A História da Renda

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Renda-se!!!

A renda é um tecido com padrão de orifícios e desenhos feitos à mão ou à máquina. Os tipos mais comuns são a renda de bilros e a renda de agulha. A renda de bilros é criada pela manipulação de numerosos fios, cada um deles presos a um bilro, sendo em geral trabalhada sobre uma almofada.


Os tipos mais comuns de rendas são a renda de bilros e a renda de agulha

A de agulha é confeccionada dando-se laçadas com o fio (estando uma extremidade presa a uma agulha e outra presa a uma base) em pontos simples ou complexos, o que resulta num padrão ou desenho preestabelecido. Acredita-se que renda de bilros seja originária de Flandres (região belga) e a de agulha, da Itália.

Nos séculos XVIII e XIX, os centros de produção de rendas de bilros eram Chantilly e Valencienses, cada um com desenhos próprios. Alençon, Argentan e Veneza são centros associados à renda de agulha. De início, o uso das rendas restringia-se aos mantos do clero e da realeza, geralmente sob a forma de passamanaria dourada ou prateada. Nos séculos XVII e XVIII, a renda já era usada em adornos de cabeça, babados, aventais e enfeites de vestidos. No início do século XIX, era muito empregada em vestidos; vestidos de chá; véus; casaquinhos; luvas; e os adornos de guarda-sóis e regalos,bertas, fichus, lenços e xales também foram feitos de renda.

Antes do século XIX ela costumava ser produzida em fios de linho, mas o algodão tornou-se mais comum. A renda feita à máquina surgiu no final do século XVIII, embora não fosse patenteada até meados do século XIX. A popularidade da renda caiu no final do século XIX e início do século XX. Desde essa época, raramente é usada e ficou associada à confecção de lingeries.

A renda nunca desapareceu por completo da moda, pois nos vestidos de noivas e debutantes ela sempre aparece. O alta-costura francesa também não dispensa o uso de uma bela renda.

Curiosidades

Foi Catarina de Médici que introduziu o uso da renda na corte francesa. Isso causou um consumo exagerado e desenfreado, o que fez com que os cofres franceses fossem praticamente esvaziados devido aos custos de importação.  Foi promulgado um decreto pelo rei da frança, que proibia o uso da renda, tamanho foi o caos.

Catarina de Médici

No entanto, descobriu-se que ara melhor produzir do que importar o produto.
Foi Colbert, ministro de Luiz XIV, que teve a brilhante idéia e em 1665 fundou em Alençon, as “Manufaturas reais o ponto de França” -tocadas pelas mãos de 30 rendeiras de Veneza e 200 de Flandes.

No Brasil a renda de bilros foi trazida pelos portugueses e durante muito tempo foi a ocupação de freiras nos conventos. Elas teciam alfaias para os altares das igrejas. Tanto no Brasil como em Portugal, atualmente a renda de bilro é feita por mulheres de pescadores em geral. Esse fator é associado à chegada das rendas pelos litorais.

Fontes:Livro – Enciclopédia da Moda  – O’hara, Georgina.
Jornal – Estado de Minas – Rendendo uma história (20 de Maio de 007), por Anna Marina.

Imagens: Alta costura em renda

1)Renda de cinco agulhas ( do As Rendas) / 2)Renda de bilros

Renda Chantilly/  Tramóias

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p style=”text-align: center;”> Renda Guipure

Rendas nos Paramentos Litúrgicos

Paramentos Litúrgicos


RENDA-SE À PRADA

Prada Inverno 2008

“A renda é uma estrutura muito Prada por excelência.  Em suas malhas abertas e delicadas construídas com fios que podem ser de seda, algodão, poliéster, juta, ráfia, linho ou lã estão as tramas de sua imagem cheia de contradições. E os opostos são elementos caros à marca de Miuccia e já expus aqui em outro post.

Não podemos esquecer do caráter monástico da renda, usada no começo de sua feitura, lá pelo século 16 por autoridades eclesiásticas. Na nossa memória afetiva, a renda está sempre associado as delicadezas de datas como batizados, casamentos ou velórios. No século 19, por exemplo, ela fez parte do vestido de noiva da rainha Vitória da Inglaterra.

Em compensação é impossível esconder a alta carga fetichista da renda. A transparência e sua associação com as detalhes de lingeries e underwear no começo do século 20 ainda perduram no nosso imaginário.”

Por VITOR ANGELO.

Leia esta matéria completa no blog dus*****infernus.

Prada Inverno 2008

Como em Prada, a Miu Miu tem uma renda para o Inverno 2008. Essa daqui é a guipure, mais grossa e  encorpada e deixa à mostra partes de baixo alaranjadas…( Do blog Moda Paris)


Outros tipos de rendas

Renda Nanduti – Paraguai

Renda de bilros

A Tramóia é uma  renda de bilro exclusiva da Ilha de Santa Catarina, antigamente era conhecida como puxada.

Leia também Teia de cultura e trama,  Renda de Bilro e Aracne.

Por Leonize Maurílio

Salvar

Leonize Maurilio: Leonize Maurílio é formada em moda pela UNIP (Universidade Paulista) desde 2004, atua como compradora de confecção e desenvolve coleções como estilista free-lancer. E.mail: leonize_maurilio@yahoo.com.br

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