Coco Chanel e os 50 anos da sua morte: biografia, estilo e frases famosas da estilista
Conheça aqui a história de Coco Chanel, a estilista mais famosa do mundo, que eternizou o “pretinho básico”, mudou a moda feminina e é um ícone de sofisticação até os dias atuais.
Coco Chanel é, de fato, um eterno ícone da moda. Isso porque a estilista faz parte do seleto grupo de mulheres que fizeram história mudando a forma de ser mulher na sociedade europeia do século XX.
No domingo, dia 10 de janeiro de 2021, celebraremos os 50 anos de sua morte. Afinal, ainda que haja passado meio século desde o seu falecimento, o nome de Chanel permanece como sinônimo de elegância e bom gosto.
Chanel deu liberdade às mulheres. Até então, o look feminino era composto por seis partes antes da roupa principal. Além disso, dentre outras coisas, a estilista também foi uma das maiores incentivadoras da liberdade feminina da sua época.
Para Denise Pitta, editora do Fashion Bubbles, podemos dizer, inclusive, que Coco Chanel criou as bases da roupa de trabalho atual usadas pelas mulheres, mesmo agora, na contemporaneidade.
Logo, em um mundo até então dominado por costureiros homens, ela foi uma das responsáveis por revolucionar o jeito de ser, pensar e vestir da mulher.
“Eu não faço a moda, eu sou a moda”. Coco Chanel.
Quem foi Coco Chanel (1883 – 1971)?
“Elegância é tudo aquilo que é belo, seja no direito seja no avesso.”
“A natureza lhe dá o rosto que você tem aos 20. A vida lhe desenha o rosto aos 30. Mas, aos 50, é você quem decide o rosto que quer ter.”
Gabrielle Bonheur Chanel, seu nome de registro, nasceu em Saumur, interior da França, em 1883. Ainda que se tenha tornado um mulher incrível, a sua infância esteve longe de ser tranquila (Chaney, Lisa, 2011).
A mãe de Chanel, uma lavadeira chamada Eugénie Jeanne Devolle, morreu de tuberculose quando ela tinha apenas 12 anos. A relação entre os seus pais tampouco foi um mar de rosas, inclusive porque os dois só se casaram após ela já haver nascido (para a época, um escândalo!).
Logo que se tornou órfã de mãe, ela também acabou por ser abandonada pelo seu pai. Ainda aos 12 anos, Gabrielle foi deixada em internato católico para moças junto com a sua irmã, em Aubazines. Chanel tinha ao todo cinco irmãos, sendo que os meninos ficaram com o pai para ajudá-lo com o trabalho.
“Não importa o lugar de onde você vem. O que importa é o que você é. E quem você é? Você sabe?”
“A força se consegue com fracassos e não com sucessos.” Coco Chanel.
Origem do nome Coco Chanel, o apelido que veio da música
Do berço bastardo de pais não casados e da infância no orfanato Coco Chanel queria distância. As histórias inventadas nem sempre batiam, mas calavam os abelhudos, segundo artigo do site da Haco.
Mentiras sobre a morte da sua mãe, sua idade, e a ausência do seu pai pai serviam para maquiar a realidade que a afetava (Picardie, 2011).
O vínculo que se tornaria eterno com o mundo da moda teve início aos 18 anos. Transferida para um pensionato, começou a trabalhar em um armarinho na cidade de Moulins, região central da França. Começava então uma nova jornada, que mudaria completamente o rumo da sua vida.
Mas era da noite que viria o apelido que transformou Gabrielle definitivamente em Coco. No café La Rotonde, a jovem bonita de longos cabelos negros cantava as duas únicas músicas que conhecida bem.
Dos refrões quase idênticos de Qui qu’a vu Coco (Quem foi que viu Coco) e Ko-ko-ki-ko surgiu o apelido, dado pelos rapazes do 10º Regimento de Cavalaria. Assíduos frequentadores do café, foi um deles, Etienne Balsan, seu primeiro amor.
Primeiro, mas não o único – e todos se tornariam grandes amigos com o decorrer da vida, ajudando-a a formar seus negócios.
“Um homem pode ser o que ele quiser, mas ele permanecerá sendo apenas o acessório da mulher.”
A mudança na vida de Coco Chanel
Na pensão em Moulins, Chanel desenvolveu a sua habilidade como costureira. Tendo lá reencontrado uma tia sua, as duas se juntaram a fim de mudar a sua vida de pobreza. Desse modo, e explorando o seu talento, em 1903 elas foram trabalhar num ateliê que produzia enxovais, chamado Maison Grampayre.
Já com uma condição financeira melhor, elas decidiram deixar o pensionato e dividir um quarto alugado em Moulins. Com outros interesses, Chanel começou a se apresentar como cantora em um café local em torno de 1907. Nesse ambiente, esteve em contato com muitos oficiais do exército e homens da alta sociedade.
Dentre eles, estava Etienne Balsan (1880-1953), herdeiro de uma fábrica de tecidos que fazia uniformes militares e como narrado acima, foi seu primeiro amor.
“Não é o aparecimento, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe.”
“Algumas pessoas pensam que o luxo é o oposto da pobreza. Não é. É o oposto da vulgaridade.”
Sem ‘fruteiras na cabeça’
A essas alturas Chanel já tinha ideias bastante diferentes sobre a moda da época e que influenciariam toda a Europa antes mesmo da Primeira Guerra Mundial.
Em vez de “fruteiras na cabeça”, como dizia, Coco Chanel preferia acompanhar o amante ao hipódromo com um chapeuzinho de palha preso com um alfinete.
Com verdadeiro horror aos babados que eram moda absoluta na época, Coco Chanel começou também a adaptar os trajes masculinos de Etienne. Paletós e gravatas eram constantemente agregados a vestidos mais básicos.
Logo seu estilo chamou a atenção de artistas, escritoras e desportistas, as mulheres mal faladas de seu meio na hipócrita e rígida sociedade moralista de então.
Entretanto, o relacionamento com pessoas influentes lhe permitiram frequentar um ambiente muito privilegiado, no qual, por volta de 1909, conheceu o milionário britânico Arthur “Boy” Capel, considerado o grande amor da sua vida.
Chegou até a deixar um bilhete para Etienne, mas a verdade é que manteve com ambos um triângulo amoroso que durou dois anos.
“Elegância é quando o interior é tão bonito quanto o exterior.”
O início da carreira e os chapéus de Coco Chanel
Foi em Paris, onde, no estúdio emprestado de Etienne e com o dinheiro de Boy, abriria em 1909 seu primeiro negócio: uma chapelaria.
Assim, Gabrielle já tinha uma ligação com o mundo da moda, que se reforçou quando ela, com a ajuda de Arthur, abriu uma loja de chapéus em Deville – artigo que se tornaria uma das suas principais marcas, já a colocando nas revistas da época.
Assim, em 1912, os primeiros produtos da Chanel a se tornarem populares foram chapéus personalizados para as mulheres glamorosas de Deauville, França.
O que os diferenciava de outros designs era que os chapéus de Chanel rejeitavam a ornamentação exagerada em favor de detalhes mais simples e mínimos, como uma pena ou camélia singular.
Na Cidade da Luz, logo seus chapeuzinhos de palha, conhecidos como canotiers, fizeram sucesso a ponto de estamparem uma página inteira da influente publicação de moda Les Modes.
Pouco depois foi a vez de assinar o penteado e os chapéus da atriz Gabrielle Dorziat para a peça Bel Ami. Foi o que bastou para Coco Chanel abrir sua primeira das duas lojas que teria em apenas dois anos.
E é lá, na Rue Cambon 31, paralela à alameda parisiense das grandes grifes, a Faubourg Saint Honoré, que até hoje funciona a sede histórica da marca.
O romance, entretanto acabou tragicamente. Arthur Capel, que era casado, morreu em um acidente em 1919. Com o choque da perda, ela decidiu deixar a loja de chapéus e criar o seu primeiro ateliê de costura.
A maioria das mulheres escolhe uma camisola com mais cuidado do que o marido.”
A criação das roupas esportivas
A até então modista, termo usado na época para descrever designers de chapéus e penteados, Coco Chanel logo seria elevada à categoria de estilista por uma ousadia criativa.
Em veraneio com Boy no famoso balneário de Deauville, com frio, Chanel pegou uma malha antiga do namorado e, em vez de vestir pela cabeça, decidiu abrir a parte da frente, criando uma espécie de gola.
Com os retalhos da malha improvisou um cinto e aplicou dois bolsos generosos em uma altura que as mãos ficassem bem confortáveis.
O sucesso foi imediato e Coco Chanel vendeu dez modelos iguais praticamente na mesma hora em que apareceu com o modelito. Era a criação da roupa esporte, de acordo com os colunistas da época.
No mesmo ano, 1913, agora estilista abriria sua segunda loja, ali mesmo, na charmosa Deauville.
As primeiras peças e as primeiras calças femininas
Após a morte de seu grande amor e sócio Arthur Capel, Chanel resolveu então, desenhar as suas próprias peças, começando a vender roupas mais esportivas, mais confortáveis e casuais. Além disso, sempre na vanguarda da moda, ela também criou das primeiras calças femininas.
Nascia então a grande estilista Coco Chanel. Criadora dos alicerces de uma elegância feminina única, na sua vida o trabalho nunca deixou de ocupar o lugar principal.
“O luxo tem que ser confortável ou não é luxo.” Coco Chanel.
- Para vivenciar um pouco mais a história da estilista, veja o filme “Coco antes de Chanel“, interpretada por Audrey Tautou (a atriz de Amélie Poulain).
- Além disso, veja o video da exposição “Gabrielle Chanel, Fashion manifesto” em Paris, que traz uma retrospectiva da vida e trabalho da estilista.
Coco Chanel e a revolução do estilo feminino no século XX
“Uma mulher precisa de apenas duas coisas na vida: um vestido preto e um homem que a ame”
A assinatura de Chanel não pode ser desassociada do surgimento no século XX, de um estilo feminino mais funcional e sem os exageros que eram comuns até então. Ainda mais importante, o seu nome era irremediavelmente sinônimo de elegância.
Passados alguns anos desde o início da sua carreira como estilista, ela já era dona de duas lojas de moda: uma na mesma cidade de Deauville, e outra em Paris. Além dos icônicos chapéus, haviam começado a aparecer as primeiras roupas criadas por Coco Chanel.
A terceira loja de Coco foi aberta em 1915 em Biarritz, próspera cidade praiana francesa, quase na fronteira com a Espanha. Endinheirados franceses, espanhóis e de diversas nacionalidades escapavam da Primeira Guerra Mundial, que estava em pleno curso, na cidadezinha.
Enquanto outras lojas fechavam, a Chanel seguia aberta, vendendo vestidos de jérsei, um tecido barato, que na época era mais usado para roupas íntimas masculinas. Com bom caimento, o jérsei era ideal para Coco, que fazia com ele peças femininas inspiradas justamente no guarda-roupa dos homens.
Desde o início foram revelados aqueles que seriam os traços marcantes das suas criações: a simplicidade e o conforto. Esses eram conceitos realmente muito inovadores à época, e levam o carimbo de Chanel por todas as partes.
Dentre as suas criações, foram surgindo vestidos chemisiers soltos, amplos cardigãs e peças em jérsei. O tecido até então era apenas utilizado na confecção de roupas íntimas e twinsets, o conjunto de cardigã e pullover de manga curta que com o tempo se tornaria um verdadeiro clássico.
“A moda não é algo que existe apenas nos vestidos. A moda está no céu, na rua, a moda tem a ver com as ideias, a maneira como vivemos, o que está acontecendo.”
“Há pessoas que têm dinheiro e pessoas que são ricas.”
Como Coco Chanel transformou a história da moda?
Sem qualquer preconceito, Chanel adotou o suéter masculino, então usado com saias lisas e retas. A partir de 1920, deu um de seus golpes mais ousados. Inspirada no armário masculino, ela lançou o primeiro modelo de calças para mulheres. Um dos principais modelos de referência eram as calças de boca largas usadas pelos marinheiros.
Em outras palavras, as suas inovações renovaram a silhueta feminina. O novo comprimento de suas saias passava a mostrar os tornozelos das mulheres, cujos pés calçavam sapatos confortáveis de bicos arredondados.
Atenta aos detalhes e inovadora
Chanel causou surpresa e angariou uma legião de fãs por onde passou com suas ideias inusitadas para a época.
Revolucionária, instigante e provocadora, não tinha pudor em definir a moda como um negócio, não como uma arte. Não foi à toa que construiu, sozinha, um império que ainda hoje é um dos alicerces do mundo da moda.
Quando as saias arrastavam no chão, Chanel mostrou os tornozelos. Quando só as bailarinas dos cafés cortavam os cabelos no queixo, Chanel mostrou a nuca.
Quando armações e babados ditavam a moda, Coco Chanel criou as linhas retas, os cortes confortáveis e transformou em femininas as roupas masculinas, com uma elegância atemporal.
Em uma época em que as mulheres iam à praia com saias longas, Coco Chanel era bronzeada. Seu maiô era pudico, mas feito dos suéteres usados de Boy.
Assim surgiram também duas de suas marcas mais profundas na moda, o tailleur e os fartos colares de pérolas falsas.
Pérolas, aliás, que geraram pérolas: “Deve-se misturar o falso com o verdadeiro. Pedir a alguém que só use joias verdadeiras é como pedir que se cubra apenas com flores de verdade, em vez de vestir uma roupa estampada florida”, dizia.
Também eternos tornaram-se o “pretinho básico”, modelo de vestido preto reto, simples, e confeccionado em um tecido nobre. Assim como ensinou Chanel, ele é a elegância para qualquer situação. Como toque final, o Chanel nº 5 causou furor, e perfume segue sendo o mais vendido em todo o mundo.
Por fim, ninguém se pode esquecer das práticas bolsas a tiracolo, pura inspiração Chanel. Entre os estilos mais destacados estavam os modelos em matelassê com correntes douradas.
“Sou contra a moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora, só porque é primavera.”
Perfeccionismo e o estilo Coco Chanel
“Para ser insubstituível, deve-se sempre ser diferente.”
Coco Chanel era, antes de tudo, uma perfeccionista. Sendo muito falante e com uma tesoura nas mãos, ela era capaz de passar até dez horas seguidas em busca do efeito exato que pretendia em um modelo. Além disso, era capaz de recomeçá-lo tantas vezes quantas fossem necessárias, até atingir o ponto que considerava ideal.
Ela era a própria personificação do estilo “à la garçonne”, que tanto ajudou a promover: uma mulher magra e de cabelos curtos, que a alguns lembravam a um menino.
Com esse estilo, o seu sucesso decolou definitivamente ao longo da década de 20.
Em 1935, Coco atingiu o auge profissional, com 4 mil funcionários, na maioria mulheres, trabalhando em seus ateliês e nas lojas. Nesta época ela já havia lançado várias de suas criações mais icônicas, como os tailleurs de tweed, o vestidinho preto e o perfume Chanel nº 5, bem como produtos de beleza e joias.
Era requisitada por estrelas de Hollywood, e assim foi, um retumbante sucesso, até 1939, quando a Segunda Guerra Mundial atingiu em cheio a França.
Guerra e Pós-Guerra
Em 1929, período de crise com a queda da bolsa de Nova York, a Chanel estabelecia em Paris uma butique especial para a venda de seus acessórios. Um ano depois, a estilista foi aos Estados Unidos, onde desenhou roupas para diversos filmes da United Artists.
De volta à França até 1939, ela se dedicou quase que completamente à confecção de sua marca.
Associações perigosas
Mademoiselle Coco Chanel foi uma mulher de muitos amores, entre eles o ilustrador Paul Iribe, um simpatizante do nazismo e por quem chegou a financiar uma revista fascista onde era editor.
Casado, os dois foram amantes por 40 anos, até a morte de Mademoiselle, em 10 de janeiro de 1971, no Hotel Ritz, onde morava. Iribe morreu quatro anos depois
Coco Chanel já morava no Hotel Ritz quando lá se hospedou o alto comando alemão após a marcha dos soldados de Hitler sob o Arco do Triunfo.
Enquanto a França via aterrorizada a entrada das tropas hitlerianas, a proximidade e a perigosa colaboração com o fascismo fizeram com que Coco Chanel ficasse na mira da resistência. Depois de um interrogatório da base aliada por mais de três horas, Mademoiselle decidiu fechar as lojas, que só voltariam a abrir as portas em 1953.
“A mulher tem que saber a hora exata de sair de cena. Mesmo que essa hora seja muito dolorosa.” Coco Chanel
A Retomada no pós-guerra
Entretanto, com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Coco Chanel decidiu fechar a sua masion parisiense – que só seria reaberta em 1954.
Na altura da retomada ela tinha 71 anos, e seu prestígio era tanto que havia permanecido intocado.
Acessórios como bolsas, sapatos e joias, que hoje são peças icônicas da grife, foram lançados na retomada da Chanel. A bolsa 2.55, por exemplo, em matelassê com corrente dourada, foi lançada em 1955. Os espertos sapatos bicolores, beges com as pontas pretas, que alongam as pernas e fazem os pés parecerem menores, são de 1957.
O retorno de Chanel mais uma vez conquistou as maiores estrelas da época. Elizabeth Taylor, Jane Fonda, Jackie Kennedy, todas se vestiam de Chanel dos pés à cabeça, tornando as peças cada vez mais desejadas.
Gotas que alavancam vendas
Longe das passarelas, longe das vitrines e longe da produção. O único produto da marca à venda era o Chanel nº 5, que havia sido encomendado em comemoração aos 40 anos da estilista, anos antes, em 1923.
Na época, reza a lenda que Ernest Beaux, o químico responsável pela fragrância, usou mais de 80 substâncias para chegar às exigências de Coco Chanel. Das oito amostras apresentadas, a quinta foi a escolhida, dando nome ao perfume.
Se Chanel revolucionou a moda, o perfume revolucionou a indústria da perfumaria, com o aroma e a embalagem de linhas retas. Mas foi apenas em 1955 que um outro ícone elevaria ainda mais o status do produto.
O perfume, até hoje o mais vendido do mundo, teve suas vendas dobradas instantaneamente após Marilyn Monroe contar que dormia apenas com três gotinhas de Chanel Nº 5.
Em 1926 a estilista criaria outro ícone da moda, o pretinho básico, que mais tarde seria eternizado por Audrey Hepburn em “Bonequinha de Luxo” (1961).
Suas criações continuavam a ser de uma elegância da melhor qualidade. Chanel então dava ênfase à elaboração de acessórios, ao futuro de sua linha de perfumes e de cosméticos.
Além disso, a estilista seguia insistindo que as suas roupas deveriam ter um corte impecável e as suas cores básicas. Entre elas o cinza, o azul-marinho e o bege. Claro, além do seu predileto, o preto!
“As melhores coisas da vida são de graça. A segunda melhor coisa é muito, muito cara.”
A morte de Coco Chanel
Desde que reabriu as portas, Coco Chanel trabalhou até seu penúltimo dia de vida – porque era um sábado.
No dia seguinte, 10 de janeiro de 1971, depois de tantos amores e emoções o coração finalmente decidiu descansar, aos 88 anos. Era um domingo, dia que dizia odiar porque era o único em que não inventava nada.
Sendo uma verdadeira lenda do mundo da moda, a marca Chanel mantêm milhões de fiéis seguidoras em todo o mundo. Mulheres que não deixam de se reconhecer nas criações da marca que leva o seu nome.
Antes de mais nada, ela segue sendo a grande inspiração para aqueles que buscam manter a sua marca em atividade.
“Não há tempo para a monotonia do previsível. Há tempo para o trabalho. E tempo para o amor. Isso nos toma todo o tempo.” Coco Chanel.
Você pode ser bonita aos trinta, charmosa aos quarenta e irresistível para o resto da sua vida.”
Entre amores e paixões
Chanel nunca teve filhos. Assim, ela era mesmo como se fosse “mãe” de suas criações. Além disso, apesar de se ter envolvido com diferentes homens, ele apenas teve um grande amor, Arthur “Boy” Capel.
Em outras palavras, o o estilo que criou com o seu trabalho com a moda foi a sua maior paixão. Ele de fato ocupou a maior parte da sua vida, e era a partir dele que Coco Chenal era reconhecida e exaltada pelo mundo.
Assim, ela adorava ser copiada. Dizem que chegava mesmo a abraçar os camelôs de Paris, que vendiam o “falso Chanel” pelas esquinas.
Além disso, ela era uma incorrigível mentirosa. Entre as muitas frases que ganharam o mundo ao serem proferidas no salão da Rue Cambon e no Hotel Ritz, onde morava, está uma que é certamente a sua própria definição:
“Foi a solidão que temperou meu caráter, que é mau, bronzeou minha alma, que é orgulhosa, e também meu corpo, que é sólido”.
“Não me importa o que pensa de mim. Eu não penso em você.” Coco Chanel
Fontes:
- Veja mais detalhes sobre a sua trajetória no “Inside Chanel”.
- Para saber mais sobre a sua vida, leia o livro: Chaney, Lisa (2012). Chanel: An Intimate Life. Penguin Books; Cosford, Nina. 2017. Coco Chanel: Retratos Da Vida. Quarto Editora.
8 das melhores criações de Chanel de todos os tempos!
“Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher.”
1.Calças de marinheiro:
Se não fosse por Coco Chanel, as mulheres demorariam muito mais tempo para deixar de usar apenas saias e vestidos, pois ela foi uma das pioneiras a adotar as calças femininas. O seu estilo era discreto e se inspirava no armário masculino e nas roupas de marinho.
2. Bolsa a tiracolo feminina
Entre as quais se destaca a famosa bolsa de matelassê com alças. Chanel a introduziu em 1929, tendo se inspirado nas bolsas dos soldados que tinham alças longas. A ideia era que o estilo deixasse as mulheres com as mãos mais livres. O modelo foi atualizado em design 1955, surgindo a cçássica “2,55”.
3. O perfume Chanel Nº 5
O perfume que acaba de comemorar 100 anos. Tem aroma mundialmente famoso que foi introduzido em 1921, se mantendo como uma das fragrâncias mais vendidas no mundo!
Saiba em Chanel Nº 5 completa 100 anos: se inspire na história do perfume.
4. O clássico vestido “pretinho básico”
Coco Chanel lançou o vestido em um modelo único e informalmente preto ainda nos anos 20. Em uma época de crise, o estilo servia para que fosse apropriado e conveniente para todas as mulheres e classes sociais. Seria uma “espécie de uniforme que todas as mulheres poderiam provar”. Tendo caído no gosto popular, o modelo foi eternizado pela atriz Audrey Hepburn no filme “Bonequinha de Luxo”, de 1961.
“A melhor cor do mundo é a que fica bem em você.”
5. Casacos de tweed, tailleur ou Chanel suit
Introduzido pela primeira vez no começo da década de 20, o Chanel suit de tweed foi criado para dar conforto e praticidade para a mulher moderna. Consistia de um casaco e uma saia em lã leve ou tweed, e uma blusa e um forro de jaqueta em jersey ou seda. Em alguns modelos era usada uma corrente costurada no forro dos casacos, que criavam um ajuste único.
6. Sapatos com duas cores, ou bicolor
O modelo se tornou um clássico de Chanel. A inspiração da estilista? O bege servia para dar a impressão de que as pernas eram mais longas, e o preto para esconder a possível sujeira dos sapatos. Seja como for, o modelo é pura classe e elegância.
“A moda é arquitetura: é uma questão de proporções.”
7. O estilo marinheiro
Aqui temos uma inspiração recorrente de Coco Chanel. A estilista usou e abusou do branco e do azul marinho, tanto em seu famoso tailleur como em calças e blusas.
8.Misturar joias com bijuterias.
A estilista também era adepta de muitos acessórios. Entre pérolas e outras peças, o seu look discreto era incrementado com extrema elegância.
- Saiba mais sobre as criações icônicas em Coco Chanel: 8 criações que revolucionaram o mundo da moda!
“A moda sai de moda, o estilo jamais.” Coco Chanel.
Chanel na história da moda e a grife na atualidade
A extensa lista de criações revolucionárias da estilista torna difícil dizer onde, no mundo da moda de hoje, não há influência de Coco Chanel.
Sendo uma verdadeira lenda do mundo da moda, a marca Chanel mantêm milhões de fiéis seguidoras em todo o mundo. Mulheres que não deixam de se reconhecer nas criações da marca que leva o seu nome.
Nova direção
Até 2019, o estilista alemão Karl Lagerfeld (1933-2019) comandou a Chanel com uma classe inigualável. Com efeito, Lagerfeld é reconhecido por ter renovado a marca Chanel, tornando-a mais moderna e atraente a um público mais jovem. Dentre os recursos inovadores que usou estavam diferentes cores, cortes e estilos empregados aos novos e clássicos looks da marca.
Karl Lagerfeld no Brasil: O estilista esteve algumas vezes por terras brasileiras – tanto por interesses pessoais como para divulgar a Chanel. Karl também renovou peças clássicas como a “The Little Black Jacket“, icônico casaco criado por Coco Chanel. Nessa altura foi feito um super ensaio fotográfico, com looks totalmente contemporâneos que eram usados por uma constelação de astros e estrelas.
Com o falecimento do estilista, Virginie Viard (1962) assumiu o comando da marca. Logo em sua primeira coleção, ela voltou às raízes da alta-costura, sempre fazendo uma homenagem direta à Coco Chanel.
Chanel nos dias de hoje
Mesmo com o passar do tempo, a Chanel se mantêm como uma das mais poderosas grifes no cenário mundial. Nesse sentido, a marca continua a fazer história, estando inclusive entre as marcas de luxo que mais venderam no ano de 2020.
Em outras palavras, a marca conseguiu resultados expressivos mesmo durante a pandemia da Covid-19, que forçou o mundo a um isolamento e interrupção de muitas atividades na tentativa de sufocar o avanço do círus. Nesse meio tempo, para se adaptar à nova realidade das plataformas digitais, a Chanel apresentou o desfile virtual Chanel da Cruise Collection 2021. Um dos itens que mais chamou a atenção foram as Micro bags, que ganharam destaque no desfile da Chanel na PFW SS21.
Além disso, nesse último ano a Chanel também deu o que falar com diversas iniciativas relacionadas à Moda e Diversidade: trazendo lenha para o debate sobre as questões de gênero e o racismo.
Agora, descubra o porquê de Coco Chanel e o seu legado continuarem tão em alta!
“Uma moda que não chega às ruas, não é uma moda.”
Veja mais frases e fotos icônicas de Coco Chanel
“O conforto possui formas. O amor cores. Uma saia é feita para se cruzar as pernas e uma manga para se cruzar os braços.” Coco Chanel.
“Eu não entendo como uma mulher pode sair de casa sem se arrumar um pouco – mesmo que por delicadeza. Depois, nunca se sabe, talvez seja o dia em que ela tem um encontro com o destino. E é melhor estar tão bonita quanto for possível para o destino.” Coco Chanel.
“Uma moça deve ser duas coisas: elegante e fabulosa.”
“O que conta não são os quilates, mas o efeito. “(Coco Chanel)
“Já que tudo está na nossa cabeça, é melhor a gente não perdê-la.”
“Nem tudo que é bonito vai te fazer bem quando te tocar.” (Coco Chanel)
“O dinheiro nunca significou muito para mim, mas a independência (conseguida com ele), muito.” Coco Chanel
Qual o objetivo da série “Grandes Estilistas da Moda”?
A série tem como objetivo pensar a moda criada por mulheres na Europa durante o século XX. Antes de mais nada, elas mudaram a forma de ser mulher na sociedade ocidental.
Portanto, não desprezando a importância da criação japonesa nem da norte-americana no cenário da moda contemporânea, a nossa intenção é enaltecer a presença feminina num mundo que é quase que exclusivamente conhecido pelos grandes estilistas homens e suas maisons. Ou seja, com a história de grandes estilistas como Coco Chanel, buscamos contribuir para a discussão sobre a igualdade de gênero e a emancipação da mulher no mundo.
Por Queila Ferraz.
Editado e revisado por Mariana Boscariol e Denise Pitta.
- Veja Também: As grandes Estilistas da Moda Européia – Jeanne Lanvin – Parte 1/5 e As grandes Estilistas da Moda Européia – Madeleine Vionnet – Parte 2/5.
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Enquete A Fazenda 16: quem você quer que vença a Prova do Fazendeiro?
A 10ª Roça foi formada em A Fazenda 16, trazendo ainda mais emoção e tensão ao reality. Quatro participantes disputam a preferência do público e três tentam garantir mais uma semana na competição. Quem deve vencer essa disputa? Compartilhe sua opinião na nossa enquete da Prova do Fazendeiro de hoje (27/11):