Editores de revistas de moda são sempre sinônimos de status. Eles são os bã bã bãs da moda, ajudam a eleger as tendências das temporadas, escolhem as modelos da vez, frequentam as primeiras filas de desfiles … Porém, grande parte deles são conhecidos também por ter personalidade forte e mau humor. Mas, de onde será (melhor, de quem será) que veio esta fama?
A percussora do trabalho duro, zero glamour e muita polêmica é Diana Vreeland, que esteve por 25 anos na Harper’s Bazaar e 9 anos como editora de moda da Vogue US. Há boatos de tudo começou no Roof, em Nova York, quando Carmen Snow (já na Harper’s Bazaar) viu Diana dançando ao lado de seu marido, um banqueiro de sucesso, com um vestido Chanel e teve a intuição de que aquela mulher elegante seria ótima colaboradora para a revista.
Foi então que no ano de 1936, Diana Vreeland passou a assinar a coluna “Why Don’t You” para a Bazaar. Seus textos traziam dicas para lá de absurdas como “Por que você não usa três diamantes no cabelo como a Duquesa de Windsor?”.
Mas, é no ano de 1939 que ela se torna a primeira editora de moda do mundo, dando vida a uma série de editoras que viriam depois, como Anna Wintour, conhecidas pelo gênio difícil e trabalho impecável. “Sei o que elas vão usar, antes de elas usarem. O que vão comer, antes de comerem. E até mesmo para onde vão, antes mesmo de o lugar existir”, afirmou Vreeland sobre as leitoras das revistas femininas.
Entre as manias de Diana, suas bijuterias barulhentas, que serviam também para avisar as assistentes quando estava chegando. Ela também odiava reuniões, por as julgava inúteis.
Já na Vogue, Diana foi contratada a pedido da esposa do empresário Sam Newhouse, que comprou a Condé Nast de presente para sua mulher. Embora considerada feia, Diana aprendeu logo cedo que deveria imprimir seu estilo: cabelos Chanel curtíssimos presos atrás da orelha e esmalte e batom vermelhos, sua cor favorita que também estava nas paredes de seu escritório na Vogue.
Me seu círculo de amizade figuravam nomes como Andy Warhol, Coco Chanel e Jack Kennedy. Sua saída na Vogue aconteceu no ano de 1971 e de acordo com relatos foi humilhante. A editora foi demitida por extrapolar demais os orçamentos de cada publicação, com fotógrafos clicando editoriais por todo o mundo.
Graças a sua amizade com Jackie O., após a demissão conseguiu o posto de consultora especial de Vestuário do Metropolitan Museu de Nova York, criando mostras memoráveis como “The World of Balenciaga” (1973), “Hollywood Design” (1974) e “Vanity Fair” (1977). Ela faleceu no ano de 1989, cega. Veja abaixo algumas de suas frases icônicas:
“Dinheiro ajuda a tomar café na cama. Estilo ajuda a descer uma escada”
“O biquíni foi a invenção mais importante do século 20, depois da bomba atômica”
“Se você não se veste bem todos os dias de sua vida, jamais estará bem vestida no sábado à noite”
“A roupa não leva a lugar nenhum. É a vida que você vive nela que leva”
“A modelo ideal não tem que ser perfeita, nem bela, mas sim impregnar de alma as roupas”
Fotos: Estilo Voilá, Fortunity, The Daily Beast, Blogview e Analee.