Não estou falando de bolsa de valores, pois os investidores ainda estão chocados com essa crise financeira internacional sem precedentes. O tema é o mesmo apresentado pelo Edgard na matéria Bolsas Masculinas, onde ele apresenta as bolsas como utilitário dos homens modernos, metrossexuais e aqueles de atitudes, como alguns se apresentaram dentre os vários comentários.
Andando pelas ruas de Londres no mês passado, constatamos que as bolsas caíram no gosto popular e a adesão ultrapassa as fronteiras européias. Não há dúvidas que compramos as nossas e pudemos testemunhar como é um utilitário importante, principalmente para quem passa o dia inteiro fora de casa ou do hotel. Além de ser muito mais estilosa do que as mochilas de costas, as bolsas posicionam seus usuários na vanguarda do mundo da moda. Eu não resisti e tirei muitas fotos nas ruas, dos usuários de todas as idades e segmentos de mercado.
Jogador de futebol Cristiano Ronaldo usando bolsas
Desde o Egito antigo temos registros do uso de bolsas ornamentadas (inclusive com fios de ouro), mas no século 14 é que os registros marcam a difusão das bolsas, sendo que no século seguinte homens e mulheres aderiram ao uso das bolsas.
No século 17, os bolsos nas roupas masculinas fizeram os homens substituírem as bolsas de mão e somente em 1900 é que as bolsas masculinas retomaram seu uso. Podemos concluir que a relação dos homens com as bolsas foram descontínuas e sempre intimamente ligadas a sua utilidade e virilidade.
É interessante acompanhar o progresso das bolsas masculinas e sua imensa variedade: bolsas para viajantes, carteiras de mão, pochetes, bolsas carteiro, bolsas estilo executivo (retangular), pastinhas corretor, hippies (jeans, sarja), mochilas e manbags usadas nas ruas das principais megalópoles.
Bolsas do século 17
O Edgard disse que preferia que a bolsa masculina não voltasse para que ele pudesse gastar em novos eletrônicos, entretanto ele mesmo já constatou que não só as grandes marcas (Louis Vuitton, Gucci, Prada, Hermès, etc.) investiram e disponibilizaram designs modernosos de bolsas masculinas, mas também as “street brands” em Camden Town, Soho, Notting Hill apresentam modelos bastantes atraentes e irresistíveis para aqueles que andam pelas encantadoras ruas de Londres. Eu já aderi à moda!
Bolsas na Idade Média
Os homens medievais usavam pochetes pequenas e chatas, presas bem rentes a cintura
Chamamos de Idade Média o milênio que começa por volta dos anos 500 e se estende até cerca de 1500, isto é, das invasões bárbaras e da destruição do Império do Ocidente até depois da tomada de Constantinopla.
Até o fim da Idade Média as bolsas desfrutavam de uma androginia à parte, através de variações, tamanhos, ornamentos e capacidade interna peculiar a cada sexo. As bolsas masculinas, maiores que as femininas eram geralmente feitas de couro, peles, tecidos ornados com franjas, pingentes, bordados em fios de ouro, prata e pedrarias. Algumas bolsas chegavam a custar mais caro do que o ouro da época (ou seja, nada mudou!). As pochetes eram pequenas e chatas, presas bem rentes a cintura. Já os sacos eram maiores e suspensos por longos cordões, muitas vezes chegando abaixo do joelho.
Certas bolsas “especiais”, tinham o objetivo de carregar itens como remédios, tabaco, rapé, chaves, leques, escovas de cabelos e algumas foram desenhadas para armazenar relíquias e livros de oração, conhecidas como bolsas relicário.
No século XV as bolsas ainda continuavam a ser usadas suspensas pelo cinto tanto por homens como por mulheres. Na versão feminina era chamada de escarelle (palavra francesa escar, que significa avarento). Na versão masculina, estilo à bolso (um modelo retangular) e à esmoleiro (trapezoidal ou quadrada).
A prática medieval de dar esmolas deu origem a uma bolsa chamada Almoniere. Ela foi usada predominantemente nas Cruzadas, continuando no período Gótico e na Renascença. Designada para carregar moedas de ouro, foi dada pelo clero a membros das Cruzadas. Foram confeccionadas em seda, linho, veludo ou em couro, suspensas na cintura por cinturões ou cordões.
Leia a História da Bolsa no site Sinacouro.
Por Carlos A. Silva