Peças de grife a preços convidativos atraem clientelas em novos espaços que oferecem até atrações culturais.
Coisas novas andam surgindo nos brechós cariocas. A clientela crescente, em busca de peças de qualidade e com preços convidativos, faz proliferar o número de lojas do género na Zona Sul e no Centro. Até a Barra da Tijuca entrou no circuito, com a inauguração recente de um brechó, que virou endereço procurado pela classe média alta do bairro, por conta das peças de grife, nacionais e estrangeiras, penduradas nas araras. Na Zona Sul, no bairro de
Laranjeiras, um outro brechó, que é referência também para equipes de produção teatral e de TV, resolveu inovar e criou recentemente um espaço cultural no segundo andar do sobrado. No lugar, acontecem espetáculos infantis, apresentações musicais e talk shows, já com público cativo.
— Gosto de percorrer brechós porque sempre encontro peças únicas e interessantes para montar uma produção caprichada. E o melhor é que dá para fazer isso por preços bem convidativos. Meu guarda-roupa é cheio de artigos que garimpei em brechós cariocas e também em Santelmo, em Buenos Aires — conta a estudante Aline Maria Soares, de 20 anos.
Angelina Jolie faz sucesso com vestido de US$ 26
Os brechós, aliás, andam em moda. Um exemplo disso foi a aparição, no mês passado, da atriz americana Angelina Jolie na première do filme “Um poderoso coração”, em Nova York, com um vestido de brechó, pelo qual pagou apenas US$ 26 (cerca de R$ 50).
Artigos Dior, Ralph Lauren e Isabela Capetto
Além de criações de estilistas famosos, lojas têm objetos de decoração
Ex-mulher de diplomata, Lúcia Ache, sócia do brechó Casa do Belchior, instalado na Estrada do Joá 3.690, conta que, acostumada a percorrer em suas viagens brechós e antiquários em busca de peças diferentes, acabou transformando o hobby em profissão. Com uma amiga, abriu o espaço — cujo nome é uma homenagem ao primeiro comerciante de roupas e objetos usados estabelecido no Rio — que reúne não apenas esses itens, mas peças de decoração e artesanato nacional.
— Costumamos ter peças vintage Dior, Ralph Lauren e outras estrangeiras, mas temos também artigos dè grandes nomes nacionais, como Marquito e Isabela Capetto, das grifes Frankie Amauri e da loja Daslu — diz Lúcia, acrescentando que a qualidade não significa preços elevados. — Há peças a partir de R$ 10.
O brechó Desculpe, Eu Sou Chique abriu as portas em dezembro passado, na Rua Alice 75, em Laranjeiras. Instalado num sobrado, é dividido em dois ambientes. No primeiro andar, estão móveis, louças, itens de decoração e bijuterias. Os cobiçados calçados, bolsas e roupas ficam no segundo piso, agora também transformado em sala de espetáculos, com 64 lugares.
— O termo brechó deixou de ser associado a loja chinfrim e não é sinonimo de bazar, onde as pessoas vão para garimpar. No brechó, ao contrário, as peças já foram garimpadas pelo dono — diz Sá-vio Silva, proprietário do Desculpe, Eu Sou Chique.
Em Copacabana, artigos dos anos 50, 60 e 70
O brechó De Salto Alto, em Copacabana, é parada obrigatória de descolados à procura de artigos dos anos 50, 60 e 70. Também conhecida como o brechó do Pantera — apelido do dono, Marcos Barreto — a loja, na Rua Siqueira Campos 143, abriu as portas há dez anos. Segundo Pantera, o segredo do sucesso é a qualidade das peças à venda.
No circuito de brechós de roupas e peças de decoração, estão incluídas ainda as velhas e boas lojas da Rua do Lavradio, no Centro, e a feira de antiguidades que acontece, nos fins de semana, na Praça Santos Dumont, na Gávea.
por Laura Antunes
Matétia retirada do site Mercado Competitivo.