O Second Life não tem nada a ver com o que eu imaginava quando falei de ciberespaço. Aquilo é o que as personagens em meus primeiros romances chamariam de um ‘constructo’ – antes de existir realidade virtual, é como eu a chamava. Então, imaginei constructos onde as pessoas se apresentariam na forma de avatares. Outra coisa que imaginei, em Idoru, foi um grupo de adolescentes que viviam vidas virtuais, escondidas em sites corporativos abandonados que elas modificaram a seu bel prazer. Estas são as coisas, em minha ficção, parecidas com o Second Life. Não cheguei nem perto. Eu nunca poderia imaginar uma empresa que cria um mundo virtual no qual compras e mercado imobiliário são as duas atividades mais populares. Me parece convencional demais para dar boa ficção-científica. […].
Trecho de Spook Country, novo romance de William Gibson, que cunhou o termo ciberespaço, no seu livro Neuromancer, best-seller de princípios dos anos 1980.
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