“Quando um crítico de moda ou editor vai assistir a um desfile, ele não deve (…) seguir seu gosto pessoal. Afinal, ele não está indo às compras, mas analisando o trabalho de dezenas ou centenas de pessoas, em muitos meses de trabalho. Para tanto, nós, especialistas, contamos com algumas armas. A primeira delas é a proporção. Observe os comprimentos das saias e calças, olhe como eles se relacionam com os ombros, olhe onde estão os ombros (se “no lugar”, se deslocados). Veja se a roupa é justa ou solta, se a silhueta é fragmentada ou longilínea; se é estreita ou larga. Esses opostos servem para o exercício básico da moda: a comparação. Com esses tópicos anotados, basta lembrar de como eles estavam na estação anterior. Daí temos a palavra-chave da engrenagem fashion, a mudança. E assim você compara com as proporções estabelecidas pelos outros estilistas: quando muitos ombros fora de lugar aparecem, instala-se a “tendência dos ombros fora de lugar”. E assim por diante.”
Trecho de um texto da Erika Palomino, uma das melhores (senão a melhor!) jornalista de moda no Brasil, tirado no blog das meninas da Oficina de Estilo.
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