Em sua sétima passagem pelo São Paulo Fashion Week, o Projeto Ponto Firme trouxe para a passarela 30 looks, todos feitos com fios da Círculo S/A. As peças foram produzidas por mais de 30 artesãos participantes da Escola Ponto Firme e também por alunos que são detentos da Penitenciária Desembargador Adriano Marrey.
O desfile, que aconteceu no dia 19 no Komplexo Tempo, apresentou uma reflexão sobre o resgate e a valorização da cultura e identidade brasileira e teve como referência o Manto Cerimonial Tupinambá, confeccionado no Brasil entre os séculos 16 e 17. Continue lendo a fim de saber mais!
Qual foi a inspiração para o desfile do Ponto Firme no SPFW?
O Manto Cerimonial Tupinambá, que serviu como base para o desenvolvimento desta coleção, é símbolo da memória e da resistência do povo indígena Tupinambá.
“Sua história nos leva aos tempos remotos dos primeiros encontros com europeus que aportavam na costa brasileira e nos atualiza sobre a história recente de luta pelo reconhecimento da identidade, dos direitos e da terra indígena”, explica o estilista Gustavo Silvestre, que coordena o projeto.
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Como foi o desfile do Projeto Ponto Firme?
Mais de 30 artesãos participaram do desenvolvimento da coleção, entre os alunos detentos, egressos do sistema prisional, pessoas trans em situação de vulnerabilidade social e também refugiados.
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Além disso, foram apresentadas peças desenvolvidas por artesãos indígenas com curadoria de Day Molina.
Foram 30 looks produzidos para o desfile do SPFW N54, todos com fios da Círculo S/A. Os fios mais utilizados da marca são: Susi, Barroco Maxcolor, Queen, Barroco Natural e Barroco Decore Luxo.
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Nesta edição, também foram apresentadas as papetes Rider NX em collab com o Ponto Firme. Os modelos já estão disponíveis para venda na loja Rider, recém-inaugurada no Copan, em São Paulo.
O Ponto Firme também vai disponibilizar, neste mesmo local, elementos exclusivos de customização desenvolvidos à mão pelos integrantes do projeto.
“Esta é uma ação inédita e estará disponível em quantidade limitada para quem adquirir uma Rider NX Papete na loja. Assim como nos modelos apresentados na passarela, os clientes Rider, poderão acoplar os componentes customizáveis, desenvolvidos pelo Ponto Firme, em suas papetes”, explica Silvestre.
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Cores marcaram o desfile do Projeto Ponto Firme
O branco , o off white e o preto foram os tons mais utilizados na coleção.
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No entanto, a maioria das peças contou também com tonalidades vibrantes, como vermelho, azul, verde e amarelo.
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Alerta de tendências!
Além dos tons vibrantes, o desfile do Projeto Ponto Firme trouxe várias trends para a passarela. É o caso das franjas, por exemplo, que apareceram nas barras e nas mangas das peças.
As miçangas, bordadas em pontos estratégicos em vários dos looks, também são tendência!
O brilho também está em alta e apareceu não só em fios pratas e dourados, como também na aplicação de correntes e metais.
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A parceria com Day Molina
O Projeto Ponto Firme tem a tradição de trazer uma forte mensagem social em cada edição do SPFW, evidenciando alguma questão que precise de voz. Por isso, na edição N 54, uniu forças com a stylist indígena Day Molina, que contribuiu com o seu ativismo e sua experiência.
Dayana nasceu em Niterói (RJ), mas sua família materna é originária da aldeia indígena Fulni-ô, no sertão de Pernambuco.
“A representatividade não é só sobre ter uma modelo na capa. Precisamos descolonizar o nosso olhar, a nossa mente, a nossa escuta. Por muito tempo, se teve esse olhar eurocêntrico sobre a vida, sobre os comportamentos, as tendências de moda e beleza. Precisamos ver aquilo que é original desse país como algo belo. É importante que haja diversidade para que todas nos sintamos bem e representadas enquanto mulheres e indivíduos humanos”, reflete ela.
Participação do coletivo Artesanato Chave
Os artesãos do coletivo Artesanato Chave também participam da coleção. O grupo de artesãos e artistas é formado por três jovens da periferia de São Paulo, Vitor Siqueira (Crochê de Vilão), Diego Henrique Domingos (Arte do Magro) e Matheus Rodrigues (Sem Nome Ateliê), que desenvolveram peças como bonés, chapéus, bolsas e chaveiros exclusivamente para a coleção.
“O trabalho feito nos bonés de crochê vai além da arte manual. É uma linguagem desenvolvida por jovens da periferia e também em presídios. A gente vê uma sinergia muito grande entre o Projeto Ponto Firme e o que eles fazem, já que são jovens da periferia, muitas vezes inviabilizados ou estigmatizados. Então acreditamos que é super importante darmos esse apoio para que eles sejam vistos como os artistas que são”, pondera Silvestre.
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