A figurinista do “Diabo”

Patricia Field critica a Prada e diz que estilistas brasileiros precisam parar de copiar estrangeiros 

FOLHA – O que você acha que faz da Prada uma marca tão forte?
PATRICIA –
O filme não seria o que é se o título fosse “O Diabo Veste Polo”. Na última década a Prada virou um símbolo de poder. Eu particularmente acho que as roupas da grife são muito rígidas. E isso é muito compatível com o tempo em que vivemos, conservador e cheio de regras. É o oposto das roupas de Roberto Cavalli, por exemplo. A maioria das pessoas acha que a Cavalli faz uma roupa sem classe. E são essas as pessoas que gostam da Prada.

FOLHA – E quais estilistas você usou para vestir a personagem de Anne Hathaway, quando ela se transforma em uma fashionista?
PATRICIA –
Quase metade do que ela usa é Chanel. A marca se interessou por vesti-la, e eu achei maravilhoso. Mas também usei muito Calvin Klein e Dolce & Gabbana, entre outros.

FOLHA – A personagem dela perde peso no curso de sua transformação. Ser magra é absolutamente necessário para ser elegante?
PATRICIA –
Hoje em dia é muito importante ser magra, mas é uma moda que pode chegar até um certo limite. Depois fica feio e acaba passando. Ser gorda nunca vai voltar à moda, mas acho que a idéia é que as pessoas pareçam saudáveis, essa vai ser a nova onda.

***

FOLHA – Quantas vezes você já foi ao Brasil?
PATRICIA –
Pelo menos dez, eu gosto muito de São Paulo. A primeira vez que eu fui ao Brasil foi a convite de Alexandre Herchcovitch, nos anos 90. Gostei, voltei e comecei a comprar roupas lá para a minha loja em Nova York.

FOLHA – Que tipo de roupas?
PATRICIA –
Quase nada dos designers, porque a minha loja é mais popular e mais voltada ao público jovem, mas gosto muito do que vejo nas ruas 25 de Março e José Paulino.

FOLHA – Você viu os desfiles de outros estilistas brasileiros recentemente. O que achou?
PATRICIA –
A moda brasileira perde quando tenta repetir o que acontece em Paris ou Nova York, e vejo que muitos dos estilistas fazem isso. A maioria dos designers brasileiros pensa mais no estilo francês de vestir do que no gosto local. As roupas que eu vejo nas ruas do Brasil são muito mais divertidas e sexies. As pessoas têm menos medo de mostrar o corpo.

FOLHA – Herchcovitch é um estilista brasileiro nesse sentido?
PATRICIA –
Não, ele não reflete exatamente o Brasil, mas é um artista verdadeiro, é um estilista completamente original. Vive dentro de uma bolha de fantasias e vê o mundo de uma forma completamente diferente.

Leia a entrevista completa na Folha.

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