Artista performática conta a história do salto alto em vídeo

Indispensável no armário de alguns, verdadeira máquina de tortura medieval para outros: estamos falando do salto alto. Para todas as apaixonadas por sapatos, essa época de semanas de moda traz novidades e inspira desejos, com criações cada vez mais inusitadas e ousadas. E se as flats dominaram as páginas de tendências das últimas temporadas, agora é o salto que se prepara para fazer a sua volta triunfal.

Saltos em destaque nas passarelas

  

Fendi e Gucci – Spring Summer 2016

Mas antes de começar a escolher os calçados para a próxima estação, que tal um jeito divertido de aprender um pouquinho mais sobre a história dos nossos queridinhos?

Durante a Semana de Moda de Nova York, a artista performática Dorian Electra lançou o vídeo The Dark History of High Heels, onde conta, de uma maneira bastante lúdica e animada, a história do salto alto através dos séculos. Em meio a luzes de balada e figurinos que lembram desde Maria Antonieta até a estética clubber, Electra mostra como o salto teve um papel crucial na formação dos papéis de gênero, divisão de classes, sexualidade e construção de identidade pessoal.

Cenas do vídeo  The Dark History of High Heels – Dorian Electra

  

As mules que aparecem no vídeo são as Kilkunis, assinadas pelo designer Jeffrey Campbell

Breve história do salto

Os primeiros registros históricos apontam que o salto era bastante utilizado pela cavalaria Persa, pois davam uma maior aderência aos estribos dos cavalos. Por volta do ano 1400, os sapatos plataforma, variando de 14 a 40 cm de altura, foram criados na Turquia e ganharam fama na Europa, onde os venezianos foram responsáveis por deixar a peça mais luxuosa, trabalhando-a com bordados ricos em detalhes e pedras preciosas.

Foi na corte do extravagante rei Luís XIV que o sapato ganhou ainda mais notoriedade. Vaidoso, o rei de apenas 1,60m decretou que apenas os nobres poderiam usar salto alto, e ainda criou uma lei que proibia saltos maiores do que os seus. No reinado seguinte, regido por Luís XVI, o salto deixou de ser exclusividade masculina e passou a integrar também o armário feminino.

Depois da Revolução Francesa, a peça  foi perdendo um pouco de sua fama, pois na época havia o intuito de buscar a igualdade entre todas as pessoas, e como os saltos eram distintivos de nobreza, eles acabaram ficando de lado. Só em 1800 que o estilo voltou a moda e se alastrou por toda a América, conquistando Hollywood no começo do século XX, para permanecer em voga até hoje.

  

Reconhece a sola vermelha dessas propagandas? Durante a Idade Média, o salto vermelho era um distintivo de nobreza. Como a tinta vermelha era cara e difícil de obter, a cor era reconhecida como um indicador de posição social – Louboutin

O salto Luís XV possui a forma de uma ampulheta. Ele começa grosso na sola do calçado afunila no meio e volta a alargar e ficar na mesma espessura – A história do salto

Spring/Summer 2016: Os calçados com bordados e aplicações ganham destaque nas passarelas da Dolce & Gabanna e Marc Jacobs

  

Street Style na NYFW – Salto grosso x salto agulha permanecem atuais

   

Christian Dior e Derek Lam – SS 16

Seja plataforma, flatform, salto grosso ou salto agulha, todas temos os nossos preferidos. E todos eles tem uma história incrível para contar!

 

Por  Francieli Hess

(Francieli é formada em Design de Moda pela UDESC e já estudou Cultura e Progettazione della Moda em Florença. Trabalha como estilista freelancer em Florianópolis e é apaixonada por criação, história, branding e comunicação.)
Instagram: @fvhess – Contato: fvhess@gmail.com

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Francieli Hess: Francieli Hess é estilista, empresária e produtora de conteúdo especialista em SEO. Atualmente reside na Índia, onde dirige sua marca Hess e atua como consultora internacional de negócios de moda, com foco em inovação e sustentabilidade. Instagram: @francielihess Site: www.hessbyhess.com

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