A partir das primeiras décadas do século XX o mundo da moda evoluiu em um ritmo nunca antes visto. Explorando um dos seus itens mais inovadores, em uma primeira parte de uma série de 4 artigos, conheça a seguir a História do Jeans desde os seus primeiros passos.
História do Jeans: uma peça para o trabalhador
Antes de mais nada, o jeanswear é uma linguagem de moda universal que ultrapassa o fenômeno das tribos urbanas. Afinal, tendo-se tornado um verdadeiro clássico dos novos tempos, ele se popularizou entre todas as faixas etárias e cantos do mundo.
A calça Jeans, um dos trajes mais inovadores da história contemporânea, surgiu em 1853. A ideia tomou corpo quando Levi Strauss (1829-1902) decidiu criar uma calça para os trabalhadores das minas e cowboys norte-americanos que procuravam ouro durante a corrida para o oeste.
Levi, então fazendo uma experiência, confeccionou algumas peças reforçadas com a lona que possuía. Assim que a disponibilizou aos mineradores, o sucesso foi imediato. Acima de tudo, por conta da alta resistência, as peças não se estragavam com facilidade e proporcionavam uma durabilidade muito maior.
O material certo
Contudo, Levi precisou procurar um tecido de igual resistência, porém mais confortável. O tecido de algodão que então veio a usar vinha da região de Nîmes, na França, o qual era então usado pelos marinheiros genoveses. Essa é a origem do nome denim, ou seja, “de Nîmes”.
Com seus irmãos e cunhados, Levi fundou a Levi Strauss & Co. Em menos de seis anos a fábrica cresceu, lançou uma linha feminina e modificou a modelagem para evitar cópias.
Posteriormente, o produto foi internacionalmente reconhecido pelo tom azul, conseguido com o corante da planta chamada Indigus, pelo fato de ter 5 bolsos (Five Pockets) e pela utilização de um número após seu nome, o “501”.
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A Levi Strauss & Co
Em primeiro lugar, essa era uma roupa resistente que tomava a forma do próprio corpo: o jeans, que após um tempo levou a denominação de “anti-fit”, tinha a modelagem fora do padrão exato das medidas do corpo, se moldando ao quadril, cintura e pernas.
Como resultado, cada vez mais trabalhadores aderiram ao jeans para realizar as tarefas mais árduas e de exigência física. Entretanto, a calça apenas começou a ser utilizada como peça do dia a dia no século XX.
Foi em 1872 que Jacob Davis, fabricante de capas para equinos, escreveu uma carta para Levi, dizendo que o peso das pepitas de ouro fazia os bolsos das calças dos mineradores caírem. A solução foi unir os bolsos às calças com o mesmo rebite de metal que era usado nas correias dos cavalos. Essa ideia foi de Jacob, mas Levi pagou a patente. Foi aí que os dois se uniram na produção das calças denim.
Desse modo, o primeiro lote das calças, número 501, nomeou o mais famoso modelo da Levi’s. Aos poucos surgiram alguns aprimoramentos: em 1860 apareceram os botões de metal; em 1886, a etiqueta de couro foi costurada no cós da calça; em 1890 veio a cor índigo. Os bolsos traseiros surgiram apenas em 1910.
História do Jeans: a popularização da Levi´s
O jeans alcançou a popularidade na década de 30, com a popularização dos cowboys norte-americanos nos filmes de western. Além disso, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os soldados dos Estados Unidos usavam uniformes que eram confeccionados com denim, o que agregou uma imagem de virilidade ao modelo.
A partir daí, o jeans ganhou status, ficou conhecido internacionalmente e foi batizado com o nome do alemão Levi Strauss, que apresentou a prática e confortável calça depois de chegar aos EUA como imigrante.
Até então, a produção da Levi Strauss estava localizada em São Francisco, no estado da Califórnia, sendo feita inicialmente em uma quantidade mínima e com tamanho unico.
Hoje em dia, a empresa internacionalmente conhecida apenas como Levi’s possui lojas no mundo inteiro. Ela mantêm a sua imagem e logotipo como uma padronização e segue atuando no mercado de jeans com uma inspiração western e “rancheira”.
História do Jeans: de básico à clássico
O jeans vestiu cowboys, ganhou popularidade no pós-guerra e apareceu nas telas de Hollywood nos anos 50, vestindo várias celebridades como James Dean, Marilyn Monroe, Cary Crant e outros. Dançou Rock’n’Roll na década de 60, criou moda nos anos 70 e pediu paz em Woodstock. Virou básico nos anos 80 e, por fim, se transformou num clássico na década de 90.
Após o término da Segunda Guerra Mundial na Europa, por volta de 50 milhões de jovens americanos já vestiam Jeans, trazido pelos pioneiros que vieram descobrir o Novo Mundo. Desse modo, na metade do seculo XX, o cinema americano se apodera desta calça como linguagem de juventude difundida pelo star system na imagem de James Dean em “Juventude transviada”.
Marlon Brando e Elvis Presley disseminaram o jeans entre os jovens da época, o que ligou a imagem da peça ao Rock´n Roll. Como resultado, o conceito de rebeldia do jeans ficou tão forte que as autoridades chegaram a proibir o traje em escolas, cinemas e restaurantes. Depois, a roupa ainda ganhou um apelo sensual, principalmente com Marylin Monroe.
Por fim, já consagrado como vestimenta jovem, o jeans ganhou uma nova característica no fim dos anos 70. Com a guerra do Vietnã um novo grupo apareceu com ideais baseados na paz. Os hippies americanos usaram o jeans no visual largado e customizaram as peças artesanalmente, o que logo foi industrializado.
Por Queila Ferraz.
Editado e atualizado por Mariana Boscariol.
Em seguida, leia também:
- História do Jeans no Brasil: o clássico dos novos tempos no país.
- A Evolução do Jeans: o mercado do jeans por décadas – Parte 2/4.
- Modelos e Lavagens de Jeans: evolução no século XX – Parte 3/4.
- Roupas Jeans: a essência do denim na moda – Parte 4/4.
*Artigo originalmente publicado em 2013.
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