Por Daniella Polidoro
Não é de hoje que a underwear não é mais tão “under” assim. A moda íntima ganhou, ao longo de temporadas, novos tecidos, designs, estampas e caimentos responsáveis pelo novo papel de destaque que ela assumiu nos desfiles.
A lingerie, ora delicada, ora provocativa, revela rendas e fendas, e pode fazer par tanto com um jeans quanto com uma roupa de noite. Tomados os devidos cuidados, para não tornar a produção vulgar, a lingerie à mostra se torna objeto de desejo de mulheres e homens. Na Mode City, evento que aconteceu em Paris na primeira semana de setembro, os estandes de lingerie apresentaram diversidade de opções, tanto em cores quanto em formas e faziam de suas exposições uma festa para os olhos. As lingeries eram sempre acompanhadas por jóias, meias-calças e salto alto.
As tradicionais tonalidades de preto, vermelho, branco e cor-de-rosa prevaleceram nas coleções, bem como estampas florais suaves e singelos xadrezes e listras, para quem prefere uma roupa íntima mais confortável e menos sexy.
Grife grega luna e Christian Lacroix
Dentre tanta variedade, era difícil encontrar peças que realmente pudessem se destacar dentre as demais: sutiãs, calcinhas, camisolas, cintas-liga, corpetes, muitas desfiladas pelas próprias modelos, que faziam os visitantes pararem por alguns instantes para contemplá-las.
Entre tantos expositores, eu escolhi três para comentar, por trazerem algo de diferente e único em toda a feira. A grife neozelandesa Hot Milk é especializada em lingerie para gestantes, e, segundo suas proprietárias e designers, trazem todo o conforto que a futura mamãe necessita, mas sem perder a sensualidade.
A Freya, marca americana de underwear, apostou no mercado das lingeries próprias para serem usadas durante a pratica de esportes, por isso, nada de rendas, costuras marcando a pele e calcinhas pequenas; o que dita a regra é o bem estar. Por isso, sutiãs que deixam os seios firmes com cortes feitos a laser e tecidos que prometem não alargar são as apostas deste gênero inovador.
Underwear masculina grife canadense Ginch Gonch e Olaf Benz
Os corpetes são a especialidade da alemã Revanche de La Femme, que produziu um catalogo inspirado nas dançarinas de cabarés e cortesãs de luxo. As peças, lindamente produzidas artesanalmente, também podem ser facilmente usadas em produções noturnas como festas e grandes eventos e não necessitam de maiores acompanhamentos para chamarem para si toda a atenção.
Mas foram os estandes masculinos que brilharam e deixaram registrada sua presença como grande destaque do evento. Algumas grifes apostaram em desfiles e trouxeram modelos à passarela, mas outras foram mais além: performances com música e luzes congestionaram os corredores e fizeram máquinas fotográficas e celulares pularem das bolsas para registrarem todos os passos dos meninos.
Facilmente confundidas com sportwear, a moda intima masculina parece ser a que mais amadureceu e se aprimorou, adaptando-se dessa forma às exigências da moda. Os tecidos ganharam estampas e cortes inusitados. Já as cuecas ganharam a companhia de regatas e camisetas justas, uma parceria que poderia desfilar tranquilamente pelas praias do mundo inteiro.
Olaf Benz
Campanha Olaf Benz 2008 – Red Card
As grifes germânicas Body Art e Olaf Benz que o digam. Para seus criadores, o homem de suas coleções são provocativos, antenados com as novas tendências e dispostos a experimentar novidades, sem jamais deixar de lado a masculinidade.
O resultado são peças ora sensuais, ora divertidas, casuais ou para uma noite especial, que retratam um crescente patamar que a underwear masculina esta sabendo galgar, ano após ano, buscando aprimorar-se cada vez mais.
Um beijo de Paris!
Au revoir!
Por Daniella Polidoro
Daniella Polidoro é formada em Jornalismo pela Universidade de Caxias do Sul (UCS)
email: dani_polidoro@ibest.com.br