O Universo dos Diamantes – Aprenda a avaliar um diamante, sua origem e os 4Cs. Apaixone-se por esta pedra fascinante, por Cris Porto

Posts Relacionados

“O diamante é um dos  mais antigos objetos e de maior dureza que nós podemos tocar na vida”

Leria também: Magia e amor eterno na História dos Diamantes

Os Diamantes despertam a fascinação do homem há cerca de três mil anos. Por ser a gema mais resistente que existe no mundo, já foram consideradas místicas e já simbolizaram a força da masculinidade. Hoje os diamantes figuram o luxo e representam o amor eterno.

A joalheira Cris Porto, que está no mercado há 26 anos e possui vários prêmios nacionais e  internacionais, como dois prêmios Design Forum, De Beers (maior empresa de diamantes do mundo), conta um pouco mais sobre essa pedra preciosa e explica como é feita sua avaliação.

“É o assunto mais vasto que tem na joalheria. É o mais complexo, mais interessante e encantador”, diz Cristiane Porto. De acordo com ela, o diamante é um carbono puro cristalizado e sua formação é a mesma em qualquer lugar do mundo.

Beleza e Simbologia

“O diamante ocupa um lugar único na  história da civilização. Um fragmento brilhante da eternidade, ele derramou a sua luz divina através de milhares de anos, cativando a humanidade com sua beleza sobrenatural, gerando superstições e crenças sobrenaturais, camadas de mito, magia e lenda.

Desde os primórdios dos tempos, o diamante era reverenciado como um intermediário mágico entre o homem e as forças invisíveis da natureza que regiam o seu destino. A força da pedra imponente e sua durabilidade passou a significar valor,  invencibilidade, virilidade, e boa sorte.

Sua luz sobrenatural simbolizava um poder superior e iluminação espiritual. Através da história, essa mística hipnotizante tem encantado os reis e cardeais, príncipes e potentados, magnatas e estrelas de cinema. O diamante evoluiu para a posse definitiva, com um valor que chegou muito além de riquezas do mundo e poder territorial.” (De Beers)

Em momentos de comemorações marcantes e eternas, o diamante é o maior dos símbolos:

  • Noivado – Anel de Diamante solitário
  • Casamento – Aliança na versão Diamantes
  • Bodas de Diamantes – comemoração dos 60 anos de casamento
  • Bodas de Brilhantes – comemoração de 75 anos de casamento

Um fragmento brilhante da eternidade

Pensando um pouco na cronologia do tempo, sabemos que as primeiras civilizações surgem em torno de 6.000 anos atrás; que o Homo Sapiens surgiu há cerca de 150.000 anos; que o Neandertal aparece há 200.000 anos; e que a idade da Terra é de 4.54 bilhões de anos. O diamante é o objeto mais antigo de origem na Terra que você possuirá na vida, eles tem em torno de 3 bilhões de anos, isso significa 2/3 da idade da Terra.

 

O uso dos Diamantes na Indústria

Dos diamantes extraídos hoje em dia, 80% são utilizados na indústria, desses 20% que vão para a joalheria, só 5% tem mais de 1quilate. É necessário remover em média, 250 toneladas de minério para se encontrar um quilate de diamante de boa qualidade.

Desde a antiguidade é usado como ferramenta de corte e perfuração, o que se estende até hoje. Por ser o diamante a gema de maior dureza existente, a indústria o utiliza nas pontas de perfuradoras, sejam elas pequenas ou de grande porte  (como nas escavações subterrâneas nas construções de metrôs, etc…). Sua dureza é 10, grau máximo na “Escala Mohs” (de 1 a 10). E só pode ser riscado, lapidado ou polido com outro diamante, seu polimento é feito com o pó da própria pedra.

Saiba a origem e composição dos Diamantes

É um mineral, um carbono puro cristalizado, na sua forma mais concentrada, uma substância natural  e cristalina. Eles são criados por processos geológicos de grande profundidade, chegam a mais de 150 km abaixo, em uma região da crosta terrestre conhecida como manto.

Os diamantes são levados próximos à superfície através de erupções vulcânicas em rochas magmáticas conhecidas como kimberlitos e lamproítos. Os Diamantes não se cristalizam no magma do kimberlito como se acreditava. Ele somente serve de elevador que transporta os diamantes para a superfície da terra. É encontrado em ambiente continental e raramente em ambientes oceânicos (fundo do mar).

Os diamantes normalmente são achados na natureza com um formato de duas pirâmides unidas pela base, com 8 faces (forma octaédrica). Para um maior aproveitamento em tamanho e para se tirar o máximo da beleza de um diamante, existem designers especializados na sua lapidação, cujo objetivo é conseguir uma melhor refração (passagem da luz), simetria e polimento.


Os diamantes normalmente são achados na natureza com um formato de duas pirâmides unidas pela base, com 8 faces (forma octaédrica).


Os “4Cs” – As categorias que identificam a qualidade dos diamantes

Para se identificar um diamante existem 4 índices de avaliação. Eles são chamados os  “4Cs”  que significam:

  • Cut (Lapidação)
  • Carat (Peso)
  • Clarity (Pureza)
  • Color (Cor)

Cup – Lapidação

Existem diversas formas de lapidação. A mais usada é a round (redonda). Algumas bem conhecidas são: princess, esmeralda, baguete, gota, pêra, triângulo, oval, coração, entre outras. Hoje, além das lapidações padrão, existem também as que fazem desenhos com corte a laser nos diamantes, entre elas, as formas de estrela, letra, cabeça de cavalo e lua.

Lapidação Brilhante

A mais usada lapidação nos dias de hoje é a redonda, também chamada de “lapidação brilhante” com 58 facetas. Foi criada por Marcel Tolkowski em 1919 e é considerada a lapidação perfeita! Com o estudo do comportamento da luz, ele conseguiu o melhor resultado entre brilho e dispersão. Como podemos na figura abaixo.

Anatomia de um Diamante com lapidação Brilhante


Brilhante ou Diamante?  O diamante é a pedra e o brilhante, uma das lapidações feitas no diamante.

Três requisitos responsáveis por dar “vida ao diamante”

A lapidação, com suas precisas e milimétrica facetas, trazem à gema as características de beleza que só serão possíveis através da:

  • Luminosidade (luz refletida de um diamante)
  •  Do fogo (dispersão da luz nas cores do arco-íris)
  • E da cintilação (flashes de luz e brilho do diamante quando se move).

Para a precificação de mercado os itens de avaliação na lapidação são: proporção, polimento e simetria. Na escala de classificação GIA a lapidação é usada para diamantes redondos. Somente brilhantes variam de excelente a pobre, (abaixo) como encontrado nos certificados.

EXCELLENT – EXCELENTE, VERY GOOD – MUITO BOM, GOOD – BOM, FAIR – RAZOÁVEL, POOR  – POBRE


 Quanto à lapidação é preciso ter alguns itens para que essa lapidação se distinga, como refração, polimento. Por exemplo, se não houver uma simetria, a luz não vai passar direito”.

Clarity – Pureza

Cada diamante tem uma personalidade única, uma impressão digital. Nunca um diamante se iguala a outro! E a grande maioria deles possui “marcas de nascença” chamadas de inclusões. Diamantes com poucas marcas de nascença são muito raros e valorizados.

Um diamante Flawless (grau mais alto de pureza de um diamante) é considerado um “investimento”  por conta da sua raridade. Mesmo com uma lente de aumento (10X) chega próximo da perfeição, mas, ainda assim, não pode ser considerado um diamante perfeito!

A maior parte dos joalheiros nunca viu um diamante Flawless, tamanha a sua raridade. A grande maioria dos diamantes se encontram na classificação VS e SI.

Para determinar o grau de pureza,  é considerado o tamanho, a natureza, a posição, a cor ou realce das inclusões, e as quantidade dessas características visíveis sob a lente de aumento de 10X.  Criado pela GIA (Gemological Institute Of America) a escala de pureza de um diamante possui onze graus, que vão desde a Flawless a Inclusion3 ( de “Puro” a “Inclusão3”).

  • FL  – FLAWLESS / Puro
  • IF – INTERNALLY FLAWLESS / Internamente Puro
  • VVSI 1 – VERY VERY SLIGHTLY INCLUSION 1 /Inclusão muito, muito pequena 1
  • VVSI 2 – VERY VERY SLIGHTLY INCLUSION 2 / Inclusão muito, muito pequena 2
  • VSI 1 –  VERY SLIGHTLY INCLUSION 1 /Inclusão muito pequena 1
  • VSI 2 –  VERY SLIGHTLY INCLUSION 2 / Inclusão muito pequena 2
  • SI 1 – SLIGHTLY INCLUSION 1 / Inclusão pequena 1
  • SI 2 – SLIGHTLY INCLUSION 2 / Inclusão pequena 2
  • I 1 – INCLUSION 1 / Inclusão 1 (pode ser vista a olho nu)
  • I 2 – INCLUSION 2 / Inclusão 2 (facilmente vista a olho nu)
  • I 3 – INCLUSION 3 / Inclusão 3 (defeito interfere no brilho da pedra e ela perde toda a sua vida)

FL       IF                              VVS1      VVS2             VS1        VS2                 SI1         SI2                  I1       I2      I3

 

 Carat – Quilate

A unidade de peso usada para o diamante é o quilate (abreviado como “ct”) e corresponde a 0,20 gramas. Cada quilate corresponde a 100 pontos. Então, um diamante com ½ quilate terá 50 pontos.

 

COLOR – COR

Os diamantes são avaliados pela cor da seguinte forma: Quanto menos cor, mais alto seu valor!

A escala de cores dos diamantes é identificada por letras que se estendem de D (totalmente sem cor) a Z (amarelo acentuado).  Para um olho não treinado essas diferenças pode ser imperceptíveis, porém uma pequena alteração entre uma letra e outra pode fazer uma imensa diferença no valor entre as pedras.

Porém, a “cor amarela” é valiosa e rara e não pertence a escala de cores de “D” a “Z” acima.  Assim como os outros diamantes “Fancy”, que são os que tem cores excêntricas ou extravagantes, como, laranja, rosa, azul, vermelho, verde… Por sua raridade entram em outro patamar de valor acima da escala de cores dos chamados diamantes brancos.

É raro encontrar um diamante totalmente sem cor. A maior parte dos diamantes utilizados na joalheria são quase incolores ou com tonalidades de amarelo ou marrom.

As classes de cor são determinadas pela comparação de um conjunto principal de cores padrão, como as 4 cores acima. Cristiane Porto explica como avaliar um diamante: “Quanto maior a pedra e quanto mais alta a cor na escala de letras, mais valiosa ela é. A gema que é branca pura, é chamada de Diamante Azul por conta da refração de luz que ela tem.

 

 

A Garantia

É fundamental no momento da aquisição de um diamante, que essas informações sejam passadas, para que se tenha total conforto na hora da compra. O diamante com Certificado de Garantia trás nele todas essas especificações.

Peça ao seu joalheiro de confiança que lhe instrua como manusear uma lente de aumento, para que todos esses itens sejam visualizados e fiquem bem identificados antes da aquisição. A lente de aumento é imprescindível nessa hora e é um direito do consumidor que está procurando qualidade.

O “Certificado de Garantia” dá o respaldo para a liquidez do diamante e a certeza de saber sua procedência e saber exatamente o que se comprou!

Veja modelos de Certificados de Diamantes 

Os 4Cs fornecem uma maneira objetiva de comparar e avaliar os diamantes, mas depois das informações adquiridas aqui, será emocionante observar pessoalmente todas essas características apresentadas pelo seu joalheiro de confiança.

A mais magnífica das gemas, que acompanha a história das civilizações e da criação da Terra, de misteriosa e hipnotizante beleza e que tem significado de amor eterno, merece ser vivenciada, pelo puro prazer de desvendar sua luminosidade, seu fogo, sua cintilação, sua lapidação, sua história de eterna magia!

Leia também Magia e amor eterno na História dos Diamantes.

Bibliografia:

GIA – Gemological Institute of America
AMNH – Natural History Museum of America
De Beers
EGL – European Gemological Laboratory

Conheça joias da Cris Porto


Joias Cris Porto – Anel Jardin de Tuillerie  e  Anel Yin Yang

Joias com diamantes da coleção “GUSTAVO ROSA by CRIS PORTO”

Colar Paloma Bri

Ouro branco, cravejada com diamantes e o olhinho de rubi, inspirada no quadro “Helicóptero”, onde o pássaro mecânico é acompanhado em sua viagem pelas pombas brancas (simbolizando a paz), a joia é moderna e delicada, não surge do óbvio, mas do olhar clínico da arte.


Quadro do artista plástico Gustavo Rosa  e Colar Paloma Bri da coleção Gustavo Rosa by Cris Porto

Abotoadura Vela

Ouro branco, safira azul e diamantes. É a visão de quem olha a paisagem marítima com o barquinho, dentro de outra embarcação, através da escotilha.

 


Abotoadura da coleção 


Quadro do artista plástico Gustavo Rosa, CAIXA DA COLEÇÃO “Gustavo Rosa by Cris Porto”

Sobre a Cris Porto

A joalheira e designer Cristiane Porto é mineira de Uberlândia, graduada em Artes pela UFU, atua no setor joalheiro há vinte e seis anos. Foi ganhadora de vários prêmios internacionais, como o International Pearl Design Contest (Oscar da Joalheria no Japão) em 2001, o Design Forum 92 (De Beers) e o Design Forum 97.

Sua joalheria é autoral, sempre trabalhando peças com um design exclusivo e arrojado. Já expôs no Museu do Louvre (Paris) em 1998 e na Galeria Mikimoto (Ginza – Tóquio) em 2001. Em 2008, 2010 e 2011 expõe suas coleções na maior feira de joias do mundo, Baselworld, Suíça.

Em 2010 lançou a coleção de Joias de Arte “Gustavo Rosa by Cris Porto” no Shopping Iguatemi. As peças são comercializadas em seu Atelier nos Jardins, em São Paulo, e em diversos pontos de venda do país e do exterior.

www.cristianeporto.com.br

www.gustavorosabycrisporto.com.br

Leia também Magia e amor eterno na História dos Diamantes.


Brinco de Diamantes  Mondrian – Cris Porto

Leia também Magia e amor eterno na História dos Diamantes.

Por Samantha Mahawasala, Cristiane Porto e Denise Pitta

Cristiane Porto: Cris Porto é joalheira e designer de jóias.
Posts Relacionados

Usamos cookies em nosso site para oferecer uma melhor experiência. Ao clicar em “Aceitar tudo”, você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações" para ajustar quais cookies deseja aceitar ou não em nossa Política de Privacidade.

Leia mais