Poliéster – De novo na moda?

O poliéster está de volta e em grande força. A última Semana de Moda de Paris foi apenas um dos palcos onde se assistiu ao…

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O poliéster está de volta e em grande força. A última Semana de Moda de Paris foi apenas um dos palcos onde se assistiu ao ressurgimento deste material como a grande tendência do momento. A Lanvin e a Nina Ricci foram apenas dois exemplos de casas de moda que apresentaram criações onde o poliéster impera.
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O tecido da moda

É a tendência do momento. Na Semana da Moda de Paris, o tecido de poliéster estava por todo o lado. E as lojas das grandes marcas do segmento luxo apresentam também criações de milhares de euros feitas desta fibra sintética.

As recentes evoluções tecnológicas no tratamento da fibra fizeram-na mais fina e delicada, factores pelos quais os criadores estão a adoptá-la cada vez mais. Alber Elbaz, criador da Lanvin que foi ovacionado pela sua série de vestidos de noite em poliéster, afirma que a textura dos novos tecidos de poliéster é extremamente suave. «É tão leve», sublinhou também Elbaz enquanto esfregava por entre os dedos uma peça de tecido imaginário.

Olivier Theyskens da Nina Ricci que apresentou pela primeira vez peças confeccionadas em poliéster na colecção passada, refere-se a estes tecidos como «um tema interessante». Gosta dele, mas os seus tecidos contêm algumas limitações devido essencialmente à sua reduzida espessura e elevada elasticidade, que o tornam excessivamente difícil de costurar e impossível de passar a ferro. «É necessário tratar o poliéster com muito cuidado», acrescenta o estilista.

O poliéster que os criadores utilizam actualmente é bastante diferente do utilizado nos anos 50, quando os fatos feitos com este tecido foram lançados no mercado de massas.

A “fibra dura” foi uma dádiva do pós-guerra pois não encolhia, não necessitava de ser engomada, secava rapidamente e era barata. As suas características funcionais transformaram rapidamente o poliéster na fibra da moda, o que se arrastou durante os anos 60 e 70. O poliéster atingiu o seu auge quando Jonh Travolta apareceu a “dominar a pista de dança” com o seu fato de três peças. Segundo dados estatísticos, a indústria de vestuário americana teve, naqueles anos, o seu maior consumo de sempre desta fibra sintética. No final dos anos 80, com o movimento anti-fibras sintéticas, o seu consumo caiu para mínimos históricos.

Para aqueles que viveram na época áurea do poliéster, a fibra certamente traz autênticos pesadelos. Randy Jones, o cowboy dos Village People, lembra-se de uma festa, em 1977, no mítico Studio 54 de Nova Iorque, onde uma mulher, vestida com tecido desta fibra, chegou perto demais de uma vela e o seu vestido incendiou-se. «Alguém atirou um casaco de peles para cima dela, levou-a para fora e a música nunca parou», recorda Jones. «O poliéster era espesso, horrível», relembra, por seu lado, Gloria Gaynor, o ícone pop do hit “I Will Survive”. «Num concerto tive que deixar um casaco de poliéster aberto no palco para que este pudesse apanhar um bocado de ar».

Nos anos 80 e 90, o poliéster reapareceu “disfarçado” no mercado, graças às microfibras. O “novo” tecido de poliéster, mais fino e mais leve, começou a ser utilizado em outros artigos de vestuário, como camisas e vestuário desportivo, ganhando a função de protecção contra o frio e o vento.

Criadores como Calvin Klein e Giorgio Armani começaram, nesta altura, a utilizar misturas de poliéster com algodão e lã. Este tecido era essencialmente utilizado pelos estilistas em gabardines e fatos, reforçando assim algumas características como a impermeabilidade e o anti-enrugamento. Criadores nipónicos mais “avant-garde”, como Rei Kawakubo da Comme de Garçons, iniciaram um registo experimental com esta fibra ao longo dos anos 90. Mas a aparição dos tecidos de poliéster nas casas de moda europeia do segmento luxo é um outro assunto. A sua popularidade crescente entre os melhores criadores tem sido proporcionada pelos avanços tecnológicos e por um melhor marketing.

Recentemente, alguns produtores japoneses deste tipo de tecido, ao sentirem a concorrência proveniente da China e da Índia, começaram a desenvolver novos tipos de poliéster. Estes avanços tecnológicos têm melhorado as propriedades do poliéster. Algumas fibras desenvolvidas apresentam carácter oleofóbico, outras têm memória de forma,…

Em 2006, a Toray Industries começou a comunicar directamente com os grandes estilistas e a marcar presença presente na Première Vision, um dos mais importantes certames especializados em tecidos. A empresa chama aos seus tecidos “O Orgulho de Gousen”. Gousen é a palavra japonesa para fibras sintéticas. Casas como a Lanvin, Balenciaga e Louis Vuitton aderiram aos tecidos da empresa nipónica. Apesar deste segmento ainda representar pouco no volume de negócios da Toray, as vendas de tecidos direccionados às grandes casas de moda quadruplicaram nos últimos dois anos (18 milhões de dólares em 2007).

O designer americano Narciso Rodriguez, apaixonou-se pelo novo poliéster quando o viu pela primeira vez, no final dos anos 90. Os retalhistas também, até se aperceberem que era poliéster. Ao longo dos últimos, a atitude dos retalhistas tem-se porém modificado à medida que vêem como os novos tratamentos tornaram a fibra mais apelativa. Este ano, Rodriguez apresentou criações à base de mistura de poliéster e seda nos seus desfiles.

Os consumidores, que antes torciam o nariz a esta fibra, começam a achar o tecido de poliéster “très chic”. «Se a Lanvin utiliza é porque é bom», refere uma consumidora, que comprou recentemente alguns artigos de vestuário à base de poliéster desenhados por Diane von Furstenberg.

O criador italiano, Giorgio Armani, um “early adopter” desta fibra sintética, diz que actualmente prefere o poliéster a materiais naturais como o linho, que enruga. O próprio Armani, que gosta de vestir casacos de caxemira e poliéster, aconselha os homens a utilizarem vestuário fabricado com esta mistura para um melhor fitting e elasticidade.

Actualmente, o poliéster é tudo menos barato. Em grande parte devido ao aumento exponencial do preço do petróleo a partir do qual é fabricada a fibra. Um par de calças em poliéster da linha Armani Collezioni é comercializado por cerca de 400 euros. O tecido de poliéster de melhor qualidade é vendido a cerca de 24 euros por metro. Um preço superior a algumas sedas.

Apesar de ter subido de segmento, o poliéster não perdeu a sua “alma” disco. Com a consolidação de fenómenos retro na música, na arte, no estilo de vida e na moda, o poliéster tem lugar assegurado.

Leia matéria completa no site Portugal Têxtil.

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