Que o mundo virtual pede novos padrões de comportamento não é novidade nenhuma (apesar de muita gente ainda escrever e-mails em letra maiúscula), mas que o iPod, o novo bibelô da sociedade do século 21, também preza por aquilo que os franceses chamam de “bon chic, bon genre” talvez nem todo mundo saiba.
A colunista de moda e freqüentadora da noite paulistana Erika Palomino comenta que chegar na casa de alguém com um iPod e pedir para colocá-lo para tocar pode gerar desconforto.
“Indiretamente você está dizendo que a música que seus anfitriões estão executando no local não está agradando”, diz.
No entanto, a recíproca não é verdadeira. Segundo a colunista, pedir que alguém que chegue a sua casa com um tocador ponha as canções para tocar é de bom tom. “Acho educado pedir que a pessoa banque o DJ, pois demonstra que essa pessoa tem bom gosto musical.”
Palomino faz apenas uma ressalva: “É muito desagradável pedir para baixar todas as músicas do iPod de alguém em seu computador, porque aquela pessoa dedicou tempo para obter aquele material. É bancar o “carioca'”, afirma a colunista, que nasceu no Rio de Janeiro.
DJ iPod
Entre os DJs, há um novo jargão para os amadores que pensam que o tocador de MP3 pode transformá-los em profissionais.
Marcio Vermelho, DJ residente das noites Avesso e Caviar do clube Vegas, diz achar chato os “DJs iPod substituírem os profissionais”, que fazem um trabalho de “criar atmosferas musicais” nas casas noturnas.
“Uma coisa é tocar em festinha de amigo”, avalia o DJ. Ele conta que o clube carioca Dama de Ferro criou uma pista destinada aos DJs iPod, equipada com um mixer destinado ao tocador, apenas para convidados.
Fonte: Folha de São Paulo – JAMES CIMINO