Cultura Raver – História e influência das raves na moda atual

Nascido em Detroit na década de 80, o techno surge inspirado por uma profunda crise industrial e social que se dava na cidade no momento. A estética das casas abandonadas e dos edifícios em ruínas criava uma atmosfera obscura, inspirando os DJ’s locais na criação de uma música futurista que logo caiu nos gostos do Reino Unido e da Alemanha.

Rapidamente, as raves se transformaram em uma via de escape, uma fuga do mundo real e uma maneira de libertar-se das convenções sociais, especialmente nas periferias das cidades. Os eventos tinham longas durações, ocorrendo durante dias a fio em galpões abandonados ou lugares ermos, distantes da cidade, onde DJ’s e artistas plásticos apresentavam seus trabalhos e interagiam com o público, reafirmando a corrente de revolta contra o materialismo e o individualismo.

As raves também traziam o objetivo de proporcionar aos  participantes a uma sensação de êxtase grupal, através de experimentos artísticos imersivos e novas percepções sensoriais, muitas vezes embaladas pelo uso de drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD.

Entre 1990 e 1997, o fotógrafo Tilman Brembs capturou o universo das raves com uma câmera 35mm, enquanto trabalhava para a revista Frontpage, a mais importante da cena underground da época. O projeto Zeitmaschine traz imagens que mostram o que rolava dentro das festas e traduzem um pouco do espírito raver  através das roupas e maquiagem ultra coloridas.

Cultura Raver – estilo e inspirações

Zeitmaschine – Tilman Brembs

Recentemente, o Berghain (balada que acontece em uma antiga central nuclear abandonada, em Berlim) venceu uma batalha judicial e foi declarado pela corte alemã como um estabelecimento de alta cultura, mostrando reconhecimento ao trabalho artístico desenvolvido no local. A decisão ocorre, curiosamente, no mesmo momento em que a cultura raver toma conta do mundo da moda, sendo referência constante em desfiles, editoriais e fashion films. 

Não por acaso, em setembro a Adidas Originals organizou uma rave em Paris para lançar a seu tênis Adidas NMD, promovendo um retorno ao techno dos anos 90 em uma imersão completamente sensorial, que prometia ser uma experiência única.

Adidas – espaço da NMD Party em Paris

Nas Passarelas

A estética anos 90 e os ambientes multi sensoriais das raves inspiram artistas e estilistas há anos. Agora, o fenômeno aparece nas passarelas com mais força do que nunca, e ganha destaque nas passarelas de marcas como Morecco, Miu Miu, House of Holland e Marc Jacobs.

Morecco

   

House of Holland e MiuMiu Resort 2017

  

Miami Resort 2017 e Morecco

A cena clubber dos anos 1990 e os artistas como Boy George e Marilyn Manson serviram de inspiração para o verão 2018 de Marc Jacobs. Na coleção, que foi apresentada na Semana de Moda de New York, vemos uma mistura de cores, estampas, volumes e materiais, inspiradas pelo visual raver. Na beleza, dreads multicoloridos assinados por Guido Palau e muita sombra metálica nos olhos.


Verão 2018 de Marc Jacobs

Dreads multicoloridos assinados por Guido Palau e muita sombra metálica nos olhos

  

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Francieli Hess: Francieli Hess é estilista, empresária e produtora de conteúdo especialista em SEO. Atualmente reside na Índia, onde dirige sua marca Hess e atua como consultora internacional de negócios de moda, com foco em inovação e sustentabilidade. Instagram: @francielihess Site: www.hessbyhess.com

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