O mezanino do edifício Copan foi escolhido para ser o pano de fundo do Ponto Firme em mais um desfile junto ao São Paulo Fashion Week.
Foram 25 looks desenhados por Gustavo Silvestre que contou com o suporte de Kevin Germanier, que disponibilizou resíduos têxteis da confecção de sua marca, além do trabalho minucioso de oito artesãos alunos do Ateliê-Escola Ponto Firme, com a parceira da têxtil Círculo.
Como é a coleção do Ponto Firme do desfile na Copan?
A coleção, inspirada em um conceito com uma estética de férias e festas no litoral, evidenciou três grandes tendências da estação: artesanal, brilho e transparências.
O Ponto Firme reafirma sua potência com a moda sustentável e social, promovendo a inclusão, tanto na confecção de peças, oferecendo oportunidades a egressos do sistema prisional e de pessoas em situação de vulnerabilidade social, quanto no desfile, com uma diversidade representada nas passarelas por modelos plus, asiáticas e trans.
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A drag queen Halessia foi um dos destaques que brilhou com sua personalidade e estilo únicos. O styling é assinado por Dudu Bertholini, em total sintonia com a essência do Ponto Firme, trazendo seu olhar apurado da moda plural, ética e inclusiva.
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Quais as técnicas usadas na coleção?
O crochê é a principal técnica usada por Gustavo e seus alunos, e é o ponto de partida para conectar resíduos plásticos e têxteis, criando peças que dão um efeito de brilho conforme ganham movimento pelo corpo, com muita fluidez, cores e transparências.
Foram usados paetês cortados a laser, que já haviam sido utilizados na coleção anterior, e para esta edição, foram desenvolvidos paetês sustentáveis feitos com resíduos plásticos, moldados e pintados 100% à mão.
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Esses detalhes foram costurados um a um, com os fios Cordonê – sutilmente cintilantes – da Círculo, em tecidos e em tramas de crochê que transformaram esses elementos em roupas exclusivas.
Gustavo e Kevin são dois designers de moda nascidos em países com realidades bastante distintas, mas que investigam a sustentabilidade social e ambiental nos processos de moda.
“Foi incrível poder trazer a collab do Ponto Firme com o Kevin Germanier para o Brasil, principalmente com esse trabalho, que tem tanto a ver com a nossa cultura tão diversa e rica. Seguimos firmes no nosso propósito de usar o crochê para a transformação social, unindo toda a questão ambiental, descobrindo novas formas de reaproveitar materiais descartados e os ressignificando na moda.
Esse desfile, assim como todos os outros nove que já participamos pelo São Paulo Fashion Week, representa o sonho e a esperança de muitas pessoas evolvidas nos processos de construção de cada peça e é um orgulho muito grande poder fazer parte e acompanhar cada passo dessas pessoas com tanto potencial artístico e manual”, avalia Silvestre.
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Como foi o desfile do projeto Ponto Firme?
A trilha sonora foi mais um importante coadjuvante do desfile, resgatando a vibe das festas eletrônicas dos anos 2000, com muito drum’n bass, um estilo que veio da periferia e que também representa muito do que é o Ponto Firme.
Quase impossível ficar parado ao som das batidas animadas e cheias de nostalgia, sob o comando e criação do artista musical, Ad Ferreira. Os jovens do Artesanato Chave, coletivo de moda que reúne artesãos da periferia de São Paulo e que fazem bonés e chapéus de crochê, contribuíram com alguns acessórios da coleção.
“A gente vê uma sinergia muito grande entre o Projeto Ponto Firme e o que eles fazem, já que são jovens da periferia e muitas vezes inviabilizados ou estigmatizados. Então acreditamos que é super importante darmos esse apoio para que eles sejam vistos como os artistas que são”, comenta Silvestre.
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