A empresa holandesa Philips foi pioneira no uso dessa tecnologia. Foi criada
uma coleção chamada Lumalive, e nela os projetistas implantaram minúsculos semicondutores (mais finos que um fio de cabelo) que convertem energia elétrica
em luz. Eles estão ligados a uma central de comando (funciona como o controle
de uma tevê) que pode ser conectada sem fio a celulares, computadores e
tocadores de áudio como MP3 e iPod. Nas jaquetas, por exemplo, basta acionar
um dos botões desse controle situado em uma das mangas para que um painel
(de 20 centímetros por 20 centímetros) se acenda e exiba fotos, mensagens de
texto, figuras em movimento e anúncios publicitários. Também almofadas, travesseiros, sofás, cortinas e qualquer outra peça feita ou revestida com esse
tecido realizam a mesma função.
Os estilistas começam a usar tais produtos em suas coleções – e são os italianos da marca Luminex que estão criando os vestidos mais brilhantes do mundo. Para isso, eles se valem das fibras desenvolvidas pelo National Institute of Standards and Technology, dos EUA, que mesclam componentes eletrônicos revestidos por nanoestruturas cuja função é amplificar os feixes de luz. Resultado: o tecido brilha duas vezes mais que a lanterna de um automóvel. O segredo: fibras ópticas entrelaçadas na trama captam a luz para distribuí-la com uniformidade por todo o vestido. Assim, não há risco de que alguma parte do corpo fique apagada. “Durante o dia essas roupas parecem comuns, mas à noite elas destacam quem as veste”, diz Cristiano Peruzzi, diretor da Luminex, que colocou as primeiras peças à venda na semana passada. Um top não sai por menos de 350 euros e uma bolsa pequena custa 60. Por um coração que parece bater de verdade pagam-se 100 euros. Sem contar, é claro, a taxa de entrega.
Também os ingleses estão na nova onda dos tecidos inteligentes. A Eleksen acaba de produzir uma fibra sensível ao tato. Plugada a um tocador de MP3, por exemplo, essa fibra que se chama Elektex permite trocar de música e aumentar ou abaixar o volume do aparelho com um simples toque na roupa, que pode ser “programada”. A nova safra de tecidos tecnológicos também massageia o corpo, estimula a circulação sangüínea e combate o stress gerado pela exposição a campos magnéticos ou cargas eletrostáticas. No Brasil, a estilista Lita Mortari desenhou uma coleção que utiliza fibras similares. Na lista dos tecidos funcionais há até um cashmere à prova de bala que ganhou muito status ao ser usado pela famosa estilista italiana Alexandra Fede.
Fonte: Istoé Online