Galeria
Fotos: Osvaldo F.
Coleção “Pano da Costa Veste Parangolé”
A coleção Pano da Costa Veste Parangolé permeia “estruturas-cor no espaço e no tempo”, quando através da roupa consegue compor uma unidade sempre nova tanto para quem se apropria como ao observador. Nesse conceito neo-concreto proposto por Hélio Oiticica, e buscando referências no pano da costa, trazidos pelos africanos, a coleção Didara trabalha a estampa e o ato de vestir numa transmutação expressiva corporal. Através do corpo a estampa e a roupa se faz, trazendo os costumes encontrado nos rituais africanos, dispensando o enquadramento. Enquadramento este rejeitado pelos visionários, questionadores e propositores de novas formas de vestir, de viver de se reconstruir.
A vida se reconstrói se desenquadra no corpo de quem veste, no corpo de quem se apropria. Tiras se aprisionam, esquecem suas individualidades originais para se refundirem em estruturas e formas que compõem novos “transobjetos”. Não seriam as roupas “transobjetos” que transmutam a cada movimento? Através do corpo se faz a obra, a pessoa se comunica, se camufla como camaleões cambaleantes. Com as estampas, a coleção libera a pintura dos seus antigos liames, como também libera o pano da costa de seus enquadramentos. Materiais diferentes associados às texturas dos pigmentos compõem o espaço da representação. A pintura sai do espaço para compor uma representação única. Se por um lado os africanos individualizam e traduzem seus valores através do pano da costa, Helio Oiticica libera essa individualidade.
Com isso a designer Goya Lopes se apropria desses elementos e compõe elementos pós neo-concretos, trabalha a linha, a superfície e a cor em parangolés. Já afirmava Theo Doesburg “ Nada é mais real do que uma linha, uma cor, uma superfície”. Dentro dessa lógica Pano da Costa Veste Parangolé se apresenta.
Aldir Parisi – Consultor Mercado
Ficha Técnica:
Designer – Goya Lopes
Consultor – Jorge NascimentoSobre a Estilista
Artista plástica UFBA/1976, especialização Design-Firenze/Itália/ 1978/1979, curso de Design de Moda. IBMODA/2008/2009. Criadora e empresária das marcas Didara referencia afro brasileira e Goya Lopes no design brasileiro, moda e decoração. Seus painéis decoraram o salão do Itamaraty aonde o presidente Fernando Henrique Cardoso na sua posse recebeu as missões estrangeiras.
Em 1999 desfile África Mosaique em Nova Yorque. 7º prêmio de revestimento do Museu da Casa Brasileira,Diretora do SINDVEST e diretora da ABDESIGN, titular do elo criativo do Colegiado Setorial de Moda do Ministério da Cultura.
Ao voltar da Itália, depois de uma formação em design, Goya Lopes, vivencia na década de 80, uma procura intensa do afro-descendente, em busca de uma identidade cultural em suas raízes étnicas.
Nesta época, Goya inicia um projeto de design para moda e decoração que veio a ser base para a criação da Didara Indústria Comercio e Serviços em 1986.
A partir daí, intuindo que essa tendência étnica ainda tinha muito a crescer, Goya criou e desenvolveu produtos originais, com a finalidade de atender à necessidade desse segmento de mercado promissor e, conseqüentemente, se qualificou para ser um nome referencia no design brasileiro.
O design da Didara é uma feliz combinação de pesquisa e desenvolvimento de produtos, com o uso de bons materiais e um intenso empenho em produzir qualidade com estilo.
Uma exaltação cromática com formas originais e exclusivas são os temas fortes que compõem o universo imaginário de Goya Lopes. Sua composição em design de estampa é objeto de arte que, com personalidade e inteligência, valoriza a linguagem mágica da roupa e do ambiente que é inserida.
O cliente Didara é um publico especial, bem informado e exigente, que sabe escolher o que gosta e que possui empatia com os seus produtos. Didara atende artistas, arquitetos, decoradores, empresas e instituições e, conseqüentemente, às pessoas que visitam a Bahia.
Contato:
Fonte: Dragão Fashion