Em evento de apresentação do novo espaço da Samsung, a Launching You, loja conceito que em vez de vender produtos, deseja inspirar pessoas e impulsionar talentos, o ator Thiago Lacerda, astro da nova novela das sete da Rede Globo, convidado para ciceronear a apresentação, cedeu longa entrevista a imprensa.
Em bate papo sincero e cheio de charme, Thiago falou sobre seu novo personagem em Alto Astral, revelou suas posições sobre religião, tecnologia, paparazzos, educação dos filhos e até a relação de poder e responsabilidade dos formadores de opinião.
Articulado, Thiago Lacerda, além de ser um dos principais galãs da atualidade, mostrou que leva seu trabalho com muita seriedade, demonstrando responsabilidade e equilíbrio em suas posições.
Confira na íntegra entrevista do ator Thiago Lacerda
Sobre a tecnologia na vida dos filhos, Thiago busca equilíbrio mas sem distanciá-los deste universo. “Eles andam para cima e para baixo com o tablet, querendo ouvir uma música, assistir um filme, pesquisar alguma coisa na internet. Se deixar é o dia inteiro. Mas eu não imponho horário, imponho circunstância, tem hora para tudo.” Revela o ator.
“Achar medida do equilíbrio saudável disso, é o desafio da educação moderna. Fazer com que ele seja apresentado, que ele use e se desenvolva nesse universo, sem que fique refém daquilo, sem que seja uma coisa desmedida.” Explica.
Em relação à tecnologia no trabalho, sente falta das coisas no mundo físico. “ A gente o tempo inteiro está trabalhando com as ferramentas que a tecnologia sugere, para receber o textos, para trabalhar com os textos, para editar… Mas eu ainda tenho uma necessidade física do papel, dos meus livros de folhear, os meus capítulos eu preciso rabiscar, mas eventualmente eu faço uso da tecnologia para trabalhar nos meus textos, nas pesquisas que eu preciso fazer.”
Interpretanto Giuseppe Garibaldi, um de seus personagens de maior destaque, em A Casa das Sete Mulheres, minissérie brasileira produzida pela Rede Globo
Ainda falando sobre a tecnologia na vida diária, o ator acredita que o homem é insubstituível, principalmente no que se refere a criatividade e sensibilidade. Ele destaca a importância das relações olho a olho, cara a cara, pois se define como um romântico e prefere os relacionamentos na vida real.
“Acho muito perigosa essa relação, eu não quero substituir as minhas relações de olho no olho e nem ao vivo. Eu sinto que as pessoas estão cada vez mais nessa direção e talvez isso seja romantismo da minha parte. Estou me lembrando que ante ontem eu estava conversando com meu agente. Liguei para ele e ele me falou: ‘me manda um email’ . Não vou mandar email, eu quero marcar um almoço com você, porque eu quero te dizer o que eu preciso, o que eu penso, o que aconteceu. A gente poder conversar sobre o tema. Não vou me relacionar com você por email, eu vou te mandar um email quando assim for necessário, mas agora eu quero um almoço” Relembra o ator. “Nada substitui o olho no olho, nada substitui uma conversa, nada substitui uma carta escrita a punho.”
“O que a gente está fazendo aqui hoje, na verdade eu acho que é a corroboração dessa ideia. A tecnologia não vai substituir a criatividade humana, não vai, jamais. Quando tudo for um outro estágio de operação, a criatividade humana vai precisar existir para que aquilo opere em algum outro nível.”
“A gente começa a fazer filme em 3D, cromaqui, dinossauros, computador… Mas por traz daquele dinossauro tem uma expressão humana. Por traz daquele robô, monstro, Senhor dos Anéis tem um homem, um ator que emprestou seu corpo para que eles descobrissem que movimento é aquele. Quando não sobrar mais nada, vai precisar ter o simples e o simples é o material humano, em toda complexidade, da simplicidade. Então eu acho que não substitui, eu quero que as pessoas liguem para mim, me chamem para tomar um chope.
O ator está no elenco da nova novela das sete, Alto Astral, que deve estrear em novembro depois de Geração Brasil. Thiago Lacerda interpreta Marcos, médico que é adotado. Já Sérgio Guizé, o Caíque, disputará o amor com o próprio irmão na nova novela da Globo.
Paparazzos
Já sobre os paparazzos, Thiago revela: “ Me incomoda a qualidade do que as pessoas consomem, não acho que o fato de eu estar na praia ou o fato de pegar um voo para São Paulo, seja uma notícia relevante. O que eu lamento é o esforço do profissional que vai tentar ganhar o pão de cada dia fazendo uma coisa que não tem a menor relevância. Não existe justificativa de informação para aquilo.”
Ainda sobre os paparazzos, o principal problema para ele, está no que diz repeito aos seus filhos, que acabam sendo expostos neste tipo de situação. “Do ponto de vista humano, claro que me incomoda. Se estou na praia, quero o mínimo: não ser incomodado numa perseguição, que é o que acontece na verdade. O incômodo maior é quando se expõe criança.”
“Eu não vejo nenhuma razão para que os órgãos responsáveis, seja a OAB, seja constitucional, a nível político, a nível humano até, permitam que os meus filhos sejam expostos a esse tipo de situação. Uma criança cheirando cola, tem o rosto dela vendado em uma publicação de jornal e o meu filho que não tem nada com isso pode ser exposto? Não existe uma justificativa que me convença. Eu lido bem com isso. Eu entendo que faz parte de um processo que independe da gente. Mas como pai fica uma indignação, meus filhos não tem nada com isso.”
O Novo Personagem
Marcos, médico na novela Alto Astral, novo personagem de Thiago Lacerda
Para o ator a novela vem preencher uma lacuna. “A novela é muito bem escrita, eu acho que a novela vai muito bem, vai por um caminho que as pessoas gostam muito, sentem muita falta. Uma novelinha das Sete, um pouco clássica, com um tom de humor que o Jorge Fernando imprime no que ele faz. Eu acho que a novela é interessante.”
Sobre o novo personagem, o galã, destaca: “É um vilão. Não é um vilão, é um antagonista, na verdade. Eu implico um pouco com essa palavra. Um cara que tem valores desvirtuados, tem um conflito familiar importante.” Thiago revela ainda que os dois personagens são adotados.
Quando perguntado sobre o personagem da Débora nascimento, com quem o personagem Marcos tem um caso, Thiago Lacerda respondeu: “Nós ainda não gravamos muito, a novela está começando. Mas é isso, tem essa relação com as pessoas do hospital, cenário no qual a Débora está envolvida. E tem a relação com a namorada, com a Nathalia que é o triângulo da história.” (Nathalia Dill)
Questionado sobre a preparação do personagem e sobre a possibilidade de ter feito laboratório, Lacerda brinca sobre a possibilidade de fazer uma cirurgia: “Olha eu já fiz um médico e eu já quase operei. Por que não?” (Risoss). “Na verdade, não fiz nenhum laboratório específico. O trabalho foi todo feito em cima dessa questão psicológica do personagem, dos aspectos da personalidade dele que estão presentes no texto. O texto é um material muito vasto a respeito do personagem, especificamente não fiz um laboratório, dessa vez não.”
Veja sinopse de como será a novela
A nova novela das sete deve estrear em novembro. “Alto Astral” já entrou em produção e conta com a história original da falecida autora Andrea Maltarolli, sendo escrita por Daniel Ortiz, com supervisão de Silvio de Abreu.
A trama se passa em uma cidade fictícia no interior de São Paulo e tem um hospital como um dos cenários principais. O protagonista é o jovem médico Caíque (Sérgio Guizé), que descobre o dom de ver e falar com espíritos. O fato causa muito estranhamento no rapaz, que se desespera e passa a ter várias crises.
Caíque é filho de Maria Inês (Christiane Torloni) e meio-irmão de Marcos (Thiago Lacerda), um mau caráter que tem um caso com Sueli (Débora Nascimento) e vive às voltas com a médica charlatã Samantha (Cláudia Raia), que é ressentida pelo fato de ter perdido seus poderes paranormais.
Paralelo às amantes, Marcos é noivo da mocinha Laura (Nathália Dill), uma jornalista batalhadora que sustenta o avô Vicente (Otávio Augusto) e os irmãos Gustavo (Guilherme Leicam) e Beatriz (Raquel Fabbri). O conflito principal da trama começa quando Caíque se apaixona por Laura, vivendo um grande embate com o irmão. Saiba mais em TV Foco.
Religião
A mediunidade aparece entre os temas principais da novela. Sobre este aspecto em sua vida Thiago comenta: “Eu respeito profundamente, a ponto de já ter lido bastante coisa sobre, mas não faz parte do meu dia a dia, não tenho canal de sensibilidade. Não tenho prática espírita, mas já li bastante e respeito muito qualquer forma de fé e de hábito. Mas não, nunca tive nenhuma experiência.”
O politicamente correto
Bem humorado e sorrindo muito, Thiogo brincou com uma das repórteres presentes, ao ser questionado sobre o personagem mau caráter e sobre o caso vivido por ele com a personagem da Débora nascimento:
“ (Risos). Eu ri da pergunta, porque eu pensei em responder como meu personagem, eu vou brincar, pensei, mas aí vem aquela velha história, você faz uma piada, na hora que você publica perde o tom da brincadeira… Quando a gente fala tem um tom que a gente imprime no que está querendo dizer e quando você escreve, às vezes perde um pouco isso, e as pessoas se ofendem por pouco. Então com essa caretice que está rolando hoje em dia, você não pode falar mais nada, por causa dessa coisa do politicamente correto, que é tão chato. “
Ele desistiu da brincadeira, uma pena, pois íamos adorar.
Sobre sua relação com as TVs, acessa netflicks?
“Acesso, porque é isso, é o meu trabalho e meu trabalho é ver o que está acontecendo com os colegas no mundo inteiro. A evolução dramatúrgica na televisão está em operação a partir destes últimos 10 anos, nas séries americanas, toda essa revolução de dramaturgia que está acontecendo, está acontecendo e a gente precisa estar atento e esse é o canal.“
“É você está em casa e – ‘vou ver aquele episódio que eu deixei de ver na semana passada, tem uma cena ali que eu preciso recuperar, uma referência’ e você vai lá e olha. Todo esse material disponível da internet é muito poderoso e muito precioso para ser ignorado.”
Sobre o poder que formadores de opinião ganham na mídia
“Não sei bem, se eu entendo isso como poder de alguma coisa. O meu poder eu acho que é o respeito que eu tenho com o que eu faço, esse é o meu poder de encarar, com muita responsabilidade o meu trabalho.
A partir do momento que as pessoas me assistem, se interessam pelo que eu digo, isso gera uma responsabilidade muito grande, muito mais que poder. Talvez a tradução disso seja poder,mas eu não entendo dessa forma, entendo como responsabilidade, mesmo. Necessidade que um comunicador tem de cuidar do que diz, de se informar cada vez mais, de saber do que está falando. Quando vim para cá tratar disso, eu tinha uma responsabilidade para tentar conhecer melhor sobre o que a Samsung está falando.
Então eu acho que essa responsabilidade é muito maior do que essa sensação de poder, que gera arrogância, que gera onipotência, que gera desrespeito, distanciamento das relações humanas. Então meu interesse é muito mais na simplicidade da ideia, do que propriamente chegar em uma ideia de poder . Eu não tenho poder de nada, a minha proposta é contar história, é participar do processo transformação intelectual, de educação, de entretenimento.”
Ficam aqui registrados nossos agradecimentos a Samsung pela oportunidade, ao Thiago Lacerda pela boa vontade em conversar com a imprensa e a Ketchum pelo convite.
Denise Pitta, Thiago Lacerda e Paola Campanaro e Thiago Lacerda em entrevista com os repórteres. Super simpático e com a maior boa vontade em responder todas as perguntas
Por Denise Pitta
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