Moletom caro? Emicida rebate críticas e traz reflexões mais profundas
Em entrevista à TV Cultura, o rapper Emicida falou sobre o racismo na moda e como a indústria fashion não valoriza seus trabalhadores. entre outras reflexões.
Não há como negar que a estreia da LAB no SPFW em 2016 trouxe energia nova ao evento: a marca do rapper Emicida e seu irmão, Evandro Fióti, chegou nas passarelas causando furor ao apostar em roupas autênticas, com representatividade na moda. Até hoje, é um dos desfiles mais esperados da semana de moda paulistana.
A LAB é um braço do coletivo de arte urbana e hip hop Laboratório Fantasma que, na semana passada, entrou novamente em pauta durante a entrevista de Emicida ao programa Roda Viva da TV Cultura. A polêmica sobre o valor das peças, especialmente dos moletons, ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais nos últimos dias.
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Afinal, quanto vale um moletom? “Conheço a cadeia produtiva com a qual trabalho e sei quanto ganha uma costureira, por exemplo. Não vou vender uma camiseta a R$ 9,90 para colocar uma mulher ganhando salário de miséria”, rebateu Emicida.
Racismo na moda
Dessa forma, ao ser questionado sobre o valor das peças pela apresentadora Vera Magalhães, Emicida chamou atenção para o preconceito intrínseco na moda. E, especialmente, nas críticas que constantemente recebe. “Você está dizendo que uma pessoa preta e pobre, para ser verdadeira, tem que vender coisas ruins e baratas. E não, muito pelo contrário”, rebateu.
“Eu vou de terno numa festa de gala e os caras saem espalhando que o Emicida está usando um terno de R$ 15 mil. Aí todo mundo acha que isso é uma grande contradição, porque eu estou usando uma roupa chique, num evento chique. E ninguém nem consegue perceber o quão racista é dizer algo como isso”, completou o rapper, citando exemplo de quando recebeu o prêmio Men of The Year da GQ.
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Costureiras na primeira fila
Então, Emicida explicou que são as pessoas que lideram a cadeira de produção da moda que devem ser questionadas sobre os preços das roupas. Ele ressaltou ainda que esse sistema tem falhas graves, sendo irresponsável na medida em que chega a manter trabalhadores até em regime de escravidão.
Em sequência: “Todas as pessoas que se vinculam ao Laboratório Fantasma, seja em qualquer função, elas usufruem dessa conquista. Por isso que no nosso desfile de moda, as costureiras estão na primeira fila, chorando emocionadas, porque elas nunca tinham experimentado costurar uma roupa e poder assistir aquilo ser lançado”, contou.
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Laboratório Fantasma: marca do Emicida
A Lab chegou trazendo a “quebrada” para o SPFW com um streetwear autêntico e para todos os tipos de corpos. De lá para cá, a marca ganhou visibilidade não só por causa do rapper Emicida, mas por apresentar roupas com propósito em um toque de originalidade. Enquanto em 2018, a marca fez uma collab para a C&A já com essa pegada de hip hip e arte de rua.
No portfólio, linhas femininas, masculinas, de acessórios e até roupas plus size. E os moletons tão discutidos no programa Roda Viva (e nas redes sociais) não saem por mais de 179 reais.
Masculinidade e outras reflexões
Já em uma outra entrevista de Emicida, que também deu o que falar… Aqui, trazendo questões como depressão, masculinidade, a relação com o erro e suas fraquezas, entre outros temas. Dessa forma, o rapper, aborda questões mais profundas e muitas vezes de âmbito filosófico.
No Fashion Bubbles acreditamos que, justamente essas reflexões, é que ajudarão a trazer mais propósito, em um mundo que, muitas vezes, parece sem sentido. Confira artigo: Por que consumo só, não sacia? Desejo, felicidade e a busca de sentido em nossa vida.
Para finalizar, confira e deixe também sua reflexão!
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