Desde que os homens deixaram os frufrus, perucas e outros apetrechos fashion a partir da Revolução Industrial, estabelecendo o uso do terno como o conhecemos, uma das variações permitidas na moda masculina tem sido o tamanho e a abertura da lapela (gola) do paletó: no início do século XX ficou bem pequena, como está hoje, depois foi abrindo até alcançar a proporção que aparece na foto da década de 40 e assim vem oscilando.
Quando, nas décadas do final do século XX, já acostumados às golas grandes, muito abertas, tivemos que conviver com o retorno ao tamanho reduzido, como achamos feio! Agora, já estranhamos quando vemos as golas amplas, pois o nosso cérebro se acostuma a um padrão e faz de tudo para evitar sua modificação.
O costumeiro põe o cérebro no piloto automático, que consome pouca energia. A mudança tem que obrigar os neurônios a trabalharem e esse é um dos paradigmas da moda: revolucionar, trazer o inusitado, o inesperado, o diferente. E o melhor, é que esse exercício estimula o cérebro, forçando-o a assimilar o novo, mesmo se no início for a contragosto.
Anos 40
-
Rapper Puff Daddy e Terno Daslu
Ternos em 2013, lapela ainda mais estreita. Hugo Boss
Ternos em 2013
Por Ignez Pitta