Chega junho e as festas juninas começam a acontecer. A procura pelos vestido de chita cresce e, ao mesmo tempo, as mamães customizam as roupas dos meninos com retalhos xadrezes. O que não costuma faltar nos trajes típicos de festa junina, são os chapeis de palha, para o menino e também para a menina. E você, já se perguntou de onde surgiu essa referência, por que usamos as vestimentas de São João assim?
Sendo uma das festas mais populares no Brasil, vamos analisar um pouco a origem dos trajes típicos de festa junina e a rica história que envolve essa data. Afinal, as festas são celebradas do norte ao sul do país, ainda que com diferenças. Veja mais sobre esse marco da nossa cultura!
Quais são as vestimentas de quadrilha junina?
Na atualidade, os homens e as mulheres do campo se vestem com suas melhores roupas durante as festas juninas. Nas regiões urbanas, o vestuário caipira ou sertanejo é interpretado. A base é o hábito de confeccionar roupas femininas com tecido de chita florido. Enquanto as dos homens, com tecidos de algodão listrados e xadrezes.
Os cavalheiros usam normalmente camisa de estampa xadrez, com remendos, calça, chapéu de palha, lenço colorido no pescoço e botas de cano. As damas, por sua vez, de modo geral usam vestidos com estampas florais bastante coloridos, com babados e rendas, mangas bufantes e laçarotes no cabelo ou chapéu de palha.
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Como são os trajes juninos?
Os trajes juninos são uma parte essencial das festas juninas, celebradas amplamente no Brasil durante o mês de junho. Essas festividades homenageiam três santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro.
Os trajes são inspirados na vestimenta tradicional do campo e da vida rural, com uma pitada de exagero e alegria, refletindo o espírito festivo e colorido dessas celebrações. Em seguida, o Fashion Bubbles os principais elementos dos trajes juninos para homens e mulheres:
Trajes femininos
- Vestido: geralmente feito de chita ou algodão, com estampas florais, xadrez ou de poá. São coloridos, com saias rodadas e, muitas vezes, possuem babados, fitas e rendas;
- Acessórios: incluem lenços para o pescoço, fitas coloridas, flores artificiais para decorar o cabelo, além de chapéus de palha decorados;
- Cabelo: tranças são muito comuns, decoradas com fitas e flores. Outros penteados típicos incluem o cabelo solto com cachos ou adornado com acessórios juninos;
- Maquiagem: caracterizada por ser alegre e colorida, muitas vezes inclui sardas desenhadas, batom vermelho e sombras vibrantes.
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Trajes masculinos
- Camisa: xadrez é a estampa mais tradicional, mas estampas de listras ou estampas temáticas juninas também são comuns;
- Calça: geralmente de tecido jeans ou de algodão, com remendos coloridos ou estampados para dar um aspecto mais rústico e festivo;
- Acessórios: chapéus de palha são essenciais, além de lenços no pescoço, cintos com fivelas grandes e bandanas;
- Calçado: botas de couro ou sapatos rústicos complementam o visual. Alguns optam por alpargatas para um estilo mais confortável e autêntico.
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Como eram os trajes usados nas festas juninas?
A origem dos trajes típicos de festa junina é um exemplo claro da riqueza multicultural do Brasil. Entretanto, apesar de a Festa de São João ser uma comemoração tão tipica brasileira que parece mesmo coisa da nossa terra, ela é original da Europa.
Além disso, a origem da festa pode ser rastreada até vários séculos antes do catolicismo. Dessa forma, tanto a celebração como a vestimenta nela usada também evoluíram muito até chegar por aqui. Em seguida, acompanhe com detalhes essa trajetória e as inconfundíveis roupas tradicionais da festa no país.
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Qual a história da festa junina?
Doces diversos, o milho, o quentão, as quadrilhas e a fogueira são os elementos indispensáveis para uma boa festa de São João no Brasil. Acima de tudo, a fogueira é o ponto que melhor conecta a nossa festa atual com à origem da celebração.
Antes de Cristo, as civilizações da antiguidade já tinham como costume acender o fogo como maneira de celebrar o solstício de verão na Europa – o dia mais longo do ano. Antes de mais nada, a data era celebrada para marcar tanto o fim dos dias de frio como as primeiras colheitas. Ou seja, era uma data para festejar a fertilidade e a fartura da vida.
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Posteriormente, no século VI, a Igreja Católica passou a incorporar essa celebração pagã, para o que definiu o dia 24 de junho, aniversário de São João Batista.
Dois séculos depois, os portugueses passaram a aproveitar todo o mês de junho para outras comemorações. Assim, além de São João, entre as festas dos santos celebradas nessa época estão as de São Pedro e Santo Antônio.
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Desde quando se comemora o São João no Brasil?
As festas de São João foram transportadas para o Brasil no período colonial, sendo por aqui populares desde o final do século XVII.
A esse respeito veja, por exemplo, o que o jesuíta Fernão Cardim escreveu no ano de 1583, no seu famoso “Tratado da Terra e da Gente do Brasil”:
“A mais alegre é a das fogueiras de São João, porque suas aldeias ardem em fogo e, para saltarem as fogueiras, não os estorva a roupa, ainda que algumas vezes chamusquem o couro”.
Desse modo, já naquele período se fazia grandes fogueiras e celebrações com alimentos típicos para celebrar o dia de São João no território brasileiro. Como junho é a época da safra do milho na América do Sul, boa parte das comidas passou a levar o cereal, que, todavia não era, e segue sem ser, comum na Europa.
Alguns séculos depois, em 1808, a família real portuguesa chegou ao Brasil. Fugindo da invasão francesa a Portugal, vinham acompanhados de nada menos que 15 mil aristocratas. Desde então, novos elementos culturais foram acrescentados às festas, que já era tão multicultural.
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A origem europeia dos trajes típicos de festa junina
Segundo os antropólogos Renato da Silva Queiroz, da USP, e Maria Amália Giffoni, a origem dos trajes típicos de festa junina deve-se muito à corte portuguesa do período colonial. Afinal, de modo geral, foram os aristocratas que trouxeram as quadrilhas para o Brasil.
Originada em Paris no século XVIII, esse tipo de dança era conhecido como “quadrille“. O estilo tinha origem na contradança que, por sua vez, surgiu com os ingleses.
Esse baile era muito dançado entre os camponeses da Normandia e da Inglaterra. Já em solo tupiniquim, os casais dançavam trocando de pares nos salões da nobreza. Para a festa, então usavam anáguas, roupas exageradas, perucas e tudo mais que a moda francesa mandava.
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Uma festa popular
Quando a contradança saía dos salões dos palácios para invadir as festas populares, os trajes típicos adotados pela população se inspiravam nas roupas da nobreza. Desse modo, o costume era mesmo os camponeses mais simples vestiam suas melhores roupas para o festejo.
Nesse sentido, com anáguas volumosas ideais para dançar quadrilha, os vestidos femininos então ganhavam mais movimento, estrutura e volume. Do mesmo modo, o traje masculino composto por camisa, calça e colete se inspirava naquele da nobreza.
Com o passar do tempo, foram surgindo diversas reinterpretações dos trajes típicos de festa junina. Ao final do século XIX, por exemplo, as damas dançavam quadrilha com vestidos pouco rodados e muito compridos, com gola alta e cintura bem marcada. Ele era então complementado com botinas de salto.
Por sua vez, os cavalheiros vestiam colete, paletó alongado até o joelho com três botões, calças ajustadas e camisa de colarinho duro. Além disso, como acessórios, gravata de laço e botinas. Bem diferente do que vemos hoje em dia, não é?
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Por que os trajes típicos de festa junina são chamados de caipiras?
Depois que as quadrilhas chegaram ao Brasil, a contradança foi estilizada. Além da capoeira dos escravos, o baile também recebeu influência e se misturou com elementos da polca e, posteriormente, do forró — afinal, a festa se tornou a queridinha do Nordeste.
Assim, com o tempo, a festa junina se tornou mais do que nada uma grande festa popular. O termo caipira, que também passou a designar quem participava do baile, significa pessoa do interior ou da roça. Muito difundido em São Paulo, ele pode ser usado para se referir aos trajes típicos de festa junina, também chamados de trajes caipiras.
Como a celebração se popularizou muito entre os camponeses, logo os sapatos de salto foram substituídos por sandálias simples de couro. Do mesmo modo, as pessoas então trocaram os tecidos caros pelas chitas. Além disso, o chapéu de palha se somou ao traje, sendo um item muito usado pelos trabalhadores do campo como proteção ao sol.
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As mulheres então encurtaram os vestidos por conta do calor e da praticidade. Por sua vez, as calças masculinas eram remendadas por necessidade, ganhando, assim, uma cara nova. Afinal, a maioria dos camponeses possuía poucas peças, tendo também que as usar para trabalhar nas lavouras.
Como resultado, foi esse mix de criatividade e necessidade que deu origem aos trajes típicos de festa junina que vemos hoje em dia. Acima de tudo, eles são cheios de cor e vida, como a própria comemoração!
Trajes típicos de festa junina: conclusão
Enfim, agora que você já sabe tudo sobre a origem dos trajes típicos de festa junina, que tal ler também Receitas de festa junina: como fazer 35 comidas típicas salgadas e doces para o São João. Ou então, veja mais em nossa categoria sobre Festa Junina.
Editado e atualizado por Laila Lopes