A história da butique Daslu, símbolo máximo do mercado de luxo no Brasil, pode ser dividida em duas etapas: uma antes e outra depois da Operação Narciso, conduzida há três anos pela Polícia Federal. A operação, que resultou na detenção da dona da Daslu, Eliana Tranchesi, e de seu irmão, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, foi uma tragédia para a empresa. Muitas clientes, assustadas com as investigações, sumiram dos salões da loja por algum tempo. E sem poder importar um alfinete sequer por 13 meses, as vendas minguaram, caindo de 240 milhões de reais em 2005 para 160 milhões em 2006, uma perda de mais de 30% na receita.
A batida policial aconteceu no momento mais inoportuno possível para a Daslu: exatamente quando o negócio se preparava para seu maior salto. Havia apenas um mês, a loja tinha se instalado em um gigantesco prédio em estilo neoclássico avaliado em 270 milhões de reais. Com 700 funcionários e quase 60 000 metros quadrados de área construída, abarrotados com o que existe de mais sofisticado e caro no mundo, a nova loja chegou a ser chamada pelo jornal New York Times de “um oásis de indulgência em meio à pobreza brasileira”. Pois a ação da Polícia Federal transformou o oásis para sempre. E não foram poucos os que acharam que Eliana e sua criação jamais se recuperariam.(…)
Segundo a Daslu – que não divulga seus balanços -, o faturamento no ano passado, de 250 milhões de reais, superou o de 2005, quando se deu a tragédia. E neste ano promete ser ainda melhor. Se tudo continuar da mesma forma, 2008 pode registrar o maior faturamento da história da loja: 320 milhões de reais. Muitos fatores foram importantes para a recuperação da receita, mas o maior empurrãozinho veio da inauguração do segundo ponto-de-venda da marca, localizado no Shopping Cidade Jardim, novo centro de luxo de São Paulo. A estimativa é que a nova loja feche o ano com 45 milhões de reais em vendas.
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