A democratização da moda via internet – Breve resumo da história da moda até os dias de hoje
Por Flávio Pripas Desde os primórdios do mundo, o universo da moda sempre foi restrito a uma pequena parcela da sociedade. Primeiramente, apenas os reis…
Por Flávio Pripas
Desde os primórdios do mundo, o universo da moda sempre foi restrito a uma pequena parcela da sociedade. Primeiramente, apenas os reis e à alta nobreza ao entorno do trono tinham acesso aos privilégios “fashions”. Em formato diferenciado do que vemos hoje, os tecelões apresentavam apenas o tecido e um esboço de como seria a vestimenta.
Os desfiles como conhecemos hoje surgiram em meados do século XIX, quando o costureiro inglês Charles Frederick Worth, considerado o “Pai da alta costura”, passou a utilizar homens e mulheres na apresentação de suas peças. Além disso, ele também criou o conceito de coleções, lançando sucessivamente novas linhas, promovendo a mudança nas tendências e a valorização do novo.
Mesmo com as modificações criadas por Worth, o acesso à moda continuou restrito à alta sociedade. Dessa vez não a reis, mas sim a poucos clientes, que formavam a burguesia da época.
Criações de Charles Frederick Worth. Foto: Artchive
Já próximo ao final do século XX, o acesso à moda teve uma pequena brecha. O universo fashion passou a ganhar parte da atenção da imprensa. Jornais, revistas e televisão faziam uma ponte entre as tendências, os luxuosos desfiles e o restante da sociedade, que mesmo sem pronto acesso, relatava paixão pelo assunto.
Após os anos 2000, com o potencial econômico do setor alavancado, o mundo da moda tornou-se mais um holofote midiático. Desfiles televisionados, modelos fotográficos, informações dispostas na internet – o acesso a esse universo foi praticamente instantâneo.
A internet possibilitou que a moda estivesse acessível a todos, sendo possível até acompanhar a desfiles em tempo real durante a Semana de Moda de Nova York ou apenas o lançamento de uma coleção no Sul da França.
Revista dos anos 20. Foto: Marisa Veríssimo
Revista de moda dos anos 60. Foto: Deveria estar estudando!
Entretanto, outra barreira surgiu entre os aficionados e a moda: o direito de criar. Mesmo com tanta evolução tecnológica e espaços na mídia, o poder de criar modelos, gerar tendências ainda era destinado a poucos. Apenas estilistas de renome, grandes grifes, poderios financeiros. Mais uma vez o acesso voltava a ser extremamente restrito.
Foi então que a evolução da internet passou a funcionar em prol da popularização do mundo da moda. Primeiro vieram os blogs – cada vez mais amantes da moda passaram a falar abertamente sobre o assunto. Como se fosse um diário virtual, os blogueiros fashionistas davam pitacos e opinavam sobre as tendências.
Eis que surgiu a web 2.0, com as fantásticas redes sociais e conteúdo colaborativo. Ou seja, conteúdo formado pelo próprio usuário, pessoas reunidas em um único ambiente debatendo um assunto em comum: moda. Milhares de internautas criando, com possibilidade de gerar tendências, apresentando seus modelitos, discutindo suas criações com outros fashionistas.
Esse universo de acesso à moda, jamais imaginado por tecelões e reis ou até mesmo Charles Worth, chegou ao público e pra valer. Após trilhar caminhos árduos, privação para alta sociedade e potenciais econômicos, a moda precisa hoje apenas do desenvolvimento tecnológico. A internet conseguiu o imprevisível: a democratização da moda.
New Yor Fashion Week. Foto: Boston
Texto de Flávio Pripas, sócio fundador da byMK, primeira rede social de moda brasileira, discorre sobre como a internet tem um papel fundamental na disseminação da moda, promovendo a mudança nas tendências e a valorização do novo.
Acesse, crie e entre no mundo que hoje é aberto: www.bymk.com.br
Foto de abertura: Santa Nostalgia
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