História da chita: tudo sobre o tecido estampado que é a cara da festa junina
Chita é um tecido caracterizado por cores vibrantes e desenhos florais ou de padrões variados. Descubra tudo sobre sua história no Brasil
A chita, com seu colorido vibrante e estampas alegres, é um tecido que carrega uma rica história, entrelaçada nas tradições e na cultura popular brasileira. Comumente associada às festas juninas, onde se faz presente em vestimentas típicas, o tecido também adorna lares em forma de cortinas, almofadas e toalhas de mesa, trazendo um toque de cor e alegria aos ambientes.
Nesta matéria, você descobrirá a origem da chita, explorando como esse tecido chegou ao Brasil e se entrelaçou tão profundamente na tapeçaria cultural do país. Descobrirá a composição única que confere à chita seu charme inconfundível, além de entender as diferenças entre chita, chitão e chitinha. Continue lendo e desvende os segredos e a história por trás deste tecido emblemático!
Quem criou a chita?
A história da chita revela suas raízes na Índia medieval, onde inicialmente foi chamada de “chint”. Por isso, a criação deste vibrante tecido estampado é atribuída aos habilidosos artesãos indianos.
Além disso, sua jornada pelo mundo, começando pelos portugueses que a introduziram na Europa, destaca a chita como um símbolo de intercâmbio cultural. Descubra em seguida mais sobre a origem do tecido:
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A história da chita no Brasil
A transição do Oriente para o Ocidente marca apenas o início da fascinante história da chita, que encontrou no Brasil um novo lar e uma nova identidade. Este vibrante tecido de algodão estampado, conhecido por suas estampas florais e coloridas, cruzou oceanos e séculos para se tornar um símbolo da identidade brasileira.
Originário da Índia, onde se chamava “chint” como mencionado a pouco, foi adotado pelos portugueses em seus intercâmbios comerciais, tornando-se popular na Europa sob diversos nomes, como “indiennes” na França e “mezzaros” na Itália.
Chegada ao Brasil
Chegando ao Brasil pelas mãos dos colonizadores portugueses, o pano estabeleceu suas raízes inicialmente nos estados da Bahia e de Pernambuco, importantes centros administrativos da época colonial.
Devido a restrições comerciais impostas pela Coroa Portuguesa e acordos com a Inglaterra, o desenvolvimento têxtil brasileiro tardou, forçando o país a importar o pano estampado, que servia até como moeda de troca no tráfico de escravos.
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Início da produção no Brasil
A virada na produção nacional de tecidos veio com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, que trouxe consigo a permissão para a fabricação local. Assim, o tecido começou a ser produzido em solo brasileiro, utilizando-se de gravuras com matrizes de madeira importadas, marcando o início da xilogravura no país.
Minas Gerais emergiu como um centro de desenvolvimento têxtil, com a fundação da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro & Cachoeira em 1872, em Curvelo, tornando-se a primeira grande indústria dedicada à produção do tecido no Brasil.
Ressignificações e transformações
Além disso, ao longo dos séculos, o tecido passou por diversas ressignificações e transformações. No século XX, a modernização da indústria têxtil trouxe novas estampas e cores, ampliando sua popularidade na moda e na decoração.
Durante os anos 1960, o tecido foi emblemático do movimento tropicalista e do estilo hippie, simbolizando revoluções culturais e comportamentais, vestindo participantes do movimento tropicalista e personagens da literatura, do teatro, de novelas e do cinema.
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Símbolo de brasilidade
Hoje, temos o tecido como um sinônimo de brasilidade, presente em diversos contextos sociais e culturais. Ele continua a fascinar estilistas, artistas e designers, mantendo-se relevante e adaptando-se às novas tendências.
Sem dúvida, o tecido é encontrado em fuxicos de vovó, passarelas famosas e até em objetos de decoração, refletindo a diversidade e a riqueza cultural do Brasil.
Qual a composição do tecido chita?
Você já se perguntou qual é a composição que confere à chita seu charme inconfundível? Este tecido, símbolo de alegria e cor no Brasil, tem sua essência no algodão. Seu tecimento ocorre partir do morim, um algodão de trama simples que serve de tela para desenhos vibrantes e coloridos.
As estampas da chita, com suas cores vivas como vermelho, azul, verde e amarelo, são pensadas não apenas pela estética, mas também pela funcionalidade. Dessa forma, as imperfeições do tecido são habilmente mascaradas, enquanto a harmonia entre as cores intensas confere ao pano uma beleza singular.
Além disso, a simplicidade dos desenhos, que remetem a uma ingenuidade encantadora, é o que torna o tecido tão especial. Assim, a composição da chita não se limita aos seus componentes físicos, mas se estende à riqueza de sua história e ao impacto cultural que carrega.
Para que serve o tecido de chita?
Você já chegou a se perguntar sobre a versatilidade da chita e como esse vibrante tecido de algodão estampado se encaixa em tantos aspectos da vida brasileira? Tradicionalmente, este pano colorido adornava colchões, trazendo alegria até mesmo aos objetos mais simples do lar.
Além disso, era e até hoje é um elemento essencial em festividades, transformando-se em vestidos de festa junina, toalhas de mesa e cortininhas de pia, provando sua onipresença nos lares brasileiros.
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Com o tempo, o tecido ultrapassou as fronteiras do uso doméstico e se imiscuiu na cultura popular e na moda. Assim, tornou-se peça chave na composição do visual hippie dos anos 1970, marcando presença em almofadas, móveis, cortinas e colchas.
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Além disso, a chita vestiu personagens culturais e folclóricos, colorindo as festas do Divino, os cortejos do Maracatu e até os palhaços das folias de reis, reafirmando seu papel como um símbolo de brasilidade.
Onde a chita é usada atualmente?
Atualmente, se utiliza a chitaam plamente em diversos contextos, refletindo sua versatilidade e importância cultural. Ela é vista em itens tradicionais como vestidos de festa junina, toalhas de mesa e cortininhas de pia.
Além disso, o tecido chegou ao século XXI como um símbolo fortíssimo da identidade brasileira, podendo ser encontrado em fuxicos de vovó e emprestando sua graça a passarelas famosas.
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Na moda
No discurso da moda, se reconhece a chita como um tecido símbolo da cultura popular. Sem dúvida, ela está presente no discurso da moda, sendo uma das maiores e primeiras xilogravuras feitas no Brasil.
De tempos em tempos, o pano ganha espaço em passarelas, galerias de arte, vitrines e palcos, onde estilistas, artistas plásticos, designers e outros criadores redescobrem essas estampas e as incorporam às suas produções.
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A chita também se destaca como elemento alternativo nos objetos de decoração. Hoje, a consideramos como um sinônimo kitsch, ganhando status não convencional e saindo das lojas de decoração para as residências, valorizando acessórios e itens de decoração com estilo, induzidos pela indústria cultural e pelos meios de comunicação.
Âmbito cultural e folclórico
No âmbito cultural e folclórico, o tecido é indispensável na vestimenta dos palhaços das folias de reis, nos estandartes das festas do Divino e nos cortejos do Maracatu. Além disso, enche de cores a indumentária de fantoches, bonecos e marionetes, sendo marcante em diversas manifestações culturais.
Durante o movimento tropicalista, figuras como Chacrinha, Gil, Caetano, Tom Zé e outros se vestiam com chitões coloridos, reforçando seu papel na moda brasileira.
Em 2008, a chita se registrou como sinônimo de brasilidade, sendo homenageada durante o Carnaval na Avenida Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, palco de desfiles de Escolas de Samba.
Vou brilhar… vermelho e branco vem aí!
Sou cultura milenar, vou agora desfilar
O meu encanto na Sapucaí… sou a chita bacana…
Vim da Índia, pelo mundo criei fama
Fui tesouro em Portugal… que legal!
Quem não sabe vai saber…
Fui estampado para inglês também me ver
Fauna, flora, natureza, com o toque tropical
Enredo “Que chita bacana”, de Alexandre d’Mendes
Esses exemplos mostram a aplitude da utilização da chita na moda, decoração, eventos culturais e folclóricos. Dessa forma, ela se estabelece como um símbolo de identidade brasileira, refletindo a diversidade e a riqueza cultural do país.
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Diferença entre chita, chitão e chitinha
A diferença entre chita, chitão e chitinha está principalmente nas características das estampas florais e na metragem do tecido.
Originalmente, a estampa da chita é floral, e ela se denomina chitinha quando as flores são miudinhas. Por outro lado, se as flores se apresentarem de tamanho médio, o tecido é chamado de chita.
Além disso, nos anos 50, surgiu o chitão, possivelmente devido à largura da fazenda lançada pela fiação e tecelagem São José, que tinha o dobro da metragem comumente ofertada no mercado. Portanto, a distinção é a seguinte:
- Chitinha: flores miudinhas;
- Chita: flores de tamanho médio;
- Chitão: surgiu nos anos 50, com o dobro da metragem comumente ofertada no mercado.
Dessa forma, cada variação do tecido possui suas próprias características que as diferenciam, seja pelo tamanho das estampas florais ou pela largura do pano.
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Conclusão
Já parou para dar uma olhada à sua volta e ver se tem algo de chita em sua casa, seja na decoração ou mesmo nas peças do guarda-roupas? Aposto que tem, sim!
Agora, você sabe a história da chita e pode compartilhar com seus amigos todas essas riquezas de informações que leu aqui no Fashion Bubbles. Compartilhe o link dessa matéria com aquela amiga que vai usar um vestido de chita na festa junina e não imagina a origem do tecido!
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