foi para lá que ele levou Carmen Miranda, a fim de que ela pudesse gravar algumas músicas.
Dessa maneira, já em 1929 como cantora, ela gravou o samba “Não Vá Sim’bora”, de autoria do próprio Josué. Logo se seguiu a gravação de “Dona Balbina”, “Triste Jandaia”, “Barucuntum” e “Iaiá Ioiô”.
Pouco depois, Carmen Miranda alcançou o sucesso com a gravação da música “Taí” e da marcha-canção “Pra Você Gostar de Mim”, do compositor Joubert de Carvalho, em 1930. O seu disco vendeu por volta de 35 mil cópias no ano em que foi lançado.
Como resultado, o feito fez com que a artista se tornasse “a maior cantora do país”.
Além disso, considerando que o cinema estava em alta no mundo, era comum que os produtores convidassem artistas então em destaque para participar das suas novas produções. Não foi diferente com Carmen.
- Castro, Ruy. Carmen: uma biografia. Companhia das Letras, 2005.
- Seixas, Heloisa; Romeu, Julia. Carmen: a grande pequena notável. Edições de Janeiro, 2014.
Os primeiros papéis no cinema
Tendo atuado principalmente em musicais, pouco tempo depois Carmen Miranda foi cotada para o filme “Degraus da Vida”, que não saiu do papel, e participou de “O Carnaval Cantado no Rio” (1932) e “A Voz do Carnaval” (1933). Em comum, essas produções exploravam a imagem do carnaval de rua no Rio de Janeiro, que já era associada ao visual e músicas alegres da cantora.
O seu papel no filme “Alô, Alô, Brasil” (1935) projetou ainda mais Miranda. Desde então, após o radialista César Ladeira haver usado o apelido “A Pequena Notável” por conta da sua baixa estatura, a mídia assim passou a chamá-la.
O seu primeiro papel como atriz propriamente dito veio com o filme seguinte, “Estudantes” (1935). Em 1936, Carmen Miranda estreou no cinema com a comédia musical “Alô, Alô Carnaval”, na qual cantou acompanhada da irmã Aurora Miranda – uma verdadeira superprodução para a época.
O seu último filme no Brasil foi o musical carnavalesco, “Banana da Terra” (1939). Nesse filme foi gravada uma das canções mais conhecidas até hoje cantadas pela voz de Carmen Miranda, “O que é que a baiana tem?”, de Dorival Caymmi.
Carmen Miranda, pioneira do mundo artístico
Demonstrando o sucesso que conquistou à época, a artista também foi a primeira cantora de rádio a assinar um contrato com uma emissora. Tendo passado primeiro pela Mayrink Veiga (1932-1936), em 1936 ela assinou com a Tupi, posteriormente retornando para a Mayrink.
Com um salário muito alto à época, Carmen Miranda era então “a artista mais bem paga do rádio brasileiro”. Posteriormente, alcançaria essa condição não apenas no Brasil, vindo a ser a mais bem paga de toda Hollywood.
- Porto de Souza, Duda; Cararo, Aryane. Extraordinárias: Mulheres que revolucionaram o Brasil. Companhia das Letras, 2017.
A Baiana de Carmen Miranda
Foi a imagem estereotipada de baiana que marcou de vez a artista no imaginário popular. E não só, foi essa a imagem que moldou por muito tempo a visão que o mundo tinha ao pensar no Brasil e nas brasileiras.
Contudo, sendo uma imagem exagerada e muito longe daquela que de fato havia tanto na Bahia como no resto do país, muitos brasileiros não aprovaram essa projeção.
Seja como for, foi com o visual exagerado de baiana, com turbantes chamativos e saias rodadas, que Carmem Miranda gravou muitos dos seus grandes sucessos.
Do Brasil aos Estados Unidos
Foi em uma de suas apresentações no Cassino da Urca, pouco antes do carnaval de 1939, que o produtor norte-americano Lee Shubert, dono da Select Operating Corporation, abordou Carmen Miranda.
Sendo um grande empresário dos teatros da Broadway, e ao estar admirado pela figura e talento de Carmen, ele decidiu contratá-la para o espetáculo intitulado “The Streets of Paris”.
Assim, a “Brazilian Bombshell“, como ficou conhecida, começou a carreira de artista nos EUA, onde trabalhou até o final da sua vida.
O sucesso das apresentações projetou Carmen Miranda nos Estados Unidos. Como resultado, logo no ano seguinte ela foi convidada a se apresentar nada menos do que na Casa Branca, em uma cerimônia organizada para o então presidente Roosevelt.
Carmen Miranda em Hollywood
A “Pequena Notável” rapidamente se consolidou como um verdadeiro símbolo da América Latina. Dessa forma, os seus turbantes, brincos, colares e pulseiras diversos, babados, penteados e saltos plataformas se fixaram como a própria imagem do Brasil.
Da Broadway, não demorou para ela engrenar em Hollywood. O seu primeiro filme nos EUA foi Down Argentine Way (Serenata Tropical, 1940), que foi seguido por muitos outros:
1941: That Night in Rio (Uma Noite no Rio); Week-End in Havana (Aconteceu em Havana).
1942: Springtime in the Rockies (Minha Secretária Brasileira).
1943: The Gang’s All Here (Entre a Loura e a Morena).
1944: Four Jills in a Jeep (Quatro Moças num Jipe); Greenwich Village (Serenata Boêmia); Something for the Boys (Alegria, Rapazes!).
1945: Doll Face (Sonhos de Estrela).
1946: If I’m Lucky (Se Eu Fosse Feliz).
1947: Copacabana (Copacabana).
1948: A Date with Judy (O Príncipe Encantado).
1950: Nancy Goes to Rio (Romance Carioca).
1953: Scared Stiff (Morrendo de Medo).
Carmen Miranda e Alceu Penna
A história da moda brasileira é de fato o resultado de um conjunto de atores e fatores, entre eles pudemos ver a história da butique carioca Casa Canadá, da fábrica de tecidos do grupo Rhodia e de estilistas como Dener Pamplona de Abreu.
Além deles, outro dos seus atores mais icônicos foi o desenhista, ilustrador e figurinista mineiro Alceu Penna (1915-1980).
Em 1939, apesar do êxito da sua coluna “As Garotas”, Alceu tinha o desejo de ir viver nos Estados Unidos. Pouco depois, em 1941, depois de algum tempo em Nova York, ele conheceu Carmem Miranda (1909 – 1955).
Desde então, ele passou a informalmente dar sugestões de figurino à artista.
Nesse sentido, dizem que foi Alceu que incentivou que a artista adotasse as saias mais volumosas e multicolores, além dos sapatos plataforma super chamativos. Desse modo, ele teria sido inclusive o criador de alguns dos figurinos usados por Carmen Miranda.
O Estilo de Carmen Miranda
“Não é certo nem verdadeiro, que eu tenha afirmado nos Estados Unidos a minha nacionalidade, sou brasileira, porque aqui me encontro desde a idade de um ano; e nesta terra me eduquei e fiz minha carreira artística. É ao povo brasileiro — aos meus patrícios — que devo todo este incentivo, todo este aplauso, todas estas homenagens. E não há, sequer, uma entrevista minha, em qualquer órgão de imprensa, em que não tivesse sempre reafirmado, categoricamente, este meu amor, este meu carinho, esta minha admiração pelo Brasil.” (Carmen Miranda, Jornal do Brasil, 11 de julho de 1940).
Uma imagem forjada
Segundo Tânia da Costa Garcia, autora do livro “It verde e amarelo”, descreveu à FAPESP, foi a indústria do cinema americano que alimentou e divulgou a imagem da baiana que acabou por marcar a carreira de Carmen Miranda até o fim de sua vida.
Segundo a pesquisadora: “Diversa da baiana do nosso cancioneiro, a de Carmen, híbrida e cosmopolita, aproximou essa personagem das camadas populares de outros setores da sociedade. O exotismo, ao ser veiculado nacional e internacionalmente pelos meios de comunicação, deixava de ser uma exclusividade da negra do tabuleiro, passando a compor, contra a vontade de muitos, a identidade da nação”.
Desse modo, Carmen Miranda acabou por se moldar àquilo que dela era exigido ou esperado dentro do mundo do show business.
Contudo, ainda que haja legitimidade na crítica que se fez e se faz sobre a plasticidade da identidade brasileira que ela trazia ao mundo a partir do seu figurino e performance, parece inquestionável que o lado artístico, expansivo, desinibido e ligado à moda fazia parte da sua personalidade mais profunda.
- Garcia, Tânia da Costa. O “It Verde e Amarelo” de Carmen Miranda (1930/46). Annablume, 2009
As Controvérsias
“Carmen conquistou a América branca, como nenhum sul-americano tinha feito ou viria a fazer. Ela era a única representante da América do Sul com legibilidade universal e parece que é exatamente por isso que a autoparódia era sua prisão inescapável… O que quer que aconteça na América com a música brasileira – e mesmo o que quer que aconteça no hemisfério norte com qualquer música do hemisfério sul – nos leva a pensar em Carmen Miranda. E, inversamente, pensar nela é pensar em toda a complexidade desse assunto… Ela está sempre presente.” (Caetano Veloso, artigo “Carmen Miranda Dada” publicado no The New York Times e Folha de S. Paulo em 1991).
A grande questão era então a distorção e apropriação cultural. Todavia, a artista surgiu em um momento muito particular que sustentava e motivava as suas opções, tendo encontrado o seu espaço entre duas grandes forças da época.
Políticas Nacionalistas do Brasil
Por um lado, a política nacionalista do governo Getúlio Vargas, que buscava explorar a cultura popular para conseguir conquistar um maior apoio da população.
É com esse ímpeto que o samba se tornou um símbolo de todo o povo brasileiro, ainda que à época não fosse tradicional em todo o país.
Com essa postura, Carmen Miranda conseguiu de fato muito suporte e espaço, tendo a princípio recebido um grande apoio no Brasil. Realidade que mudaria profundamente após a sua ida para os EUA.
O Esteriótipo Latino nos EUA
Por outro lado, havia a política da boa vizinhança dos EUA.
Antes de nada mais, o Office of Coordinator of Inter-American Affairs do governo Roosevelt pretendia manter um representante que pudesse personificar e articular todos os povos latino-americanos.
Ou seja, ao governo dos EUA não interessava que ela fosse unicamente um símbolo do Brasil, mas antes que pudesse representar todo o universo latino para o público americano.
Bom, a tarefa não apenas não seria fácil como, na realidade, era muito ingrata. Ingrata porque ainda que permitisse projetar o nome do Brasil internacionalmente, o fazia reforçando uma identidade artificial do país, buscando sempre passar uma imagem de superioridade dos EUA.
Nesse sentido, contando com um contrato com a 20th Century Fox de 1940 a 1946, Carmen Miranda foi obrigada ao longo dos anos a desempenhar papéis claramente estereotipados. O principal deles, o de uma mulher latino-americana de temperamento agressivo, que se expressava em inglês de maneira cômica, e que se trajava de maneira chamativa e “exótica”.
Como resultado, durante o resto da sua carreira a artista esteve presa a esse padrão.
Americanizada, eu?
Foi como resposta às críticas que logo em 1940 Carmen Miranda gravou o samba “Disseram que Voltei Americanizada”, escrito por Luís Peixoto e Vicente Paiva especialmente para ela.
Contudo, como se pode ver, as críticas não cessaram até o fim da sua carreira.
“Me disseram que eu voltei americanizada
Com o burro do dinheiro, que estou muito rica
Que não suporto mais o breque do pandeiro
E fico arrepiada ouvindo uma cuícaDisseram que com as mãos estou preocupada
E corre por aí que eu sei certo zum zum
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada
E dos balangandans já nem existe mais nenhumMas pra cima de mim pra quê tanto veneno?
E eu posso lá ficar americanizada?
Eu que nasci com o samba e vivo no sereno
Topando a noite inteira a velha batucada?Nas rodas de malandro, minhas preferidas
Eu digo é mesmo eu te amo, e nunca I love you
Enquanto houver Brasil na hora das comidas
Eu sou do camarão e ensopadinho com chuchu.”
Carmen Miranda e a Moda
À parte dos conflitos que a artista então protagonizava, o estilo popularizado por Carmen Miranda nos EUA causou furor e se consolidou com uma inspiração para o mundo da moda.
Afinal, o nome da artista se tornou sinônimo de blusas curtas e brilhantes, saias volumosas e acinturadas, acessórios que imitavam frutas, e, talvez o que mais teve sucesso, o sapato plataforma.
Como era muito baixinha, em 1934, ainda no Brasil, a cantora encomendou um sapato de sola muito grossa para que pudesse aumentar a sua altura – ela tinha apenas 1,52m de altura.
Apesar de se considerar oficialmente que a primeira sandália plataforma foi a criada por Moshe Kimmel para a atriz Marlene Dietrich, esse tipo de salto foi uma marca indissociável de Carmen Miranda desde o princípio da sua carreira.
Assim, nos Estados Unidos, as suas fantasias de palco foram adaptadas também para a noite, quando a cantora levava várias bijuterias, turbantes, sapatos de plataforma e outros acessórios.
Nesse sentido, o sucesso era tanto à época que a loja Bonwit Teller chegou a criar para suas vitrines manequins com rostos e poses inspirados em Carmen Miranda.
Declínio e Morte
Como resultado das fortes críticas e rejeição enfrentadas no país, Carmen Miranda passou 15 anos sem botar os pés no Brasil. Essa realidade acabou por deixá-la profundamente deprimida.
Além disso, dizem que foi a partir do casamento com David Sebastian, em 1947 (eles se conheceram no filme Copacabana no mesmo ano), que Carmen começou o seu declínio. Antes produtor de cinema, desde então David se tornou o seu empresário.
Ele não só geria mal os seus negócios, como também era alcoólatra e agressivo. Além disso, o relacionamento já começou com diversas crises de confiança e ciúmes.
Entretanto, apesar de terem ensaiado um divórcio logo em 1949, a separação nunca se concretizou.
A artista também passou a ter problemas com o álcool e com remédios para dormir. Problemas que a afetavam mais do que até então se tinha ideia.
Por fim, Carmen Miranda não se sentiu bem durante a participação no programa de Jimmy Durante, no dia 4 de agosto de 1955. Ela acabou por morrer de um ataque cardíaco no dia seguinte pela manhã, aos 46 anos, em sua casa em Beverly Hills – dizem que em grande parte causado pelo abuso de medicação.
Respeitando os seus desejos, o seu corpo voltou para o Brasil, onde foi velado por mais de 60.000 pessoas no Rio de Janeiro.
Legado
Depois de um tempo tendo sido deixada de lado, Carmen Miranda foi afinal resgatada pelo movimento tropicalista, surgido no final dos anos 60.
Caetano Veloso, um dos seus principais representantes, descreveu que “… Carmen Miranda foi, primeiro, motivo de um misto de orgulho e vergonha e, depois, símbolo da violência intelectual com que queríamos encarar a nossa realidade, do olhar implacável que queríamos lançar sobre nós mesmos” (artigo “Carmen Miranda Dada” publicado no The New York Times e Folha de S. Paulo em 1991).
E ele continuou a dizer que “Contudo, em 1967 Carmen Miranda reaparece no centro dos nossos interesses estéticos. Um movimento cultural que veio a se chamar tropicalismo tomou-a como um dos seus principais signos, usando o mal-estar que a menção do seu nome e a evocação dos seus gestos podiam suscitar como uma provocação revitalizadora das mentes que tinham de atravessar uma época de embriaguez nas utopias políticas e estéticas, num país que buscava seu lugar na modernidade e estava sob uma ditadura militar.”
Por Mariana Boscariol.
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