Pin-ups: tudo sobre o estilo super sensual que inspirou Anitta

Pin-ups: quem são elas? Sendo um dos estilos mais marcantes da moda da primeira metade do século XX, conheça a origem, significado e características das Pin-ups.

O visual das Pin-ups, essas garotas cheias de sensualidade, mas com ar inocente, existe há muito tempo. Entretanto, ainda que as suas origens remetam ao século XIX, foi apenas nos anos 40 que esse estilo de mulher atraente, então idealizado por muitos homens, se disseminou de uma vez, para virar uma verdadeira febre nos anos 50, interpretados por nomes como Marilyn Monroe.

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Anitta se transforma em Pin-up em seu novo clipe “Girl from Rio”

 

 

 

Antes de mais nada, Anitta fez uma verdadeira viagem ao universo das Pin-ups dos anos 50 em seu novo clip, “Girl from Rio”. Afinal, ela reviveuo esse personagem carregado de sensualidade e que ainda vive no imaginário popular.

Primeiramente, veja o clipe para entender melhor todo o poder das Pin-ups. Em seguida, confira um pouco da sua história!

 

 

Anitta transformada em Pin-up, em uma releitura contemporânea dos anos 50.

 

O que é uma Pin-up?

 

 

Acima de tudo, o estilo pin-up se tornou um dos primeiros e maiores fenômenos da imagem produzida em massa no início do século XX. Apesar de o termo ter sido registrado pela primeira vez em inglês em 1941, a sua prática pode ser rastreada ao menos até a década de 1890.

Mas, o que significa pin-up? O termo faz referência ao fato de que essas ilustrações e imagens de mulheres eram penduradas na parede ou em outro suporte (do inglês “to pin up “/  “pinned-up”).

Afinal, quem nunca viu filmes de guerra americanos onde aparecem soldados que levam consigo imagens de mulheres e as penduram em suas tendas ou beliches?

 

Retrato de Betty Grable de 1945 em estilo pin-up. Crédito: Frank Powolny / 20th Century Fox studio. Fonte: Wikimedia commons.

 

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Entre fantasia e realidade

 

Dessa maneira, entre pôsteres, fotos, cartões postais e calendários, esse tipo de material se tornou uma verdadeira  febre em meados do século XX. Não por menos, ele teve um grande impacto na moda internacional feminina, figurando até aos nossos dias como uma grande influência e inspiração para o mundo fashion.

 

Ilustração pin-up de George Petty publicada na Revista Esquire em 1945. Fonte: The Pin-up Files.

 

Com um forte apelo e grande adesão popular, as mulheres pin-up eram extremamente glamourosas, podendo ser modelos de moda ou mesmo atrizes.

Dessa maneira, pensadas para estarem dispostas em uma parede, as imagens que delas eram produzidas por vezes eram também  chamadas de “fotos cheesecake” (a famosa torta de queijo americana). O termo Cheesecake era uma expressão mais delicada da gíria americana para se referir às fotos de mulheres com pouca roupa, seminuas ou nuas. Afinal, em tempos ainda muito conservadores, o estilo pin-up seguia sendo visto com muitas ressalvas.

Em resumo, as pin-ups eram mulheres com um corpo volumoso, curvilíneo e muito feminino que se trajavam com um estilo explicitamente sensual e eram retratadas seja em fotos, desenhos, pinturas ou  outras ilustrações. A sua principal novidade? Quebravam com muito do conservadorismo e dos velhos paradigmas ainda em vigor.

 

Ilustração pin-up “I don’t go far in any direction”, de 1950. Crédito: Harry Ekman. Fonte: The Pin-up Files.

 

 

As Pin-ups: entre Gibson e Vargas Girls

 

Gibson Girls por Charles Dana Gibson, c. 1900. Fonte: Wikimedia commons.

 

Uma das primeiras e principais referências do estilo é a “Gibson Girl”, o tipo de representação da “nova mulher” de autoria do artista Charles Dana Gibson (1867-1944). Temos que considerar que até então havia uma forte repressão e controle sobre o comportamento e sexualidade das mulheres em geral. Assim, o que o trabalho de Gibson trazia era justamente uma nova visão sobre o sexo e, consequentemente, sobre a sexualidade feminina – ainda que de uma maneira muito sutil.

O que as ilustrações permitiam era explorar cada vez mais as fantasias que na vida real não seriam aceitas. Afinal, ainda que as mulheres fossem representadas de uma certa maneira, essa postura não era vista com bons olhos na vida real. Era, assim, tolerada apenas entre as artistas, personagens do cinema, ou ilustrações pin-up.

Foi a partir de 1932 que a revista Esquire passou a trazer muitos desenhos e ilustrações de mulheres pin-up, sendo então mais conhecida pelas suas “Vargas Girls”, as criações do ilustrador Alberto Vargas (1986-1982).

 

Ilustração pin-up de uma “Vargas Girls”, de Alberto Vargas. Fonte: Heritage Aucations.

Um período de crise e guerras

 

Poster com ilustração pin-up de George Petty “Waves or Spars”, de 1942. Fonte: The Pin-up files.

 

Antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), essas mulheres eram ressaltadas pela sua beleza mais do que pela sexualidade. Entretanto, essa imagem sofreu várias mudanças ao longo do tempo.

Nesse sentido, como resultado do início da guerra as ilustrações se adaptaram ao universo militar, tendo-se também tornado cada vez mais sedutoras. Afinal, elas “transportavam” os soldados à uma fantasia que lhes permitia “fugir” um pouco do caos que então viviam.

Avião “Nightie Mission”, de 1944, com uma pintura estilo pin-up características entre os americanos na chamada “nose art”. Fonte: Wikimedia commons.

 

Principais artistas de arte pin-up

 

Enoch Bolles (1883-1976)

Ilustração em um capa de uma publicação em 1923, por Enoch Bolles. Fonte: Wikimedia commons.

 

George Petty (1894-1975)

O “Petty Girl Suit”, ilustraçao pon-up de George Petty de 1940. Fonte: The Pin-up files.

 

Harry Ekman (1923-1999)

Ilustração pin-up de Harry Ekman. Fonte: The Pin-up Files.

 

Art Frahm (1907-1981)

Ilustração pin-up de Art Frahm. Fonte: The Pin-up Files.

 

Zoë Mozert (1907-1993).

Ilustração pin-up de Zoe Mozert intitulada de 1953. Fonte: The Pin-up Files.

 

Além desses ilustradores também se encontram, por exemplo,  Gil Elvgren (1914-1980), Earle K. Bergey (1901-1952), Rolf Armstrong (1889-1960) e Duane Bryers (1911-2012).

Atualmente, o estilo continua tendo muitos adeptos . Nesse sentido, entre os artistas contemporâneos mais destacados está Olivia De Berardinis, conhecida por sua arte pin-up inspirada em Bettie Page e seus trabalhos para a Playboy.

 

 

Betty Boop

 

Matéria que refere que a personagem Betty Boop se baseou na pin-up Helen Kane, de 1932. Fonte: Wikimedia commons.

 

Nesse meio tempo, Betty Boop, uma personagem de desenho animado criada por Max Fleischer, apareceu logo em 1930 para ganhar um grande mercado. Ainda que ela originalmente tenha surgido na série de filmes Talkartoon e Betty Boop, que foram produzidos pelos estúdios Fleischer e lançados pela Paramount Pictures, a personagem, acima de tudo, se consolidou como a personificação do estilo pin-up.

Assim, mesmo após Betty ter terminado de apresentar os seus desenhos teatrais entre 1930 e 1939, o  sucesso que a sua imagem alcançou fez com ela virasse febre no mundo. Como resultado, ela não apenas foi representada em outros quadrinhos como virou uma ampla gama de produtos comercializados para o grande público, se mantendo assim até aos nossos dias.

 

O desenho animado da pin-up Betty Boop, década de 1930. Fonte: Wikimedia commons.

 

As pin-ups no Brasil: o trabalho de Alceu Penna

 

“Garotas e Maiôs”. Fonte: Facebook Alceu Penna.

 

Além dos artistas internacionais, o Brasil também teve o seu grande ilustrador do estilo pin-up. O mineiro Alceu Penna (1915-1980), então com um talento polivalente e um gosto apurado, fez história ao traduzir em cores e formas o melhor da brasilidade à nova imagem feminina.

Bom, ele teve diversas parcerias e trabalhos ao longo da sua carreira. Dentre elas, inclusive contribuiu em 1940 à revista americana “Esquire”, além de em 1951 à revista “Tricô e Crochê” e em 1974 à “Manequim”.

Seja como for, foi o seu trabalho com a coluna “As Garotas”, que Alceu publicou na revista “O Cruzeiro” a partir da década de 30, que o artista ajudou a revolucionar o setor da moda no país. A sua principal inspiração? Além das mulheres cariocas, o trabalho que vinha sendo desenvolvido pelos desenhistas de arte pin-up nos Estados Unidos – onde viveu por alguns anos.

 

Um toque de brasilidade

 

Garotas à distancia, ilustração de Alceu Penna, 1963. Facebook Alceu Penna.

 

As suas ilustrações delicadas e femininas, mas ao mesmo tempo ousadas e provocativas, fizeram com que muitas mulheres do país seguissem de perto o seu trabalho.

Como resultado, a partir das suas mãos começava a ganhar corpo um novo ideal feminino no Brasil, que pouco a pouco se livrava da rigidez, limitação e sobriedade das décadas anteriores.

Essa mudança então veio como uma lufada de ar fresco. Ou seja, ainda que fossem exclusivamente ilustrações, essa nova figura feminina, muito mais leve e autoconfiante, foi uma grande influência para o comportamento e a moda do período.

Como resultado do seu sucesso, “As Garotas” também passaram a figurar nas folhinhas (calendários) que eram distribuídas pela empresa S. A. Moinho Santista Indústrias Gerais. Esse investimento também seguia a tendência que se vivia nos EUA com respeito à arte pin-up.

 

 

Como usar o estilo das Pin-ups?

 

Antes de mais nada, a característica mais marcante de uma pin-up é a sensualidade. Esse estilo feminino pende entre a malícia e a ingenuidade, mas sem ser vulgar.

Para encarnar a pin-up que há em você é preciso recorrer à determinadas roupas e acessórios característicos. Entre eles estão as saias e vestidos com cintura bem-marcada, peças em cintura alta, o corselete, o salto alto, as meias 7/8, calças cigarretes, o tomara-que-caia, o decote e as saias godês (muito rodadas).

 

Marilyn Monroe em estilo pin-up em 1953. Fonte: Wikimedia commons.

 

Além das roupas sensuais, femininas e chamativas, o look pin-up se completa com cabelos super estilosos. Por exemplo, a franja que Sabrina Sato adotou há alguns anos foi uma releitura clara do estilo pin-up: curta, acima da linha da sobrancelha.

Para além desse corte, eram também comuns os penteados com topete e o uso dos bobs de tamanho médio, usados para dar volume e formar cachos no cabelo. Para arrematar o estilo, eram muito usados os lencinhos pesos ao pescoço ou adereços como flor e laços na cabeça.

No que diz respeito à maquiagem, os principais traços do estilo pin-up são o batom vermelho, as sobrancelhas bem desenhadas, os olhos delineados no estilo gatinho e os cílios postiços.

 

Sabrina Sato cortou a franja em estilo pin-up para a campanha Verão 2012 da Arezzo. Fonte: Fashion Bubbles.

 

Artistas famosas que foram pin-ups

 

Quanto às atrizes mais famosas que encarnaram o estilo pin-up, figuram algumas das mulheres consideradas as mais sexy e bonitas de todos os tempos. Entre elas, para além do nome de Marylin Monroe (1926-1962), se destacam, por exemplo,  Brigitte Bardot (1934), Jane Russel (1921-2011), Rita Hayworth (1918-1987) e Greta Garbo (1905-1990).

 

Marilyn Monroe e Jane Russell no Chinese Theater em Los Angeles, 1953. Fonte: Wikimedia commons.

 

Retrato de Greta Garbo pertence ao conjunto de 16 beldades de Rolf Armstrong, em 1930. Fonte: Wikimedia commons.

 

Entretanto, a artista que melhor incorpou o estilo pin-up, e por isso é conhecida como a “Rainha  das Pin-ups”, foi a modelo Bettie Page (1923-2008). Além de ter sido um ícone do estilo pin-up, ela também chocou o mundo e inovou com o fetichismo. Sua principal marca era o cabelo muito negro, volumoso e com uma franja curta – além do batom vermelho.

Infelizmente, a sua vida acabou por entrar em um obscuro declínio, mas a imagem de Bettie se consolidou como o ícone máximo da “Pin-up Girl”, sendo reinterpretada por muitos artistas até aos nossos dias.

 

 

Releituras contemporâneas das Pin-ups

 

Anitta no clipe “Girl from Rio”. Fonte: Facebook Anitta.

 

Na atualidade, o estilo segue bastante vivo. Afinal, nas últimas duas décadas do século XXI cantoras como Katy Perry, Christina Aguilera, Amy Winehouse, Beyoncé, Rihanna, Pitty e outras famosas filmaram clipes, apareceram em eventos, ou circularam com o look pin-up. Além delas, outras artistas, como as apresentadoras brasileiras Eliana, Sheila Carvalho e a atriz Alice Braga, também já fizeram ensaios fotográficos como pin-up.

Mais recentemente, a cantora Anitta apareceu vestida com o estilo pin-up no seu novo videoclipe “Girl from Rio” e está dando o que falar.

Explorando o cenário romântico do Rio de Janeiro dos anos 50 e o visual elegante e clássico do período, Anitta buscou dar visibilidade e fazer um contraponto com as mulheres do “Rio real” e atual. Como resultado, a artista tem recebido muitos elogios por justamente usar o seu trabalho como uma ferramenta de diversificação e discussão socio-cultural.

 

A cantora Anitta reviveu o estilo pin-up em seu mais recente clipe “Girl from Rio”: 

 

No clipe “Candyman”, de Christina Aguilera, dá para perceber bem o estilo e a atitude de uma pin-up:

 

Beyoncé também atacou de pin-up no seu clipe “Why Don’t You Love Me”:

 

Katy Perry é uma das famosas que mais recorrem ao estilo pin-up, como no clipe “Thinking Of You”:

 

As pin-ups, o feminismo e a atualidade

 

Modelo estilo pin-up Bernie Dexter, 2008. Fonte: Wikimedia commons.

 

Apesar do seu charme evidente e do sucesso que tiveram e seguem tendo, a reação às pin-ups possui duas vertentes claras e divergentes: uma que considera essa sensualidade assumida e desinibida como uma libertação da mulher com respeito ao conservadorismo e repressão ainda muito presentes na sociedade da época; e, por outro lado, a exploração da mulher como objeto de desejo e capricho dos homens.

 

Dita Von Teese em Cannes, 2007. Crédito: Mireille Ampilhac. Fonte: Wikimedia commons.

 

Seja como for, o estilo caiu no gosto popular e se mantêm consolidado como uma das principais referências da moda feminina. Desse modo, nas últimas décadas modelos e artistas como Bernie Dexter e Dita Von Teese seguem explorando o estilo, deixando-o vivo sem que fique ultrapassado.

Agora, também quer explorar um pouco o visual? Então, aposte no salto alto em estilo clássico, vestidos e saias bem acinturados, um decote que valorize o busto, além de um penteado estiloso e os famosos olhos e boca bem marcados.

 

Em seguida, leia:

 

 

Veja fotos ao longo dos anos inspiradas nas Pin-ups

 

Esse artigo foi original publicado em 2011.  Afinal, as Pin-ups estão sempre servindo de inspiração. Por fim, confira como elas foram retratadas na época!

 

Christina Aguilera em estilo pin-up no clipe “Candymen”.

 

Katy Perry posando de maiô tomara que caia com cintura marcada, estampa de flor e color blocking. Fonte: Blog de Jhee.
A cantora Katy Perry arrasa no estilo pin-up: saia de cintura alta e top preto, sandália vermelha com vestido tomara que caia azul e um look dos anos 50 com estampa de bolinhas. Fonte: Rockssip Girls.

Além disso, os cabelos volumosos e a franja acima da sobrancelha completam os looks  pin-ups. Fonte: Uol Jogos / John’s Blog Space

 

As atrizes da série Desperate Housewives com o estilo pin-ups. Fonte: mon sourire
A atriz Alice Braga preferiu um estilo mais romântico de pin-up – cabelos ondulados e com volume, ombros à mostra e cintura marcada com cinto preto. Foto: Itsmechanel5’s
A cantora Amy Winehouse adorava o estilo pin-up – laços nos cabelos e  cintura marcada com cinto.


Sabrina Sato cortou a franja em estilo pin-up para a campanha Verão 2012 da Arezzo. Fonte: Fashion Bubbles.

 

A apresentadora Eliana em como pin-up, com o estilo clássico de marinheiro.
A apresentadora Eliana como pin-up, com o estilo clássico com bolinhas brancas.

 


Rihanna também apareceu de pin-up: tomara que caia cinza, saia de cintura alta vermelha e laço branco com bolinhas vermelhas no cabelo. Fonte: Tribo Fashion.

 


Dita Von Teese é referência quando se fala em pin-ups – a estrela burlesca desfila com corselet, vestidos godê e de cintura marcada. Fonte: Teen Mania.

 


Por fim, a cantora baiana Pitty também adora o estilo pin-up: meias 7/8 com corselet preto e shorts de cintura alta, com blusa amarrada e laço no cabelo Fotos: Samba a dois, Blyza

 

Por Willians Glauber.

Editado e atualizado por Mariana Boscariol.

Mariana Boscariol: Mariana Boscariol é uma historiadora especialista no período moderno. Sua experiência profissional e pessoal é em essência internacional, incluindo passagens por Portugal, Espanha, Itália, Japão e o Reino Unido. Sendo por natureza inquieta e curiosa, é também atleta, motoqueira e aventureira nas horas vagas – e sempre leva um livro na bolsa!

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