O Rock in Rio traz a moda para o espaço da música. Do Brasil vêm as marcas brasileiras Cia do Lacre, Cocada, 100% Cerrado e Talentos do Brasil que desfilarão na passerelle especialmente montada na cidade do rock. O glamour português estará a cargo de Dino Alves, José António Tenente, Storytailors e Lanidor.
O Rock in Rio sempre pretendeu ser mais que um festival de música. Na terceira edição portuguesa do evento, a organização voltou a ampliar as actividades extra-musicais e criou um espaço dedicado exclusivamente à moda e à elegância, universos que segundo a organização sempre tiveram uma relação privilegiada com a cultura rock.
O Espaço Fashion deseja aproximar a moda, e os próprios estilistas, do público do festival. Para isso, a organização e os estilistas convidados repensaram os seus desfiles, de modo a torná-los mais interessantes para um público que não costuma frequentar os eventos de moda onde os criadores normalmente apresentam as suas obras.
O festival irá contar com dois desfiles diários, de 15 a 20 minutos de duração, da responsabilidade de criadores de várias nacionalidades, como Dino Alves, José António Tenente, Lidija Kolovrat, Marzio Fiorini ou os Storytailors, e de marcas como a Lanidor, a Sloggi ou a Triumph.
A Embratur, uma das parceiras da mostra, irá trazer a Portugal quatro marcas brasileiras com uma forte consciência social. A Companhia do Lacre, a Cocada, a 100% Cerrado e a Talentos do Brasil poderão mostrar as suas criações no primeiro fim-de-semana do festival.
Criada em 1997 pela cearense Chica Rosa, a marca Cia do Lacre (Associação Artesanal Moda e Tradição Cia do Lacre) apoia as mães de família a gerirem o seu próprio negócio, que lhes permite viver e serem integradas socialmente. O nome reflecte o trabalho desenvolvido por estas artesãs, que usam o lacre de latinhas de alumínio para criarem as peças. Actualmente, as 90 mulheres envolvidas no projecto produzem, mensalmente, mais de duas mil peças. Os produtos da Cia do Lacre são exportado para os EUA e Europa.
De igual forma, o Éden (Instituto de Apoio ao Desenvolvimento Humano), criado em 1980, é uma instituição sem fins lucrativos responsável pelo projecto Inventando Moda, que produz a marca Cocada. O trabalho do instituto defende a inclusão social. O objectivo da Cocada é valorizar o trabalho das pessoas que fazem renda “de bilros” e renda “renascença”, inserindo os trabalhos resultantes em artigos de luxo.
As marcas 100% Cerrado e Talentos do Brasil assentam também na recuperação e valorização das técnicas ancestrais bem como na sustentabilidade. A primeira pertence a uma associação formada por artesãs, costureiras e bordadeiras coordenadas pelas estilistas Sandra Maria e Sónia Reis. A ideia do grupo é valorizar e divulgar os recursos do Cerrado (região que leva o nome da biodiversidade em que está inserida), além de promover a comunidade local. A marca preserva a natureza com a reutilização dos excedentes gerados na criação das peças. Uma das características das roupas da 100% Cerrado é a utilização do troçado, uma técnica de bordado com movimentos livres.
As colecções abordam temáticas como a arte, a cultura, o comportamento, as crenças e valores da sociedade brasileira. A segunda, Talentos do Brasil, é uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e foi criada com o objectivo de, através da moda, valorizar a identidade cultural, promover a geração de empregos e agregar valor ao trabalho de, aproximadamente, duas mil pessoas de onze estados brasileiros.
Além dos desfiles que terão lugar nos dias 30 e 31 de Maio, a partir das 20h30, no Espaço Fashion do Rock in Rio, todos os interessados poderão ainda aprender a fazer peças diferentes com lacres de latas de alumínio.
Matéria do site Portugal Têxtil.