Ciência faz Moda – Náilon e Microfibra

  Associada aos primórdios da Revolução Industrial, com a introdução de máquinas e linhas de produção, a indústria têxtil deu o primeiro grande salto no…

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Associada aos primórdios da Revolução Industrial, com a introdução de máquinas e linhas de produção, a indústria têxtil deu o primeiro grande salto no terreno das fibras sintéticas durante a II Guerra Mundial.

A partir de resíduos de petróleo, o pesquisador americano Wallace Carothers inventou a poliamida, a fibra de náilon. No início, os propósitos eram apenas bélicos. Substituir a seda (caríssima) na fabricação de pára-quedas. Terminada a guerra, o fio de laboratório foi parar no armário dos civis. Particularmente nas pernas das civis, sob a forma das revolucionárias, para a época, meias de náilon.

As roupas baratearam. Ganharam durabilidade. Não amassavam. Podiam ser jogadas na máquina de lavar e estavam prontas para o uso. Popularizado nos Estados Unidos, o tecido sintético viveu um apogeu seguido de rápida decadência. As roupas feitas de náilon eram ásperas e pesadas demais. O suor do corpo empapava e empesteava as fibras artificiais, que viraram sinônimo de artigo barato, cafona.

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Na mistura de fibras de algodão com náilon, o conjunto de calça e jaqueta ganha estrutura sem perder a maciez. O vestido luminoso (à dir.), levíssimo, mantém a transparência sem esquentar demais 
Fotos: Luis Gomes  

No início dos anos 80, a redenção começou a se esboçar com o aperfeiçoamento das microfibras. A indústria caminhava em direção a sua segunda grande transformação, com base em duas descobertas e uma invenção. As descobertas: quanto mais finos os fios, maior a facilidade com que o ar quente do corpo circula para o meio externo. “Impede-se, assim, que a transpiração se acumule no tecido”, explica Maria José Orione, engenheira têxtil da confeção Zoomp. Também se constatou que quanto mais fino o fio, maior a maciez do pano. Restava apenas inventar máquinas capazes de produzir a fibra.

Quem vê uma elegante saia de microfibra não imagina que, no começo, aquilo foi uma pasta informe de derivados de petróleo. Dissolvida e filtrada, a maçaroca é empurrada sob pressão por aberturas semelhantes às de um chuveiro, cada fiozinho  e hoje se produzem fios de 4 centésimos de milésimo de milímetro!  saindo por um orifício desses. A nova tecnologia deu tão certo que tecidos com a durabilidade dos sintéticos e o conforto e caimento da seda nobre invadiram as araras das lojas de roupas.

A maravilha do momento são os tecidos brilhantes. Há menos de um ano, a M.Officer lançou pela primeira vez no Brasil os chamados tecidos líquidos, com uma flexibilidade e um brilho que emulam os dos fluidos. Com décadas de pesquisa sobre a refração da luz nos panos, os cientistas descobriram que o formato dos fios, por si só, é capaz de alterar a luminosidade de uma roupa. Quanto mais facetado, maior o brilho (veja quadro). Os “chuveiros” dos quais saem os fios foram adaptados para produzir finíssimos filamentos com seção hexagonal ou trilobal, com um resultado espetacular, se comparado ao brilho tradicionalmente obtido a partir de bordados em paetês ou da aplicação de vernizes no tecido, ambos ruins para a maleabilidade da roupa.

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Vestido de água  Com tantas variedades de fios, as grandes tecelagens agora se dedicam a misturar tudo em panos híbridos. No Morumbi Fashion, a confecção M.Officer apresenta o tecido holográfico, composto de poliéster, náilon e viscose. Fino como papel, translúcido como água e maleável como seda, o tecido está em capas e casacos para o inverno. Apesar da aparência leve, as peças são extremamente quentes.

Também graças à possibilidade de combinação de fios, a Zoomp conseguiu dar ao brim de algodão rigidez e brilho, sem perder a flexiblidade, misturando-o ao náilon. Combinados ao elastano, algodão, seda, veludo e lã preservam suas características e ganham as vantagens da fibra sintética. “Com apenas 3% de elastano é possível dar flexibilidade aos modelos”, diz Denise Sakuma, coordenadora de moda da DuPont.

As possibilidades são tantas que a indústria já pode surfar na onda ecológica e fabricar tecidos em processos não poluentes. A empresa inglesa Courtaulds criou o liocel, um fio feito a partir da polpa da madeira, que consumiu dezesseis anos de estudos e cerca de 500 milhões de dólares. Composto 100% de celulose, o liocel é tão confortável quanto o algodão. Com uma vantagem: é tenaz e flexível ao mesmo tempo. O selo verde é dado por causa dos solventes usados no processo de fabricação, todos biodegradáveis. É a terceira onda dos tecidos sintéticos.

Leia matéria completa no site da Revista Veja.

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